Arte Chinesa: Era Clássica

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Arte Chinesa: Era Clássica

1) Época de Ouro da arte clássica chinesa ganha destaque com os imperadores Tang

2) O Budismo influenciou a pintura e outras manifestações culturais durante a arte clássica, mas a pintura profana marcou obras pictóricas

• A Era Clássica da Arte Chinesa foi demarcada pelo comando da dinastia Tang no poder. Eles governaram entre os anos de 618 e 906. Esse período seria caracterizado como a Idade de Ouro da cultura chinesa. Os mosteiros se expandiram por extensas propriedades, em virtude das doações provenientes dos arrendatários. O apoio e a tolerância ao Budismo sobre o território chinês também permitiram que uma grande quantidade de pessoas renunciasse à sociedade e à família para viver uma vida meditativa nos mosteiros. Nos templos, o bronze passa a ser uma das matérias-primas das imagens de culto. Antes de conhecermos a identidade dessa época, contudo, faz-se necessário entender o período de transição para a Era Clássica.

Arte Chinesa

• Durante o início do século IV, o norte da China foi ocupado grupos não-chineses. Esses povos iriam dominar uma população que era mais desenvolvida culturalmente e, consequentemente, absorver a cultura dos chineses. Foi nessa época que surgem vários Estados. Um dos mais influentes seria o Estado do Wei, localizado ao Norte, e que foi liderado pelo clã Toba entre os anos de 386 e 534. Os integrantes da nobreza e os burocratas, quando fugiram dos “bárbaros”, vão para o sul do Rio Yang-Tsé. Ali, iriam criar outros Estados, dos quais o mais ilustre teria como capital Chien-K’ang. Nesse local, hoje está situada a cidade de Nanquim.

• As mudanças do período, especialmente as do Sul do território chinês, contribuíram para que o taoismo retornasse à China. No entanto, a religião nova que entrara no país por meio das rotas da seda, o Budismo, iria se impor sobre os povos, justamente pela segurança e conforto que prometia.

• O Budismo também traria alterações na escultura, arquitetura e pintura, principalmente por causa das cerimônias religiosas e da veneração às imagens. É aí que surge um ramo diferente na arte chinesa, com artistas que passam a adaptar as criações conforme os exemplos originários da Ásia Central.

• A mistura da arte nova, vinda de fora, com os estilos anteriores, fez surgir um outro movimento artístico. Nessa época, a escultura budista passa a ser moldada no modelo Wei. Os artistas também criaram obras padrões que carregavam beleza e força interior e que lembravam elementos da Idade Média na Europa. O Budismo fez com que a pintura tivesse expressão própria e fosse separada da arquitetura, uma vez que muitas obras foram levadas para a contemplação dos especialistas, onde a pintura ganhava refinamento e convivência.

• Quando os imperadores Tang reúnem o território chinês, que estava fragmentado, o Budismo floresce como nunca no Extremo Oriente. As versões chinesas das crenças foram difundidas através da arte de imprimir, que se iniciou na dinastia Tang. Os monges budistas teriam um papel importantíssimo na difusão dessa fé, pois foram eram eles os responsáveis pela impressão dos manuscritos.

• Os mosteiros budistas também passam a realizar funções de bancos, pois emprestava dinheiro à custa de juros altos aos integrantes da classe agrária e comercial. A igreja budista corroía, aos poucos, a estrutura confuncionista do governo e estava prestes a se transformar em um Estado dentro do Estado.

•Quando o Budismo chega ao mundo palaciano, se transforma no ponto central de discussões familiares. A situação chega ao ápice quando o governo decide reagir drasticamente e impõe algumas medidas. Em 845, uma determinação da dinastia Tang fez com que as religiões estrangeiras fossem desligadas do território, o que incluía o Budismo. Nessa fase, quase cinco mil templos foram destruídos e outros 40 mil santuários demolidos.

•No entanto, apesar das perseguições, a influência budista perdurou na arte chinesa. Se a pintura budista recebeu importância durante o início da dinastia Tang, a paisagem profana também conseguiu comandar as artes pictóricas. Três nomes de pintores desse período recebem destaque. A paisagem monocromática, marcada pela intimidade e tranquilidade, é criada com Wang Wei. O contraste, com pinturas monumentais, ficaria por conta de Li Sixun e de Li Zhaodao.

•A Arte Chinesa na Era Clássica também ficaria assinalada pelo aperfeiçoamento das pinturas de retrato. Quanto às artes decorativas, a inovação é a palavra que as resume. Com a vinda de artesãos e comerciantes de nacionalidades diferentes, várias influências do Oriente Médio passam a aparecer nos trabalhos com a cerâmica e outros metais. É por isso que muitos dos utensílios usados na época, como os pratos de prata e ouro, os frascos de viagem, vasilhas para beber e jarros de louça remetem às tradições da Ásia Central.

•A cerâmica receberia importante proeminência para a Arte Chinesa na Era Clássica. O que conhecemos hoje como porcelana tem suas origens naquela época, quando se desenvolve no sul da China uma técnica de cozedura de uma substância branca, uma espécie de grão fino.

•Já na corte imperial Tang, o requinte seria retratado pelas estatuetas de cerâmica. Coloridas e vitrificadas, eram elaboradas para as cerimônias solenes. Algumas das imagens produzidas nas obras eram as figuras dos haréns, cavalos puros-sangues, condutores de camelos que vinham da Ásia Central, entre outros desenhos de objetos existentes no Palácio.

•Os regentes Tang tinham como finalidade obter uma homogeneidade cultural no Império todo. O imperador Tai-tsung, que governou entre 627 e 649, iria aprimorar as tradições e revitalizá-la para transformá-la em um modelo educativo para a nobreza e a burocracia.