Renascimento Cultural: A Arquitetura Renascentista

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Renascimento Cultural: A Arquitetura Renascentista

Denomina-se de Arquitetura Renascentista ou Arquitetura do Renascimento aquela que foi elaborada no decorrer do período Renascentista europeu, isto é, ao longo dos séculos XIV, XV e XVI. Evidencia-se por ser um instante de rompimento da História da Arquitetura em várias áreas: na linguagem arquitetônica usada; nos meios de criação da arquitetura e na sua especulação.

Esse rompimento, que se reflete desde o Renascimento, define-se por um novo comportamento dos arquitetos com relação a sua arte, começando a se apresentarem como profissionais independentes, condutores de um estilo próprio. Orientam-se , no entanto, na sua compreensão da Antiguidade Clássica e em sua inclinação arquitetônica, julgados como os padrões perfeitos das artes da vida.

A Arquitetura Renascentista

É também uma época em que as artes divulgam um plano de resumo e interdisciplinaridade muito impressionante, onde as Belas Artes não são julgadas como partes independentes, submetendo-se a arquitetura.

Periodização

A história da Arquitetura Renascentista, como um todo, é dividida em dois grandes momentos:

1) Século XIV e começo do XV: nesse primeiro instante evidencia-se a imagem de Filippo Brunelleschi e uma arquitetura de cunho classicista, mas ainda sem a orientação teórica e, sobretudo, a canonização, que definirá a época seguinte.

2) Século XVI: nesse instantes, as particularidades próprias dos arquitetos já começam a sobressair as da canonização antiga, o que irá conduzir ao denominado Maneirismo. Operam arquitetos como Andrea Palladio, Michelangelo e Giulio Romano.

Características gerais

A Arquitetura Renascentista está muito envolvida com um ponto de vista do mundo assente em duas colunas fundamentais: o Humanismo e o Classicismo. Fora isso, é importante ressaltar que, ainda que não apareça totalmente separada dos costumes e valores medievais, os significados que estão unidos a essa arquitetura são os de um consciente e eficaz rompimento com a construção artística da Idade Média, especialmente o gênero gótico.

História

É normal conferir o instante de origem da Arquitetura Renascentista a fabricação da doma da Catedral de Santa Maria del Fiore por Brunelleschi, em Florença. Tal evento não retrata somente uma simples alteração no jeito estilístico que prevalecia no contexto arquitetônico florentino, porém confirma o rompimento que o Renascimento viria a retratar na própria maneira de executar a arquitetura, abrindo espaço para a redescoberta do Classicismo, e para a ascensão da tratadística. Leonardo Benevolo garante que Brunelleschni determinou uma nova técnica de trabalho ao desprender o construtor do projetista.

Contudo, é ele quem começa um modelo de arquitetos que não mais está vinculado às agremiações de ofícios e cujos trabalhadores vão cada vez mais se afirmando como estudiosos separados da fabricação propriamente dita. Certos críticos que estudam esse fenômeno perante a visão marxista descobrem, aí, o instante em que a nova burguesia adquiria das classes populares o poder dos meios de criação, proporcionando um método de extorsão do proletariado pelo capital que se tornou explicito depois da Revolução Industrial.

Difusão da Arquitetura Renascentista na Europa

O Renascimento definiu-se como um movimento quase exclusivo ao mundo cultural italiano no decorrer de sés dois primeiros séculos de evolução, época no decorrer do qual, no resto da Europa, perduravam modelos arquitetônicos, geralmente, unidos ao tardo-românico ou ao gótico. No seu ápice, na Itália, contudo, a aparência clássica começou a ser espalhada em várias nações européias por causa de razões diferentes.

Independente dos motivos é correto que essa propagação fatalmente ocorrerá pela compreensão de alguns pensamentos anti-clássicos conduzidos pelo maneirismo, modelo em uso naquele instante. È um momento onde a tratadística clássica está totalmente desenvolvida, de maneira que os arquitetos, geralmente, possuíam um excelente domínio das normas compositivas clássicas e se sua glorificação, o que lhes garante certa autonomia criativa.

Essa superficial liberdade de que usufruem os artistas da época será simplesmente consumida pela formação renascentista das nações fora do perigo cultural italiano. É preciso perceber, contudo, que há especialistas que não julgam o maneirismo como uma dinâmica unida ao Renascimento, porém um modelo novo e totalmente oposto a este. Dessa maneira, a fabricação considerada maneirista das outras nações europeias pode vir, possivelmente, a não ser julgada como uma arquitetura piamente renascentista. Em algum significado é possível afirmar, de acordo com esse ponto de vista, que essas nações passaram prontamente de uma fabricação medieval para uma arquitetura pós-renascentista.

Como as maneiras de propagação diferenciam-se de nação para nação, mesmo que a arquitetura realizada pro aquelas nações desse instante seja verdadeiramente renascentista, há um Renascimento distinto para cada área da Europa. Será provável falar, por exemplo, em um Renascimento espanhol, um Renascimento francês e um Renascimento flamenco.

Em Portugal, as maneiras clássicas propagaram-se somente no decorrer de um breve espaço, sendo logo sucedido pela arquitetura manuelina, um modelo de releitura dos gêneros medievais e julgada por muitos como uma conseqüência representante do Renascimento nessa nação, ainda que continue com um modelo longe do classicismo.