Ánalise fitoquimica e microbiológica da cordia verbenacea

Biologia,

Ánalise fitoquimica e microbiológica da cordia verbenacea

Análise fitoquímica

As substâncias de determinadas plantas, isoladas, podem ser fontes de medicamentos e interessantes para diversas pesquisas. As espécies vegetais são fonte de muitas substâncias eficazes, comprovadas cientificamente, principalmente na síntese de fármacos. É o caso da cordia verbenacea que trataremos mais a frente.

Ánalise fitoquimica e microbiológica da cordia verbenacea

Na pesquisa fitoquímica é possível conhecer todos os constituintes químicos de plantas. Logo também é analisado o grupo de metabólitos secundários relevantes de cada uma delas.

Por isso quando não há um estudo químico de uma planta, a análise fitoquímica preliminar dá conta de verificar os grupos de metabólitos. Quando precisa analisar uma classe específica bem como seus constituintes, a análise é direcionada ao isolamento.

Mas não é apenas isso: realizando uma análise multidisciplinar: existe a extração, isolamento, purificação e estrutura dos componentes presentes em plantas que possuem atividade biológica.

Dentre os ativos vegetais podemos destacar: cumarinas, esteróides, alcalóides, glicosídios, flavanóides, lignanas, saponinas, triterpenos, óleos essenciais entre outros. Existem alguns pontos a serem considerados pelos pesquisadores como qual atividade biológica esperada, quais técnicas de separação, requisitos para expor a estrutura do composto bioativo, etc.

Existem três processos principais:

  • Prospecção dos constituintes da planta: funciona para rastrear os grupos de constituintes químicos do extrato vegetal. A chamada triagem fitoquímica preliminar é usada para análise dos compostos químicos de determinada planta.
  • Cromatografia em coluna: usada para isolar produtos naturais e purificar produtos de reações químicas.
  • Cromatografia em camada delgada: método físico-químico para separação fundamentada diferencial dos componentes.

Análise microbiológica

Já análise microbiológica é usada para sistemas de qualidade, por exemplo. Logo elas indicam eficiência de procedimentos higiênicos e medidas corretivas. Por isso é de extrema importância conhecer as condições microbiológicas dos elementos, afinal garante o controle de qualidade, bem como facilita o acesso dessa análise de qualidade para produtos fornecidos por terceiros. É possível verificar:

  • Produtos pré-processados,
  • Matérias-primas;
  • Alimentos prontos, enlatados e pasteurizados;
  • Nutrição animal seus ingredientes.

As análises se tornaram importantes também pelo excesso de uso de medicamentos sintéticos bem como o alto custo destes remédios. Por outro lado as plantas medicinais se tornaram mais utilizadas, o que reduziu a qualidade da produção. É importante destacar que é preciso analisar a pureza do vegetal, além de fazer a avaliação dos princípios ativos.

Outras funções da análise microbiológica:

  • Enumerar e isolar micro-organismos em produtos industrializados, matérias-primas e água.
  • Detectar micro-organismos específicos nessas mesmas matérias-primas, produtos e água.
  • Realizar teste de biodeterioração em diversos produtos como couro, óleos, cosméticos, entre outros itens.
  • Realizar teste de desinfetantes.

Cordia verbenacea

Também conhecida por erva baleeira, catinga, barão, pimenteira ou maria-milagrosa. É um arbusto perene e nativo da mata atlântica e tem propriedades, antissépticas, cicatrizantes e anti-inflamatórias; portanto pode ser fervida e aplicada em feridas para acelerar o processo de cicatrização. Pode ainda ser usada como pomada e extrato.

A planta alcança até dois metros de altura e está em todo o litoral do Brasil, principalmente em Santa Catarina. Ela pode ser usada para úlceras, gastrites, reumatismo, artrite, nevralgias, dores musculares, contusões, dores de dente e inflamações em geral.

A erva tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os indígenas já usavam a planta como erva medicinal, bem como a medicina popular principalmente em comunidades litorâneas. Existem anti-inflamatórios em creme feitos com o princípio ativo da erva, um remédio fitoterápico.

As folhas são compridas, ásperas e possuem forte odor. As inflorescências nascem das extremidades de cada ramo, formando espigas curvadas para baixo. Possui flores brancas e pequenas. Os frutos são vermelhos quando maduros.

As análises fitoquímicas e microbiológicas dessas plantas são importantes, pois a partir delas são extraídos os princípios ativos, analisadas as possibilidades fitoterápicas bem como a questão microbiológica da erva.

Em uma pesquisa feita por Marcos Korukiam, Reinaldo Jesus Garcia, Rubens Bonfiglioli, Cibele Refsio e Dagoberto De Castro Brandão foram tiradas algumas conclusões sobre a erva baleeira. De acordo com o estudo em 459 pessoas, o medicamento é bem tolerado pelo organismo o que confirma os resultados obtidos a partir de estudos toxicológicos e pré-clínicos. Para poder realizar a pesquisa, as pessoas usaram o medicamento três vezes ao dia em uso tópico. Para os pesquisadores a utilização da erva é um avanço considerável para o arsenal terapêutico e tem ótima ação em afecções musculoesqueléticas, ou seja, as quais estão presentes nos processos inflamatórios.

Portanto, como resultado, a cordia verbenacea 0,5% de óleo essencial é muito eficiente em, por exemplo, tendinite crônica e dor miofascial, aplicada se oito em oito horas; que o creme da cordia verbenacea tem efeitos semelhantes ao do diclofenaco e que a tolerabilidade da erva é ótima na grande maioria dos casos.

Dessa maneira o uso da erva medicinal para tratamentos anti-inflamatórios é bastante eficaz e tem a vantagem de ser fitoterápico, ou seja, é mais barato, natural e efetivo. Mais uma vez a medicina popular é comprovada na medicina moderna e aplicada em novos medicamentos.