Crustáceos

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Crustáceos

Antes de começarmos a abordar em detalhes esta classe fascinante de animais, cabe situar a área em que o seu estudo se encontra. Assim, os estudos dos crustáceos pertencem à carcionologia, ramo da zoologia e divisão da biologia que estuda a classificação, o habitat, a reprodução e outros fatores referentes à vida dos animais. Assim, segundo a classificação científica, sabe-se que os crustáceos pertencem ao Reino Animalia, ao Filo Arthropoda, e por fim, ao Subfilo Crustacea.

Depois dessa introdução e baseado em seus conhecimentos prévios, você consegue dar um exemplo de um crustáceo? Pois isso não é motivo para se preocupar, vamos começar a entender o que é um crustáceo por seu nome. A palavra Crustacea é originária do latim e significa “carapaça dura”. Essa já é um ótima pista para você descobrir quais animais fazem parte dessa nomenclatura. Vamos pensar em animais que tem uma “carapaça dura”, o tatu pode ser um exemplo, assim como o besouro. Mas uma grande parte dos crustáceos serve de alimento para nós humanos.

Crustáceos

No Brasil, não comemos besouro e tatu é comido esporadicamente, algo muito raro e restrito pelo IBAMA, sendo um costume tradicional indígena. Quais então são os outros animais de carapaça dura que muitas pessoas comem regularmente? Lagosta é um bom palpite, assim como o caranguejo, ou seja, os dois são crustáceos. Temos aqui outra importante pista: esses dois animais vivem na água. Disso podemos deduzir que os crustáceos são animais de carapaça dura que vivem na água pelo menos alguma parte de suas vidas. Esta definição é boa, mas vamos refiná-la um pouco mais e deixá-la mais científica. Para isso é necessário entendermos com um pouco mais de detalhes esses animais.

Anatomia dos crustáceos

O mais conhecido e característico elemento da anatomia dos crustáceos é, como foi apontado acima, sua carapaça. Esta carapaça é conhecida cientificamente como “exoesqueleto”, isto é, um esqueleto externo, constituído quimicamente por carbonato de cálcio. Mas essa não é a única característica que caracteriza os crustáceos como tais, já que os pares de antenas que possuem na cabeça também são uma importante marca distintiva dessa espécie.

A anatomia dos crustáceos, em termos de composição corporal, é formada por cabeça e tórax conjuntos (união chamada de “cefalotórax”) e somados ao abdômen. Além do já mencionado par de antenas, na cabeça estes animais possuem dois olhos e boca. Já no abdômen, há apêndices articulados, que são usados para a locomoção do animal, seja por meio do nado, ou seja, por meio do arrastamento no solo marinho.

Sistemas dos crustáceos

É muito importante analisarmos a composição e funcionamentos dos diversos sistemas dos crustáceos. Vamos foca nos seguintes sistemas: reprodutor, excretor e respiratório.

Sistema reprodutor: apesar de existirem espécies hermafroditas, como as cracas, que conseguem se reproduzir sozinhas, a maioria dos crustáceos tem seus gêneros sexuais separados, sendo que a fecundação é cruzada e envolve copulação. O sistema reprodutor costuma ficar alocado na parte final do cefalotórax e é constituído pela glândula e poro genital – mas atenção, isto não é uma regra, pois há exceções dependendo do animal. Os ovos são incubados ou nos apêndices ou em sacos ovígeros, que são formados no momento em que os ovos são expelidos. Quando os ovos eclodem são liberadas as larvas, que geralmente passam por desenvolvimento indireto. Em algumas espécies específicas não há fases de desenvolvimento das larvas, como no caso do lagostim, onde as larvas já eclodem em exemplares parecidos com os adultos, mas de tamanho reduzido.

Sistema excretor: nos crustáceos, a excreção é feita através de um par de glândulas verdes (também conhecidas como glândulas antenais) localizadas na base do par de antenas. Essas glândulas se abrem para o exterior por meio de um poro excretor. Estudos recentes apontam que as brânquias também desempenham uma função no sistema excretor, já que elas possuem nefrócitos, células que recolhem as partículas de excreção, composta principalmente por amônia. E já que estamos falando de brânquias, vamos ao nosso próximo sistema, o respiratório.

Sistema respiratório: como já deve estar óbvio para a maioria a esta altura, o sistema respiratório é responsável pelas trocas gasosas do organismo. Os crustáceos, por serem animais que vivem em ambientes marinhos, respiram por meio de brânquias e não por meio de pulmões com os mamíferos. Essas brânquias são geralmente desenvolvidas na base dos apêndices torácicos. Há algumas espécies de crustáceos que vivem em ambientes aquáticos de água doce e outras, como o tatu de jardim, que conseguem viver fora de ambientes aquáticos, mas, neste último caso, a adaptação não é total, sendo que as brânquias têm que serem constantes molhadas ou umedecidas para que o animal consiga respirar. É importante ter em mente que quando falamos de brânquias não é somente um par que deve ser considerado, já que nos crustáceos são vários pares de brânquias em ambos os lados do segmento torácico.