Deriva genética

Biologia,

Deriva genética

Quando falamos de biologia e genética é comum que nos lembremos de um fato muito conhecido: a seleção natural. Junto com a mutação, migração e com a derivação genética ela é um dos mecanismos básicos das evoluções da espécie. Mas você sabe o que ela é e como acontece?

A diferença entre a seleção natural e a derivação genética é que ela, diferente da seleção que acontece por adaptação, faz essa mudança por caso, ou seja, sem comprovação científica ou sem motivo anterior.

Deriva

A derivação genética é o nome dado a mudança casual das frequências alélicas, que também recebem o nome de oscilação genética aleatória. O problema é que essa oscilação pode causar efeitos permanentes nas populações, seja para eliminar um alelo ou para fixá-lo.

O mais comum é que essa derivação aconteça em populações menores, já que a variação genética favorece a homozigosidade, fato que acontece de maneira mais rápida em populações, mas que também acontece quando o número de pessoas é maior, mas de forma mais lenta. Além disso, esses alelos perdidos ou fixados podem ser deletérios, benéficos ou neutros.

Por esse motivo, os geneticistas afirmam que a geografia é também importante para a biologia, já que ela e o tamanho da população são determinantes no modo como a derivação genética vai modificar dentro de uma espécie, a composição genética dele.

Funciona da seguinte maneira: em cada geração uma quantidade de indivíduos pode perder alguns genes característicos de seus descendentes. Já na próxima geração serão os modificados e não aqueles conhecidos como melhores ou mais saudáveis,

É preciso entender que as frequências alélicas podem acontecer de duas formas, como veremos a seguir.

Efeito gargalo

O efeito gargalo é um dos nomes dados às mudanças da população por deriva genética. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que uma população seja reduzida de forma muito drástica, como acontece em terremotos, maremotos, tsunamis, incêndios, secas, inundações, destruição de habitats, entre outros.

Depois disso o número de indivíduos da espécie de sobra é tão pequena que os sobreviventes não podem nem serem usados como amostrar de representatividade. Isso porque esses indivíduos podem apresentar frequências alélicas divergentes das originais de sua população.

Esses indivíduos sobreviventes podem dar origem a novas populações, que normalmente estão no mesmo local que a anterior, mas que apresentam características diferentes. Por exemplo:

Vamos supor que uma população de joaninhas vive em uma floresta tropical. O total dessa população é de 20 joaninhas sendo 5 vermelhas, 7 verdes, 6 azuis e 2 brancas. Depois de uma incêndio apenas 8 joaninhas sobrevivem, sendo elas 1 vermelha, 2 verdes, 4 azuis e 1 branca.

Essas sobreviventes formam então uma nova população de 23 joaninhas, sendo 12 azuis, 7 verdes, 2 brancas e 2 vermelhas. Muito diferente da primeira população que foi dizimada.

Na natureza duas espécies apresentam algumas variações genéticas por conta do efeito gargalo, a dos guepardos e também dos elefantes marinhos. A literatura biológica mostra que os primeiros tiveram seu número drasticamente reduzido há mais de 1200 anos, já no segundo caso a caça aos elefantes marinhos, por conta de seu óleo e pele, também diminuiu em dezenas a população, por volta dos séculos 18 e 19.

Efeito Fundador

O segundo modo presente em frequência alélica é a chamado efeito fundador, que também afeta uma população depois de aspectos geográficos.

A diferença entre ela e o efeito gargalo é a chamada existência de migrantes, um número pequenos de indivíduos que acaba migrando de seu habitat para outro local e fundando, assim, outra colônia.

Com o efeito fundador é comum que exista a fixação de um desses alelos devido à derivação genética, ou seja, devido ao acaso, e que ficam evidentes nessa nova população. Dessa maneira, mesmo que essa população cresça ou se mude novamente, esse alelo será fixado sendo ele deletério, neutro ou benéfico.

Para exemplificar como fizemos antes é só pensarmos novamente na população de joaninhas. Em um local vivem 20 delas sendo 5 vermelhas, 6 azuis e 9 verdes. Cerca de 5 delas, sendo 3 verdes e 2 azuis migram para um outro local e fundam uma nova colônia.

Nessa colônia nascem mais 20 joaninhas sendo 6 delas vermelhas, 10 verdes e 4 azuis. Nesse caso, o efeito fundador ganha esse nome porque a população que sai de um lugar acaba fundando uma nova população em outra localidade e isso acontece mesmo com o número reduzido de alguns indivíduos da população original. Esse fato só não acontece quando entre esse migrantes existem apenas 1 fêmea fertilizada.

Ela também é conhecida como uma população parental, já que preserva as características da população original mesmo que não nas mesmas proporções, mas com todos os indivíduos da primeira população, mesmo que alguns deles não tenham migrado com esses indivíduos que acabaram por fundar a nova colônia.