Doença de Graves

Biologia,

Doença de Graves

A Doença de Graves, também chamada de ‘doença de Basedow-Graves’ ou bócio difuso, é uma condição do tipo autoimune, que no caso, leva ao mal funcionamento da glândula tireoide. A doença de Graves é a principal causa para a condição de hipertireoidismo, ou seja, superatividade da glândula. Ela foi diagnosticada pela primeira vez na Inglaterra, no ano de 1825 – e 10 anos mais tarde na Irlanda, pelo médico Robert Graves.

Doença de Graves

Atualmente a doença de graves pode se manifestar de duas diferentes formas:

1. Como “Oftalmopatia de Graves”, em que uma disfunção na glândula tireoide é capaz de alterar a órbita dos olhos. Essa condição geralmente surge com o hipertireoidismo;

2. Como “Dermopatia de Graves”. Neste caso, a doença afeta diretamente a pele do indivíduo – principalmente em regiões inferiores, como pés e pernas. A pele no caso se torna mais avermelhada e grossa.

A seguir, vamos conferir mais informações sobre a doença de graves, assim como suas causas, fatores de risco, sintomas e tratamentos.

Causas e fatores de risco

A Doença de Graves tem como causa uma deficiência na imunidade, o que a caracteriza como autoimune. Esse defeito faz com que tecidos e células saudáveis da tireoide sejam destruídos pelos próprios anticorpos – sem que haja real necessidade para isso.

Não há uma explicação exata sobre os motivos que levam a esse comportamento estranho no organismo do indivíduo. De modo geral, a doença acontece quando a tireoide passa a produzir uma quantia de hormônios mais alta do que o necessário.

Já no caso da oftalmopatia de graves, que afeta os olhos, as causas são ainda menos esclarecidas. Porém, os pesquisadores da área afirmam a possibilidade de que tais anticorpos deficientes ataquem as células saudáveis do globo ocular.

A doença de graves pode ser desenvolvida em indivíduos de todos os gêneros e faixas etárias. Porém, existem alguns fatores de riscos que tornam as chances de ocorrência maiores. São eles:

• Histórico da doença em familiares;
• Sexo feminino – as mulheres têm maiores chances de desenvolvimento da doença do que os homens;
• Idade – geralmente, a doença de graves afeta indivíduos com idade inferior a 40 anos;
• Manifestação de demais doenças autoimunes no organismo;
• Estresse emocional/físico em excesso;
• Parto e gestação recentes;
• Uso constante de cigarro.

Sintomas e tratamentos

Já os sintomas e demais sinais que caracterizam a doença de graves são os seguintes:

  • Tremor constante nos dedos ou mãos;
  • Irritabilidade e/ou ansiedade;
  • Alta sensibilidade a períodos de calor;
  • Pele frequentemente úmida/transpirando;
  • Alargamento do bócio, ou seja, da glândula da tireoide (localizada nas laterais do pescoço);
  • Mudanças na menstruação (especialmente no ciclo);
  • Perda de peso sem outras causas aparentes (mesmo que os hábitos na alimentação continuem os mesmos);
  • Palpitações no coração ou taquicardia (com os batimentos cardíacos acelerados);
  • Queda na libido;
  • Disfunção erétil;
  • Vontade frequente de evacuar (várias vezes ao dia).

Cerca de 30% dos indivíduos que desenvolvem a doença de graves também contam com sinais de oftalmopatia de graves, que no caso, afeta diretamente o globo ocular. Caso a condição se manifeste, os sintomas são os seguintes:

  • Sensação de que há areia em um ou ambos os olhos;
  • Exoftalmia (caracterizada por olhos esbugalhados);
  • Retração das pálpebras;
  • Dor ou pressão em um ou ambos os olhos;
  • Olhos inflamados, vermelhos ou inchados;
  • Sintomas de fotofobia, ou seja, sensibilidade ao expor os olhos à luminosidade;
  • Dupla visão;
  • Perda parcial ou total da visão – o que pode ocorrer em manifestações mais graves da doença.

Já a dermopatia de graves leva ainda aos sintomas de pele avermelhada e com aspecto grosseiro – especialmente nos pés e pernas. Essa manifestação da doença, por sua vez, é bem rara.

O diagnóstico da doença de graves pode ser realizado por médicos das seguintes especialidades: clínicos gerais, endocrinologistas, oftalmologistas, ginecologistas, cardiologistas, dermatologias e urologistas.

Ao notar qualquer um dos sintomas destacados acima, o mais recomendado é que você procure um destes médicos especialistas. Em caso de perda de visão ou batimentos cardíacos irregulares, recomendamos que a consulta seja realizada o quanto antes.

O diagnóstico da condição é realizado a partir de exames físicos, exames de sangue, ultrassom, captação de iodo radioativo e, possivelmente, outros exames de imagem – caso seja necessário.

O tratamento da doença visa desestimular a produção de hormônios na glândula tireoide em altas quantidades, bloqueando ainda efeitos negativos destes hormônios no organismo.

Os possíveis tratamentos são:

  • Terapia por meio da ingestão de iodo radioativo – já que, no organismo, tal componente destrói as células que estão trabalhando com superatividade;
  • Remédios anti-tireoide – já esses medicamentos costumam ser utilizados em conjunto com a ingestão do iodo. Porém, esse tipo de tratamento é contraindicado para mulheres grávidas ou que estejam amamentando;
  • Cirurgia – em casos mais graves, há a possibilidade de remover a tireoide parcialmente ou totalmente;
  • Consumo de betabloqueadores – tais medicamentos, por sua vez, bloqueiam os efeitos dos hormônios produzidos pela tireoide no organismo do indivíduo.