Doença de Teschen

Biologia,

Doença de Teschen

A Doença de Teschen é típica dos suínos, comprometendo os movimentos dos animais. Em 1929, na Checoslováquia, apareceu o primeiro caso de infecção. Mais tarde, se alastrou por toda a Europa. Em 1950, os sintomas dessa doença já eram avistados nos Estados Unidos, Austrália e Canadá.

O responsável pela Doença de Teschen é um enterovírus suíno, sorotipo 1, que se manifesta de diferentes intensidades e maneiras. Esse vírus existe em toda região do mundo nas quais porcos são criados, embora seja difícil observar a presença do vírus, pois a maioria das infecções são subclínicas. As clínicas são muito raras.

O número de infectados, hoje em dia, é de pouca importância em relação à quantia de casos de décadas passadas. Na fronteira da Alemanha com a Polônia e em Madagascar aconteceram surtos avassaladores da doença. É comum utilizar termo “Doença de Taschen” apenas para casos graves como esse, com infecções semelhantes aos dos animais mortos nesse surto.

Teschen

Talfan, uma colina do País de Gales, também dá nome à doença, principalmente nos casos em que o vírus se apresenta de forma mais leve, pois o surto em Talfan não foi tão grave. Atualmente, quando o vírus aparece, geralmente, é em animais em fase de crescimento, jovens e desmamados. Na maioria das vezes não há uma paralisia completa do animal. Isso pode ser porque a estirpe do vírus é mais suave ou porque o suíno possui um alto nível de imunidade.

A infecção ataca os nervos motores e sensoriais. O animal passa a sentir alfinetadas. O vírus pode ser facilmente transmitido, pois sobrevive fora do corpo, e uma pequena quantidade de fezes do suíno infectado é capaz de passar a doença adiante. O vírus se multiplica no intestino e é eliminado numa grande quantia de fezes.

A Doença de Teschen pode atingir o sistema nervoso central e causar severos danos ao animal multiplicando-se nos seus nervos. Isso tende a acontecer depressa quando não há anticorpos específicos circulantes ou quando eles existem em um nível baixo. Isso geralmente acontece quando o vírus entra em um rebanho que sempre foi imune. Mas também podem se manifestar em porcos cuja mãe não foi infectada ou quando o animal não obteve colostro suficiente (primeira secreção das glândulas mamárias da fêmea, rica em anticorpos, logo depois do nascimento dos filhotes).

Os leitões que estão recebendo anticorpos da mãe através do leite possuem imunidade, o que impede que o vírus se multiplique no seu intestino. A partir do momento que são desmamados, já não oferecem resistência à multiplicação, mas seu sistema nervoso central ainda é protegido. Isso se deve ao colostro da porca, que ainda está na corrente sanguínea do filhote. Quando anticorpos do intestino não conseguem mais barrar o vírus, o colostro oferece resistência.

Durante várias semanas haverá a multiplicação no intestino, que só será barrada após o desenvolvimento dos anticorpos. Essa imunidade desenvolvida expulsará o vírus. A porca que passar por esse processo dará aos seus filhotes a imunidade necessária para combater o vírus através do seu leite.

Podem aparecer muitos sinais clínicos, embora sejam apenas sugestivos e não conclusivos. O diagnóstico parte de amostras de sangue de animais recentemente infectados. Porcos com 10 a 14 dias de doença podem apresentar aumento de anticorpos em seu sangue através de soro. Mas deve ser feito o teste em grupo, pois os casos subclínicos são comuns e amostras de sangue individuais podem apresentar resultado positivo mesmo se nenhum sintoma for observado.

Animais abatidos apresentam sinais de infecção em sua medula espinhal e em seu cérebro. Mas tais sinais são comuns a qualquer doença causada por vírus, sendo impossível observar a Doença de Teschen através desse procedimento. Leia agora os sintomas e causas da doença.

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Sintomas

Existem muitos sintomas que podem ser observados em vários níveis da doença. É possível saber se o porco está gravemente infectado pelo seu comportamento. Observe:

* O animal, a princípio, pode perder o apetite e ficar deprimido durante um dia. Mas, mesmo infectado, é normal que a fome volte.
* A parte de trás do corpo começa a se tornar inutilizável. Ele perde parcialmente os movimentos das pernas traseiras, seguido das coxas e, por último, da extremidade traseira.
* A paralisia pode ou não se tornar total.
* O porco passa a andar em um passo torto, como o de um bêbado. Alguns animais conseguem se recuperar, voltando a andar normalmente.
* Em alguns casos eles permanecem sentados, pois não conseguem se levantar totalmente.
* Ações simples para o animal passam a ser feitas descoordenadamente pelos seus membros.
* Em casos graves, a coordenação motora do porco é totalmente perdida. Esse problema é irreversível.

Causas

As causas aqui apresentadas são fatores que favorecem na contaminação de um ou mais porcos. Se um animal apresenta sintomas acima listados, é necessário isolá-lo imediatamente para manter a salvo o seu grupo. Veja o que pode contribuir para a perda total de um rebanho:

* Contato dos animais com água contaminada.
* Falta de higiene em locais que o porco circula.
* Roupas e equipamentos contaminados, como botas, roupas, pás, baldes, etc.
* Contato do animal com fezes infectadas.