Genética: Primeira Lei de Mendel

Biologia,

Genética: Primeira Lei de Mendel

Já não é novidade alguma o fato de que as ciências costumam se subdividir em correntes para facilitar e aprofundar os estudos dos mais diversos temas que abrangem.

E com a biologia não é diferente, a Genética é um dos seus ramos, o responsável por pesquisar sobre a composição dos genes, as formas como se aplica a hereditariedade, como algumas características são transmitidas de uma geração para a seguinte e outras não, como as informações presentes nos genes dos pais são conduzidas para os filhos e outros conhecimentos do gênero.

Gregor Mendel foi uma das primeiras pessoas a se dedicar ao estudo da genética, sendo considerado o precursor dessa linha de pesquisa. Saiba mais sobre ele e sobre a chamada Primeira Lei de Mendel.

Primeira Lei de Mendel

Quem foi Mendel?

Nascido na Áustria, em 20 de julho de 1822, Gregor Mendel foi ordenado sacerdote em 1847, no entanto, a vida religiosa não o afastou da inclinação que tinha para as ciências naturais, conteúdo que estudou durante o curso de História Natural, em Viena, entre 1851 e 1853.

As pesquisas de Gregor Mendel, que posteriormente originariam a Primeira Lei de Mendel e as outras duas, giravam em torno da seguinte temática: as características que as plantas apresentam (como a cor e a textura, por exemplo) são determinadas por elementos hereditários.

Hoje já há um amplo conhecimento científico sobre os genes, mas naquela época, a realidade era bem diferente. Mendel lançou as bases que foram aprofundadas, discutidas e desenvolvidas por outros cientistas posteriormente e, no seu tempo, essa proposta de estudar a hereditariedade era algo muito inovador.

Para poder comprovar a sua teoria, no ano de 1856, ele já cultivava ervilhas no jardim do monastério em que vivia para observar como acontecia a hereditariedade. Vale ressaltar que o pai de Mendel foi jardineiro, por isso, ele já tinha alguns conhecimentos prévios que havia aprendido em casa.

E a escolha das ervilhas não se deu por acaso, mas a partir da observação de alguns critérios:

• São plantas fáceis de serem cultivadas;
• Se reproduzem rapidamente;
• O ciclo de vida não é longo, portanto não demora para obter novas gerações;
• Possui características bem variadas e marcantes, facilmente identificáveis (como as distinções de cor, por exemplo);
• Produz um número satisfatório de descendentes férteis;
• Fácil polinização artificial.

Gregor Mendel faleceu no ano de 1884 e, enquanto estava vivo, os resultados das suas pesquisas não foram reconhecidos e muito menos foram valorizados. Foi apenas a partir do século XX que outros cientistas e biólogos aproveitaram o legado deixado por ele para consolidar os estudos da genética.

Primeira Lei de Mendel

A partir dos estudos de Mendel, suas constatações foram divididas em algumas leis. A Primeira Lei de Mendel é a lei da segregação dos fatores e o seu enunciado é o seguinte: “cada característica é determinada por dois fatores que se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”.

Para chegar a essa conclusão da Primeira Lei de Mendel, os passos dados por ele foram basicamente os seguintes:

• Separou ervilhas de uma linhagem pura com sementes lisas e outras com sementes rugosas e realizou o seu cruzamento. Essa primeira geração que deu origem às demais do estudo ficou sendo conhecida como Parental (P).

• Depois de realizar esse cruzamento entre ervilhas puras de semente lisa e ervilhas puras de semente rugosa, todos os descendentes obtidos possuíam sementes lisas. Essa geração dos primeiros descendentes foi chamada de (F1).

• O terceiro passo foi cruzar os indivíduos da geração F1 entre si (lembrando que nenhum deles possuía sementes rugosas), obtendo a geração F2. E a surpresa foi que na geração F2, 75% dos descendentes tinham sementes lisas e os 25% restantes tinham as sementes rugosas.

Depois de observar o que houve no decorrer desses três passos, Mendel concluiu que o fator que determinava a textura lisa da semente era determinante sobre o fator que determinava a textura rugosa, que, por sua vez, era recessivo. Na primeira geração usada, que foi a geração parental, os indivíduos eram puros, por isso, podiam ser assim representados:

Sementes lisas – dominante – RR
Sementes rugosas – recessivo – rr

Quando Mendel cruzou dois indivíduos da geração parental, obteve o seguinte:

R R
r Rr Rr
r Rr Rr

Sendo que um descendente Rr teria semente lisa, porque o fator R predomina. Depois, ao cruzar dois indivíduos da geração F1, o resultado foi:

R r
R RR Rr
r Rr rr

As conclusões da Primeira Lei de Mendel foram:

• Características hereditárias dependem dos fatores da mãe e do pai igualmente;
• Os fatores se separam na formação das células sexuais (gametas);
• Os gametas são iguais para indivíduos de linhagem pura, já seus descendentes passam pela hibridização e formam gametas diferentes.

Hoje sabemos que esses “fatores” que aparecem muito na Primeira Lei de Mendel são os genes. Mas todo o estudo atual só foi possível graças a esse iniciador: Gregor Mendel!