Lontra

Biologia,

Lontra

Identificação

Espécie mamífera da subfamília Lutrinae, a qual faz parte da ordem carnívora e da família dos mustelídeos. O nome científico da lontra é Lontralongicaudis, e apresenta diversas subespécies que classificam-se em muitas categorias.

Em geral, este animal é encontrado na Ásia, Europa, África, ou ainda, em certos locais da América do Norte e até mesmo América do Sul – inclusive Argentina e Brasil. Mas, pode-se dizer que existem lontras em quase todos os lugares do mundo.

Vamos agora a algumas peculiaridades deste animal.

Lontra

Hábitos e características das lontras

Começando pelas características desse mamífero pode-se dizer que seu tamanho varia de pouco mais de cinquenta até cento e vinte centímetros de comprimento (somando-se o tamanho da cauda), além disso, pode chegar ao peso de trinta e cinco quilos, vale lembrar que estas informações se referem a um animal adulto.

Lontras, normalmente, vivem em rios, e isso tem uma explicação: por se alimentarem de crustáceos, répteis e peixes buscam viver próximas a locais onde encontram facilmente suas presas. Portanto, pode-se dizer que lontras têm os rios como seu habitat natural, afinal é nesses locais que constroem suas tocas, as quais são cobertas por musgos e folhagem seca.

A rotina das lontras é baseada em costumes noturnos, afinal, dormem de dia em locais bem próximos as margens do rio, e despertam a noite com o objetivo de buscar comida. É devido a essas características que muitos especialistas no reino animal dizem que lontras preferem água a terra, além disso, por conta dessa relação com a água seu corpo passou por diversas transformações ajustando para uma “vida semi aquática”.

Fisicamente esses mamíferos apresentam: amplas patas com dedos que se unem através de membranas; orelhas e ventas que tem a função de fechar quando o animal entra na água, assemelhando-se a uma espécie de válvula; como peculiaridade pode-se citar a cauda que tem o formato semelhante ao “leme de um barco”; e por fim, possui uma grossa porção de gordura por debaixo da pele, a qual tem o objetivo de protegê-la do frio.

Outra característica deste mamífero é seu corpo “hidrodinâmico”, que tem a capacidade de atingir grandes velocidades – pouco mais de dez quilômetros por hora – durante a natação. Pela familiaridade com o ambiente aquático conseguem ficar debaixo da água por cerca de seis minutos.

Convivência em grupo e reprodução

Basicamente os grupos de lontras são formados pelos filhotes e suas mães, vale lembrar que os machos não vivem nestes mesmos agrupamentos, unindo-se as fêmeas somente no período de acasalamento.

Falando em acasalamento, a gestação das lontras compreende um período de sessenta dias, e em geral, a cada reprodução podem gerar até cinco filhotes. Após o nascimento dos filhotes o “pai” muda-se para outra toca localizada bem próxima a da mãe, o intuito disso é deixar a fêmea mais tranquila para poder cuidar dos “bebês”.

Como já mencionado podem nascer até cinco pequenas lontras em cada gestação, mas, em geral, dois ou três vem a cada vez. O desenvolvimento dos “bebês” pode ser classificado como rápido, afinal, com um mês de vida já fazem pequenas incursões pela água, isso até conseguirem nadar sem a ajuda da “mãe”.

Depois saberem nadar sozinhos os filhotes aprendem a pescar, e, isso acontece da seguinte forma: em um primeiro momento a fêmea pesca, mata e devolve o peixe a água para que os próprios “bebês” peguem. Posteriormente a “mãe” apenas machuca o peixe e deixa que os filhotes o matem, assim, não muito tempo depois os “bebês” lontras já pescam sozinhos.

A comunicação entre os animais desta espécie é realizada por meio de assobios, chiados, e até mesmo guinchos.

Ameaçada de extinção

Nos últimos anos esse mamífero vem desaparecendo, e, corre o risco de entrar em extinção. Um dos principais motivos para isso é a qualidade de sua pele, muito apreciada na fabricação de casacos e outros acessórios. Além disso, as lontras têm sofrido muito com a devastação do homem sobre seu habitat natural.

No Brasil algumas atitudes já vêm sendo tomadas no sentido de proteger esta espécie. O “projeto lontra” – com pouco mais de trinta anos e apoio da Petrobras e do Governo Federal – promove ações a fim de conservar e recuperar os ecossistemas habitados pelas lontras, além, de propagar diversas informações sobre o animal.

O “projeto lontra” idealizado e realizado pelo “Instituto Ekko” está na vanguarda das pesquisas sobre desenvolvimento e conservação no país. Todos os trabalhos do projeto acontecem em Centros de Pesquisas, um localizado no Pantanal Mato-grossense, e outro, na Mata Atlântica.

É válido dizer que ações como essa implicam não apenas na proteção de uma única espécie, mas também, tem grande influência sobre a preservação da biodiversidade como um todo. Ações preventivas são mais do que bem-vindas, principalmente, se forem realizadas na tentativa de evitar que algumas espécies desapareçam.