Resumo do sistema urinário: Osmorregulação em animais

Biologia,

Resumo do sistema urinário: Osmorregulação em animais

Apesar do ambiente externo sofrer alterações, os animais conseguem manter seu ambiente interno, química e fisicamente, equilibrado e em condições favoráveis à manutenção das células e tecidos. A essa capacidade, damos o nome de homeostase. Merece destaque o equilíbrio hídrico, que é diferente, em função do ambiente onde vive o animal.

Na água doce, estão os peixes e os protozoários. Os protozoários são seres unicelulares e mais concentrados, ou seja, hipertônicos, do que o ambiente, e portanto, absorvem a água em excesso por meio da osmose, o que poderia provocar a sua lise (rompimento). A sobrevivência do unicelular é garantida pela atuação do vacúolo contráctil ou pulsátil, que expulsa ativamente o excesso de água.

Osmorregulação em animais

Já nos peixes, os fluidos corporais de água doce são mais concentrados do que o ambiente em que vivem, e consequentemente, ocorre a absorção de água em excesso pelas superfícies permeáveis do corpo, principalmente nas brânquias. Para resolver o problema, esses animais apresentam uma urina extremamente diluída, cujo componente principal é a amônia, bastante solúvel em água. Essa urina diluída elimina também os sais mineirais. Como o ambiente é pobre em sais, o animal precisa recuperá-los e para tanto, realiza um transporte ativo através das brânquias.

Na água salgada, encontramos os peixes ósseos, os peixes cartilaginosos, as aves e as tartarugas e algumas espécies de mamíferos.

Os fluidos corporais dos peixes ósseos marinhos são menos concentrados do que o ambiente, e por consequência disso, esses animais tendem a perder água para o ambiente, através de suas superfícies permeáveis, principalmente as brânquias. Nesse caso, o animal tem duas soluções, uma urina mais concentrada, à base de ureia, que é menos solúvel do que a amônia, o que já garante uma certa economia de água. Além disso, os peixes bebem grande quantidade de água do mar, para repor a água perdida, e isso acaba gerando um desiquilíbrio salino, já que, junto com a água, o animal ingere sais minerais. Como a urina é concentrada, o sistema excretório não dá conta de eliminar o excesso de sais. As brânquias desses peixes atuam, então, eliminando o excesso de sais através de transporte ativo.

Já os peixes cartilaginosos conseguem manter um estado de uremia fisiológica, ou seja, uma elevada concentração de ureia no sangue, o que em outros animais seria extremamente fatal. Essa elevada concentração de ureia permite que o animal mantenha seus fluidos corporais em isotonia ao mar, de tal maneira que o animal não perde e também não ganha água ou sais minerais em excesso.

As aves marinhas, como os pinguins e as gaivotas, por exemplo, apresentam na cabeça glândulas de sal, que secretam uma solução hiperconcentrada em cloreto de sódio. As tartarugas marinha apresentam lagrimas extremamente concentradas em sais.

Os mamíferos marinhos por sua vez, como as baleias e os golfinhos, não bebem água do mar, sobrevivendo portanto, apenas da água proveniente da digestão de alimentos que consomem. Apresentam urina concentrada em ureia e leite extremamente gorduroso e pouco diluído, o que ajuda a economizar certa quantidade de água.

No ambiente terrestre encontramos, insetos, aves, répteis e alguns mamíferos.

Nos mamíferos terrestres, além da urina, os mamíferos se valem das glândulas sudoríparas, que eliminam água e sais, para garantir o seu equilíbrio osmótico. Já os insetos, as aves, e os répteis, excretam ácido úrico, que por ser praticamente insolúvel em água, possibilita uma urina pastosa, que implica na extrema economia de água. O ácido úrico é importante também para o desenvolvimento do embrião no interior de um ovo com casca, pois acaba possibilitando o seu armazenamento, sem produzir um volume muito grande.

A amônia, a ureia e o ácido úrico

A amônia é altamente tóxica e também muito solúvel, demandando uma grande quantidade de água para ser eliminada. Por essa razão, a amônia é comum em animais aquáticos, onde obviamente a disponibilidade de água é muito grande. Animais que excretam amônia são denominados amoniotélicos. Já a ureia é menos tóxica e menos solúvel do que a amônia, podendo permanecer por mais tempo e em maior quantidade no organismo, até ser eliminada. Além disso, por ser pouco solúvel e necessitar de pouca água para ser eliminada, implica na economia de água para o animal, favorecendo a ocupação do meio terrestre. Animais que excretam ureia são denominados ureotélicos.

O ácido úrico por sua vez é pouco tóxico e praticamente insolúvel na água, podendo ser armazenado por um longo tempo no organismo e quando é finalmente eliminado, este ocorre com perda mínima de água, sendo portanto, ideal para a ocupação do meio terrestre. O ácido úrico permite também a oviparidade, pois o embrião que se desenvolve no interior de um ovo com casca, morreria rapidamente se produzisse amônia ou ureia, por causa da dificuldade de armazenamento ou de eliminação. Animais que excretam ácido úrico são denominados uricotélicos.