Revolução Verde

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Revolução Verde

Já ouviu falar em Revolução Verde? Se sua resposta foi negativa, tudo bem, hoje é esse o assunto de nosso artigo. Vamos lá?

Explica pra mim?

Podemos definir a revolução verde como um tipo de programa, ou melhor, um processo que tinha por objetivo melhorar a área agrícola, uma espécie de modernização.

Iniciado no final dos anos 1940 só foi batizado de “revolução verde” 26 anos depois, em 1966, na cidade de Washington. A ideia de modernizar a área agrícola tinha como meta elevar os níveis de produção no campo, processo que deveria ocorrer por meio da fertilização do solo, também do desenvolvimento de sementes através de melhorias genéticas, uso de insumos e poderosas máquinas que deveriam fazer dobrar a produção, além é claro, de derrubar os custos no campo.

Revolução

Como tudo aconteceu?

Os grandes responsáveis por fazer esse projeto acontecer foram os Rockefeller – uma família tradicional que teve grande influência sobre o meio industrial, político e bancário na América -. O grupo, localizado em Nova Iorque, financiou boa parte da revolução verde.

Os Rockefeller defendiam um tipo de postura ideológica que incentivava à produção de alimentos em grande escala, mas, para isso foi necessário realizar drásticas mudanças também no setor agropecuário, principalmente em países considerados de “Terceiro Mundo”. Na realidade o objetivo final era o mais nobre possível: acabar de vez com a fome.

Mas, é claro que além dos Rockefeller, outros grupos deram seu aval para que o projeto seguisse em frente, entre os quais podemos citar: o governo Norte – Americano, e também, a Organização das Nações Unidas (ONU).

Só para se ter ideia de uma parte da história de todo esse processo cabe dizer que a revolução verde teve como “estopim” um convite feito pelo governo do México ao Grupo Rockefeller, nesse “convite” era proposto que a Instituição realizasse diversos estudos sobre os “pontos fracos” da agricultura da região.

Lembra quando falamos do melhoramento genético das sementes? Pois então, foi nesse período que os cientistas desenvolveram diversas qualidades de trigo e milho, as quais deveriam apresentar como principal característica eficiência na produtividade. Foi assim que a produção agrícola mexicana deu um salto.

Posteriormente tais sementes foram espalhadas por outros países – os subdesenvolvidos, lembra? – e é claro os resultados foram os melhores possíveis. Tanto é que o cientista Norman Ernest Borlaug, considerado “o cabeça” do movimento, levou o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1970.

Um pouco do contexto histórico e econômico

Desde o início até a ascensão da revolução verde a Guerra Fria dominava o mundo, o que fez com que os Estados Unidos decidissem adotar um único sistema de cultivo para todas as regiões. Entretanto, condições como clima, relevo e mesmo recursos monetários não foram levados em consideração, fazendo aparecer um dos primeiros problemas do movimento: apenas propriedades com muito dinheiro tinham a oportunidade de modernizar suas produções.

Na sequência, diversas empresas multinacionais decidiram levar às mais diversas regiões tecnologia e pessoal especializado nas novas modernizações, tudo isso com o objetivo de melhorar a produção agrícola cada vez mais.

Além disso, outra forma de incentivo foi a liberação de financiamentos para grandes e médios produtores, assim, pesquisas e mesmo propagandas foram sendo promovidas. Afinal, quanto mais adeptos a revolução verde, maior a produção e mais comida na mesa das pessoas. Certo?

Talvez não: algumas consequências

No decorrer do tópico anterior começamos a citar algumas das consequências ocasionadas pela revolução verde. Entretanto há tópicos ainda muito mais profundos, considerados quase irreversíveis por diversos especialistas no campo ambiental.

Entre os principais problemas pode-se citar a monocultura – um tipo de produção agrícola que se baseia em único produto -. Tal procedimento causou muitos danos ao solo de diversos países, além disso, grandes áreas que antes eram de preservação ambiental acabaram por ser transmutadas em áreas de plantio de uma única cultura. Pode-se inclusive afirmar que os locais que não se tornaram regiões de plantio foram transformados em pastagens, ocasionando um sério desequilíbrio ambiental.

Na sequência cabe citar que o uso, quase indiscriminado, de agrotóxicos e produtos químicos fez o solo e as águas de muitos locais ficarem totalmente contaminados.

Então você pode estar se perguntando: mas e o problema da fome que deveria ter sido resolvido?

Bem, não se pode afirmar que a revolução verde foi totalmente inútil, afinal, em diversos lugares a produção de alimentos duplicou, até mesmo triplicou, mas o fato é que nada foi definitivamente resolvido, foi quase como tapar o sol com a peneira. E, o problema dessa história toda se deve ao despreparo e falta de planejamento dos primeiros investidores da ideia, os quais julgaram tudo de maneira generalizada não levando em consideração as peculiaridades de cada local.

Por fim, podemos citar que alguns produtores, principalmente os pequenos, não conseguiram atingir as metas pré-estabelecidas de produção e acabaram por se endividar e, portanto, tiveram que vender suas propriedades parar arcar com as despesas.