O Iluminismo: Surgimento

Surgido na Europa durante o Século XVIII, o Iluminismo é considerado um movimento intelectual que defendia o uso da razão, acima de tudo. Para os Iluministas, criadores e adeptos do movimento, só por meio do uso da razão era possível se ter liberdade e autonomia.

O Iluminismo é considerado por muitos estudiosos um movimento global, ou seja, ele não podia ser definido apenas como intelectual, porque também era político, econômico, filosófico, social e cultural.

O Iluminismo

Anteriormente ao Iluminismo, temos a Idade Média, período que para muitos o mundo se encontrava mergulhado em trevas porque a Igreja mandava e desmandava, interferindo de forma constante nos comportamentos da sociedade. O termo “Iluminismo” é uma alusão a isto.

Os desejos do movimento

O Epicentro para as ideias e desejos de muitos Iluministas foi Paris. Para estes pensadores, a criação de escolas era extremamente necessária, porque só assim, teríamos seres pensantes. Além disso, eles defendiam a liberdade religiosa, onde cada um escolheria a religião que gostaria de seguir, ou mesmo, escolheria não seguir religião alguma.

A Burguesia era a principal apoiadora do movimento e defendiam bandeiras como: A não intervenção do Estado na economia, ou seja, liberdade econômica, também, a ciência e a razão por meio do Antropocentrismo (homem no centro do entendimento dos humanos), e, por fim, o predomínio dos burgueses e seus ideais.

O movimento nasceu como forma de reação ao Absolutismo que tinha na organização da economia em feudos, na Igreja Católica, no monopólio comercial, e também, na negação do que era novo, suas principais características.

Não demorou muito para que o movimento ganhasse apoiadores e diversos simpatizantes, uns porque concordavam com os ideais iluministas, outros, por medo de perder o poder, como era o caso dos Reis Absolutistas que aderiram ao movimento.

Muitos destes Reis e Rainhas posteriormente foram denominados de “Déspotas Esclarecidos”, porque tentavam conciliar um governo Absolutista com ideias iluministas. Como exemplo pode-se citar Marquês de Pombal (Portugal), Frederico II (Prússia) e Catarina II (Rússia).

Para ajudar na divulgação das ideias defendidas pelo movimento, os iluministas criaram a Enciclopédia, um conjunto de 35 publicações que reunia todos os conhecimentos existentes até então. A Enciclopédia foi publicada entre os anos de 1751 e 1780.

Principais pensadores iluministas

Muitos estudiosos ficaram famosos por suas ideias e pelo que defendiam, entre os quais, pode-se citar:

John Locke (1632 – 1704):Considerado por muitos o pai do iluminismo, tem como principal obra o “Ensaio sobre o entendimento humano”, onde defendia que a mente humana era algo raso, sem ideia alguma, e que, portanto, deveria ser preenchida. John Locke condenou ferrenhamente o Absolutismo, enquanto defendia a liberdade como direito de cada um.

Montesquieu (1689 – 1755): Considerado um dos precursores da sociologia, fez parte da chamada “primeira fase dos iluministas”, tendo como principal obra “O espírito das leis”.

Voltaire (1694 – 1778): Um dos maiores divulgadores da ideia do movimento chegando a ser considerado polêmico por suas defesas dos ideais iluministas. Ao criticar a religião, e também, a Monarquia passou a ser símbolo do movimento. Sua obra principal foi “Cartas Inglesas”.

Rousseau (1712 – 1778): Jean-Jacques Rousseau escreveu a obra “O contrato social”, revisitada até hoje por aqueles que desejam entender melhor as bases democráticas do Estado, e como estas influenciam na condução de um governo. Foi defensor da chamada pequena-burguesia.

Diderot (1713 – 1784) e D´Alambert (1717 – 1783): A principal contribuição de ambos pensadores ao Iluminismo foi ajudar a escrever (D´Alambert) e organizar (Diderot) a Enciclopédia de 35 volumes publicada pelo movimento.

Adam Smith (1723 – 1790):Considerado, até hoje, um dos mais importantes economistas da história, defendia ideias do liberalismo econômico. Sua principal obra foi “A riqueza das nações”, onde defende uma economia baseada em oferta-procura.

O movimento no resto do mundo

Neste mesmo período em que o Iluminismo ganhou força na Europa, o Brasil vivia um período em que ocorre a queda na lavoura de açúcar, e Minas Gerais passa a ser o chamado centro econômico do país, devido a extração de ouro, que posteriormente, era encaminhado ao Rio de Janeiro.

Também por aqui os pensamentos Iluministas começam a ganhar espaço.

O Iluminismo influenciou não apenas a Europa, mas também incentivou diversos acontecimentos em todo mundo. Pode-se destacar progressos científicos como a Lei da Gravidade de Newton e a classificação dos seres vivos na biologia.

Pode-se dizer ainda que o Iluminismo foi o responsável por antecipar ideias que mais tarde influenciaram em grandes acontecimentos como a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e a Inconfidência Mineira no Brasil.

Ainda no campo das artes, nota-se uma maior liberdade nas pinturas e quadros.

Pode-se afirmar que o Iluminismo teve grande influência sobre diversos campos, um movimento que se iniciou na Europa e espalhou “a luz da razão” para as mais diversas partes do mundo. O Iluminismo significou a saída de um período obscuro, além disso, marca um importante momento em que a Instituição Igreja entra em declínio.