Rumos da estética e novo conceito de Mímese

Filosofia,

Rumos da estética e novo conceito de Mímese

Mímese

No sentido filosófico, a Estética é o estudo da relação entre a arte, o belo e a sensibilidade humana. Quando estão presentes esses fatores, temos o que chamamos de experiência. Logo, trazendo essa lógica para uma abordagem artística, devemos concluir que a arte produz uma experiência e o que condiciona essa experiência é a estética, que inclui o tema apresentado e a forma como ele se apresenta.

Há um outro aspecto que deve ser considerado nessa experiência, que é o conjunto de valores consolidados na mente do indivíduo. Esse conjunto de valores influenciará na percepção da arte, gerando múltiplas percepções da mesma manifestação artística, que podem levar da indiferença ao êxtase.

A Estética como ciência é um fenômeno bem mais recente, datado de meados do século XVIII, quando Baumgarten escreveu “Aesthetica”, que ampliou o conceito, incluindo a análise da formação da percepção e da experiência artística.

Tendências

Na visão de Aristóteles, a mimese presente na arte tinha papel preponderante na formação do indivíduo e construção da sociedade. Enquanto representação da vida, a arte permitia ao indivíduo olhar a realidade e a si próprio de modo crítico, o que contribuiria para uma formação moral autodeterminada, com base na experiência da arte.

A visão aristotélica do papel da mimese se encontra com o conceito de “Filosofia da arte”, de Baumgarten, na arte contemporânea, que tem suas raízes no Renascimento, quando o pensamento clássico é resgatado.

Ao mesmo tempo em que é sensato reconhecer o papel revelador e transformador da arte, é preciso aceitar que essa relação de percepção é dinâmica e difusa, orientada pela diversidade de indivíduos, dotados de valores e, consequentemente, percepções diferentes.

Nos tempos atuais, é preciso considerar os avanços da ciência no estudo do funcionamento do cérebro humano, da psicologia e da neurociência, como parte da investigação das formas como a mimese pode ser percebida e quais fatores constituintes da integralidade funcionam como condicionadores dessa percepção.