Resumo da desigualdade social no Brasil: Região Norte

Geografia do Brasil,

Resumo da desigualdade social no Brasil: Região Norte

Os estados do Norte são, atualmente, os de maior crescimento populacional relativo. Esta situação se apoia em três processos diferentes: os projetos de colonização na Amazônia, o ouro em Roraima e a busca de terras em Rondônia.

Em 1970, o governo militar iniciou um grande projeto de colonização, com a justificativa de ocupar o território para aumentar a segurança, mas com a intenção de aliviar as tensões sociais das outras regiões. Este projeto incluía a construção de estradas como a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém, em torno das quais se fariam grandes projetos de colonização com incentivo ao pequeno produtor, que poderia pagar sua propriedade em 20 anos e teria ajuda para comercializar seus produtos. Porém, antes mesmo da conclusão das estradas, os planos foram mudados, atrás do mito de que as pequenas propriedades eram muito custosas para o governo, este passou a apostas nos mega projetos agropecuários, os quais beneficiavam grandes proprietários de terra, que acabaram conseguindo grandes latifúndios, através de grilagens.

Região Norte

Após a decepção com os projetos da Amazônia, Rondônia passou a ser a nova esperança para os pequenos agricultores conseguirem suas terras. Assim, após a notícia de que o estado havia recebido recursos para o asfaltamento da BR 364 e para a realização de projetos de colonização ao seu redor, milhares de pessoas para lá se dirigiram. A maioria dos imigrantes partiu das regiões Sul e Sudeste. Mas os projetos de colonização foram deturpados e as grandes fazendas acabaram parando nas mãos de poucos latifundiários, a exemplo do que aconteceu na Amazônia. Com isso, os posseiros foram expulsos para as proximidades das reservas indígenas, surgindo daí um grande número de violentos conflitos entre índios, posseiros e grandes fazendeiros.

No caso de Roraima, o ouro foi o grande atrativo para a colonização da região. Durante a década de 80, milhares de garimpeiros chegaram ao estado. Este processo contribuiu para o grande crescimento da população de toda a região Norte, no entanto, na década de 90, o governo brasileiro decidiu oficializar totalmente as reservas indígenas na região, sob as quais estão os grandes depósitos de ouro. Hoje, 42% do território de Roraima é composto de reservas indígenas.

Atualmente, a principal característica dos movimentos migratórios internos é a tendência à desconcentração populacional. Estamos observando uma diminuição do crescimento das populações das grandes metrópoles, enquanto as cidades médias e pequenas iniciam uma fase de maior acréscimo populacional. A modernização das infraestruturas do território nacional, principalmente os transportes, as comunicações e as fontes de energia, permitiu que diminuísse a necessidade de concentração, tanto das populações como das atividades econômicas em geral. Não é mais necessário que as fábricas estejam ao lado dos maiores centros consumidores, basta que haja condições do produto chegar até seu consumidor através das vias de transporte. Com isso, os empregos vão se desconcentrando e consequentemente as áreas de atração populacional também.

Este processo é facilmente verificável na diminuição da emigração na região Nordeste e da imigração nas outras regiões. A exceção é a região Sul que mais recentemente passou de área de repulsão para área de atração populacional, o que está ligado às novas áreas industriais e à efetivação do Mercosul.

CONTEÚDO DESTE POST

Migrações

As migrações são movimentos populacionais no espaço. Estudá-las é buscar compreender o que faz com que as pessoas se movam de uma área para a outra, assim como porque há regiões de maior concentração populacional e outras de menor.

Os movimentos populacionais no espaço podem ser internos, quando ocorrem dentro de um mesmo país, ou externo, quando se dão entre dois ou mais países. Estes últimos são importantes para estudar o Brasil. Por sua vez, as migrações internas precisam ser estudadas para que nos auxiliem a entender as condições de vida e as transformações na economia e na política pelas quais passaram os brasileiros.

O Brasil é um país populoso mas populoso. Essa é uma frase comum nos livros e também nos vestibulares e provas. Na realidade, o objetivo populoso se refere à população absoluta do país, que é a quantidade de pessoas nele existente. Já povoado se refere à população relativa, que por sua vez é a quantidade de habitantes de um país em relação ao tamanho de seu território.

O Brasil é o quinto país mais populoso do mundo. A má distribuição da população brasileira está relacionada, justamente, à concentração das atividades econômicas e da própria ocupação original do território. Se originalmente a concentração populacional se dava no litoral por causa da colonização, que mantinha o Brasil muito ligado à economia europeia, nas últimas décadas o processo de modernização industrial concentrado nas grandes cidades provocou um grande aumento da população nestas áreas.

Aos deslocamentos populacionais no espaço damos o nome de migrações. Quando este movimento é de saída de pessoas, dizemos que é uma emigração, ao contrário de quando há uma chegada, que recebe o nome de imigração. O povo brasileiro, foi formado por movimentos migratórios internacionais que para cá se destinaram. Portanto, a influência dos imigrantes na população de nosso país é muito grande, são portugueses, espanhóis, italianos, japoneses, alemães, africanos, etc. Estes imigrantes não chegaram aqui aleatoriamente, há motivos internos e externos que levaram ao acontecimento de diferentes ciclos migratórios.

Até 1808, ano que marca a abertura dos portos no Brasil após a chegada da família real, só tinham permissão para entrar o território colonial brasileiro os portugueses.