Seca no Nordeste

Geografia do Brasil,

Seca no Nordeste

O sertão nordestino é constantemente alvo de projetos e matérias televisivas por conta de sua seca. A escassez de água e a dificuldade em manter programas efetivos na região intrigam milhões de pessoas há anos, mas você sabe por que a Seca no Nordeste é tão intensa?

Seca no Nordeste

Abordando o tema de forma mais profunda é possível detectar os fatores determinantes do clima na região, assim como entender como as condições climáticas podem ser tão distintas entre os estados brasileiros.

Entenda a Seca no Nordeste

A primeira coisa que devemos ter em mente é que a seca não atinge toda a região nordeste como muita gente pensa. Sua incidência ocorre no que os meteorologistas e geógrafos chamam de “Polígono das Secas”, uma área que engloba a parte norte de Minas Gerais e parte dos 8 estados nordestinos: Alagoas, Bahia, Paraíba, Sergipe, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

O fator humano pouco tem influência nessa faixa territorial, ali são as causas naturais que mantém o solo seco e a chuva incapaz de prover água para a população. Isso porque as massas úmidas e frias que vem do litoral e do sul do País, não tem força o suficiente para atravessar as “paredes” e aumentar os índices pluviométricos.

O sul do sertão nordestino tem como característica chuvas entre março e outubro, mas elas não são constantes e acontecem por conta de frentes frias que estão agindo no sudeste do País e são carregadas até o sul da região. Em característica é comum que a região tenha mais chuvas provocadas pelos ventos que sopram do hemisfério norte, que está mais frio quando o Brasil está mais quente, esse choque pode provocar chuvas.

As secas mais intensas acontecem sempre que o fenômeno El Niño ocorre no sertão, um fenômeno no qual as águas do Oceano Pacífico têm as temperaturas elevadas. Normalmente os moradores sabem que isso vai acontecer porque os meses de dezembro e abril começam a ser um pouco chuvosos. Essa é uma das características mais marcantes para determinar que a região passará por uma longa seca.

Já o homem contribui para o aumento das temperaturas e também para a intensidade cada dia maior, com seu desmatamento incontrolável. Com isso, as centenas de famílias que moram na região têm dificuldades para manter animais e produções, além de não terem meios de sustentar suas famílias.

Os rios existentes na região são de regime pluvial, ou seja, durante as chuvas eles enchem e cortam as regiões nordestinas, mas quando as chuvas cessam, acabam secando. Isso dificulta ainda mais os produtores e moradores locais, que costumam fazer cisternas para armazenar água para a seca. Além disso, outra característica importante da região é a construção de açudes, que barram o escoamento da água e a armazenam para o próximo período. O problema é que esses açudes acabam atrapalhando o ciclo do Rio e deixam famílias inteiras a quilômetros da água.

Entre as características da região do sertão nordestina estão à baixa umidade, o clima semiárido, as temperaturas elevadas em grande parte do ano, o solo rachado e seco e a vegetação conhecida como caatinga.

A caatinga é caracterizada por pequenos arbustos que possuem a capacidade de armazenar água, tanto em suas raízes quanto em seus caules. Essas plantas costumam servir de alimento para o gado e para as famílias, que a cortam em busca de uma pequena reserva de água. Também existem plantas que possuem outra característica para diminuir a perda de líquido, a perda de suas folhas.

A história da Seca no Nordeste e as ações que tentam reverter o quadro

Em 2012, o Nordeste sofreu a maior seca de seus últimos 30 anos. O semiárido nordestino foi o mais atingido pelo tempo seco e o baixo índice pluviométrico, e teve localização maior no sertão da Bahia. Ao todo, mais de 230 cidades foram atingidas com a falta de chuva, o que acabou agindo de forma negativa na plantação de feijão e milho e também na pecuária, principal fonte de renda dos municípios do Piauí e Alagoas.

Para tentar reverter o caso e melhorar a vida dessas pessoas os governos estaduais, municipais e também o federal incentivam a construção de barragens, açudes e cisternas, assim como buscam ampliar os investimentos na região. Carros pipas também costumam distribuir água para as famílias em situações de emergência e os agricultores são incentivados a adaptar seus sistemas de irrigação.

Um sistema de desenvolvimento sustentável também tenta ajudar as famílias a encontrarem novos meios de sustento, fazendo dessa maneira com que eles não dependam apenas das assistências de programas sociais, que nós sabemos que são bem menores do que a realidade necessita.

O Governo Federal também tentou realizar a transposição do Rio São Francisco, assim poderia diminuir os impactos da seca na região. No entanto as obras, além de polêmicas, estão paradas devido aos altos desvios de verba.