As modalidades de energia: As usinas termelétricas

Geografia,

As modalidades de energia: As usinas termelétricas

A energia é um elemento presente na própria natureza. Desde suas primeiras fases de evolução o homem vem aprendendo a utilizar as fontes de energia da natureza para melhoras diversos aspectos da sua vida. Mas, é preciso um certo cuidado ao se tratar deste tema.

Mesmo sendo de origem natural, a energia, ao ser utilizada pelos seres humanos, passa a ser um elemento social. Desta forma, a sua produção e a utilização, não dependem apenas das condições naturais de sua produção e sim dos interesses sociais a ela vinculados.

As usinas termelétricas

No momento de definir qual fonte de energia será mais importante para um país, é claro que são importantes as características naturais deste país, uma vez que elas determinam as potencialidades que este tem de produzir esta ou aquela energia. No entanto, esta definição depende também de outros elementos como o tipo de sociedade que vai utilizar a energia, os interesses econômicos e políticos ligados à sua utilização e assim por diante.

As usinas que utilizam a energia térmica funcionam da seguinte maneira: transformando a água em vapor pressurizado e canalizado, faz-se girar o eixo da turbina, gerando a energia elétrica. O aquecimento da água pode ser feito pela queima de combustíveis fosseis, como carvão, petróleo ou gás natural, ou ainda pelo aproveitamento da energia liberada na fissão nuclear.

Em geral, as usinas termelétricas, têm um custo de implantação menor que as hidrelétricas, porém sua operação é mais cara, principalmente porque gasta combustível. Além disso, esse combustível não é renovável e sua queima libera o CO2 na atmosfera, aumentando os problemas de poluição do ar.

As novas usinas termelétricas brasileiras e o gás natural

O gás natural forma-se pela decomposição da matéria orgânica no subsolo, da mesma forma que o petróleo. Muitos poços de petróleo apresentam grandes concentrações deste gás, mas ele pode aparecer sozinho no subsolo. Até a década de 70, ele era pouco utilizado. Como representa um grande risco no processo de extração do petróleo, uma grande massa era queimada em vez de ser utilizada para comercialização.

Nas últimas décadas, sua utilização vem crescendo por dois motivos. O primeiro é a tendência da diminuição da oferta de petróleo e o segundo é o fato dele ser menos poluidor, liberando 30% menos de CO2 durante a combustão. Uma boa utilização para o gás natural é o transporte rodoviário. Em automóveis, ônibus e caminhões adaptados, ele pode substituir a gasolina e o diesel, com a vantagem de ser bem mais barato, pelo menos 50%. O único obstáculo para a generalização deste uso é a falta de uma infraestrutura necessária. Por um lado, a adaptação dos automóveis para poder utilizá-lo ainda é cara. Por outro, a rede de distribuição ao consumidor ainda é muito limitada.

No Brasil, a tendência é de ampliação do uso do gás natural. O governo, através da Petrobras construiu um extenso gasoduto, ligando fontes fornecedoras da Bolívia até as regiões Sudeste e Sul. No total, são quase 5.000 km de dutos transportando gás no país.

O primeiro objetivo da construção deste gasoduto é que indústrias que até agora utilizam derivados de petróleo, passem a substituir este combustível pelo gás natural. O segundo é criar condições para a ampliação do número de termelétricas no país. O governo vem tentando mudar a matriz energética do país, passando a responsabilidade da produção de energia para o setor privado. Uma questão econômica importante desta transição é que a construção das termelétricas é mais rápida e barata, o que atrai mais facilmente a iniciativa privada.

No entanto, existem alguns problemas em relação a este crescimento do uso de gás natural no país. Quando se fala em substituir os derivados de petróleo em fábricas e automóveis pelo gás natural, não há problema algum, muito pelo contrário. O problema surge no caso das usinas termelétricas.

Mesmo com uma das maiores produções mundiais de hidroeletricidade, nosso potencial hidráulico natural ainda é sub-utilizado. O potencial instalado ainda não corresponde a 25% do potencial natural, o que significa que temos muito por utilizar. É claro que existem problemas para se expandir o sistema de hidrelétricas, como o impacto ambiental nas matas e o impacto social em relação às populações ribeirinhas. Mesmo considerando que todo o potencial nunca poderá ser utilizado devido a estes problemas ainda seria possível, pelo menos, dobrar a produção de energia em hidrelétricas no país.

A opção pelas termelétricas é bastante problemática. Primeiramente, porque o gás que vai alimentá-las não é nacional e sim importado da Bolívia, o que pode comprometer ainda mais a nossa balança comercial. Em segundo lugar, a energia produzida é mais cara, pelo menos quatro vezes mais. Mas esta diferença não importa às geradoras, que terão justificativas para repassar o aumento aos consumidores.

Para finalizar, numa época em que muitos países do mundo vêm se organizando para diminuir a emissão de gases estufa na atmosfera, devido ao risco do efeito estufa, não se justifica o Brasil deixar de lado uma fonte de energia menos poluidora e mais barata para contribuir com o aumento da poluição devido aos gases queimados nas usinas.