Colinas de Golã

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Colinas de Golã

As Colinas de Golã já foram chamadas de Colinas da Síria ou então Montes Golã e ficam localizadas em uma região chamada de Levante, uma área geográfica que fica no Oriente Médio e se resume ao Chipre, Líbano, Palestina, Israel, Jordânia e também à Síria.

A mesma região pode ser avaliada de forma diferente, dependendo do ponto de vista. Se observada em seu contexto geográfico, é uma região com características de planalto basáltico, cujas fronteiras são o Mar da Galiléia, Rio Yarmouk, o vale Hula, o Uádi Raqquad e o Monte Hermón. Já no contexto geopolítico, fica tudo um pouco mais complicado, como pode ser observado a seguir.

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As Colinas Golã na história

Há indícios dos primeiros habitantes na região desde o período Paleolítico Superior e as Colinas de Golã são citadas inclusive em relatos bíblicos. Segundo o que diz o Antigo Testamento, o local já era disputado entre israelitas e os amareus, povo que vivia próximo à Damasco.

Sabe-se também que um povo chamado de Ituriano viveu no local, e que ali permaneceu durante muitos anos desde o século II antes de Cristo até o final do período bizantino. Neste período houve alguns assentamentos do povo judaico.

Mais tarde, já no século XVI, a região foi conquistada pelo Império Otomano, permanecendo assim até que fosse transferida para os franceses, já em 1918. Somente em 1956 as Colinas de Galã se tornaram parte da República Árabe-Síria, recém-independente.

Mas a troca de controle do local não parou por aí e a região passou a ser disputada entre os Sírios e Israelenses, que continuavam aumentando os assentamentos por ali. Em 1967, houve um acordo de paz entre Síria e Israel e decidiu-se devolver o controle para os Sírios. Mas isso acabou não acontecendo na prática e por isso a ocupação e administração se mantiveram nas mãos de Israel.

Mundialmente, a região é vista como de direito da Síria, e por isso é controlada e ocupada pelas forças militares das forças de Paz da Onu, evitando assim que novos conflitos possam acontecer por ali, mas de qualquer forma, as Colinas continuam sempre no centro das disputas entre os dois países.

O interesse nas Colinas não é somente pelo valor histórico e pelo pedaço de terra em si. A região na verdade é um ponto estratégico, que possibilita o acesso a diversos recursos hídricos, o que é muito importante para uma região que sofre todos os anos com enormes secas. Além disso, por ser um local conhecido por sua beleza única, é uma excelente forma de exploração turística. Isso sem falar das vantagens militares que a altitude representa para países que estão sempre em conflitos.

Atualmente, a Síria se recusa a fazer qualquer tipo de acordo de paz com Israel, sem que envolva a devolução da região tão rica em recursos ao seu controle. Ao mesmo tempo em que Israel não apresenta nenhum desejo de retornar as Colinas de Golã para a Síria, apesar de haverem alguns boatos de que Israel até estaria disposto a abrir mão do local caso houvesse uma garantia real de segurança.

Nos dias de hoje

O que acontecerá com as Colinas de Golã ainda é algo difícil de prever. Os Sírios e Israelenses continuam em conflito desde 1967 e os últimos acontecimentos que englobam o apoio sírio para as organizações palestinas que são responsabilizadas por atentados terroristas, além do apoio aos guerrilheiros do grupo libanês Hezbollah dificultam ainda mais um acordo.
Israel tem se fortalecido nas Colinas de Golã, através do aumento de assentamentos na região e incentivando que um número cada vez maior de pessoas se mudasse para lá.

O mais próximo até agora de se chegar a um acordo aconteceu no ano 2000, quando o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, promoveu um diálogo entre as duas nações. Apesar dos esforços, nada acabou acontecendo, já que houve discordâncias com relação à divisão do local, que levava em consideração devolver o controle das águas do Mar da Galileia para a Síria.

As conversas e conflitos continuam e quanto mais o tempo passa, mais concessões os países exigem de seus opositores. Ehud Olmert, um ex-premiê de Israel, até chegou a tentar uma reaproximação com direito a acordo de paz com os palestinos, mas para ele, para que as Colinas Golã fossem devolvidas para a Síria, Damasco deveria romper de uma vez por todas as relações que mantém com o Irã, além também dos apoios a movimentos bastante hostis, como por exemplo, o já citado Hezbollah e o Hamas.

Ele já deixou o cargo, porém indicou que as negociações de paz continuassem. Mas não há nenhuma novidade com relação a isso até agora.

Enquanto isso, a guerra continua castigando a região da Síria, fazendo com milhares de pessoas tentem deixar a região em busca de paz. E Israel continua aumentando a ocupação das Colinas de Golã, para que a devolução seja algo ainda mais impensável.