Desemprego, um problema mundial: Transição demográfica na periferia da economia mundial

Geografia,

Desemprego, um problema mundial: Transição demográfica na periferia da economia mundial

Este mesmo processo de transição demográfica vem ocorrendo repetidamente em diversos países do mundo, na maior parte das vezes por causa da urbanização. No entanto, as velocidades de cada uma de suas fases, e consequentemente, o seu resultando, nem sempre são os mesmos.

Em alguns países latino-americanos, notadamente os semiperiféricos, tal processo se iniciou nas primeiras décadas do século XX. Geralmente coincidindo com a industrialização e urbanização destas sociedades. Mas é preciso lembrar que as condições históricas não foram as mesmas.

Transição demográfica na periferia da economia mundial

Em primeiro lugar, a urbanização destes países se deu de forma mais rápida, produzindo grandes cidades em pouco tempo. Em segundo lugar, muitos
avanços tecnológicos, entre eles os da medicina e o saneamento básico, que se desenvolveram conjuntamente com a urbanização europeia, já estavam prontos no século XX, o que propiciou uma queda mais acentuada das quedas de mortalidade.

As taxas de natalidade, por sua vez, demoraram mais a cair, uma vez que a modernização destes países é até hoje incompleta, não acabando rapidamente com os problemas sociais, como o analfabetismo e o acesso limitado a métodos contraceptivos eficientes.

Nestas condições, as taxas de mortalidade caíram mais rapidamente e as de natalidade mais vagarosamente, criando um crescimento vegetativo mais acentuado, ao qual muitos autores denominam de expansão demográfica.

Na maior parte dos países africanos, principalmente na África subsaariana, a transição demográfica ainda está em andamento. Com o aumento do êxodo rural provocado pela expulsão de camponeses de suas terras, devido à expansão das fazendas de plantation, um número muito grande de pessoas passou a habitar cidades com péssimas condições de vida.

Mesmo com altas taxas de mortalidade, a baixa industrialização, o analfabetismo e a falta de programas governamentais antinatalistas vêm contribuindo para um intenso aumento do crescimento vegetativo, resultante das altas taxas de natalidade. Atualmente, é nestes países que existem os maiores índices de crescimento populacional. Este mesmo crescimento exagerado está presente também em muitos países de religião muçulmana, nos quais os métodos contraceptivos são proibidos.

Entre os países da periferia da economia mundial, a China pode ser considerada uma exceção em relação à transição demográfica. Neste país, a preocupação com o elevado número de habitantes, aliado a um estado autoritário e planejador, fez nascer programas de rigorosos controles de natalidade. Entre as medidas tomadas encontramos inclusive multas aos casais que tiverem mais de dois filhos, assim como gratificações aos que não tiverem. Desta forma, a transição demográfica chinesa se completou mais rapidamente que qualquer outra no mundo, apresentando hoje um índice de crescimento demográfico baixo.

Teorias sobre a dinâmica demográfica

O crescimento da população mundial, que se deu após a Revolução Industrial, e o aumento da urbanização, levaram muitos estudiosos, inicialmente economista, a se preocupar com a relação entre produção material e o crescimento populacional.

Procurando estabelecer as relações entre o tamanho da população e suas condições em produzir riquezas, estes estudiosos criaram algumas teorias sobre a dinâmica demográfica. As três principais são: o malthusianismo, o neomalthusianismo e a teoria reformista. Cada uma delas está ligada a uma determinada corrente de pensamento econômico e social.

Entre os séculos XVIII e XIX, a Europa passou por um grande crescimento populacional. Para se ter uma ideia, nos país mais industrializado dessa época, a Inglaterra, a população passou de 9 para 40 milhões.

Nesta situação, um reverendo inglês, estudioso de economia da população, chamado Thomas Malthus, criou uma teoria sobre a relação entre o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico. Para Malthus, o crescimento da população ocorria mais rapidamente do que a sua capacidade de produzir alimentos, dada a limitação do ambiente natural para aumentar tal produção. Enquanto a população tendia a crescer em uma progressão geométrica, a produção de alimentos só podia chegar, em boas condições, a um crescimento representado por uma progressão aritmética.

Com o crescimento da população superando o crescimento da produção de alimentos existia uma tendência acentuada da ocorrência de grandes crises de fome e de miséria, assim como de guerras por territórios agricultáveis. Estas tragédias acabariam produzindo um grande número de mortes e reequilibrando a proporção entre o tamanho da população e sua capacidade de produzir alimentos.

Ao contrário do que muitos imaginam, Malthus não era a favor de guerras e epidemias de fome como forma de controlar a população. Mas enquanto economista liberal, ele vislumbrava uma tendência natural ao controle do crescimento populacional.

Para evitar que este controle fosse feito de forma tão drástica pela natureza, Malthus propunha que as pessoas se casassem mais tarde como forma de ter menos filhos. É óbvio que ele, como religioso da época, defendia como princípio que as pessoas só tivessem relações sexuais após o casamento.

Mas, essa teoria apresentava diversos problemas. O primeiro era que Malthus desconsiderou a ampliação da produção agrícola pelo cultivo de novas terras nas Américas. O segundo e principal erro, é a desconsideração com o desenvolvimento tecnológico.