Resumo da Nova Ordem Mundial: Os choques indiretos

Geografia,

Resumo da Nova Ordem Mundial: Os choques indiretos

O processo derivado da Guerra Fria que mais afetou o restante do mundo entre 1945 e 1989 foi o desdobramento do conflito para outros países, ou os chamados conflitos indiretos. Estes ocorreram de diversas formas, como na briga entre grupos guerrilheiros e governo, em movimentos de independência ou nos regimes ditatoriais apoiados por ambas as superpotências na época. O fato é que, em nome de se garantir a segurança mundial, foram cometidos os maiores massacres da história da humanidade. Os exemplos são inúmeros, como por exemplo a Guerra da Coréia e a Crise dos mísseis em Cuba.

Até o fim da Segunda Guerra Mundial, a Coreia estava sob ocupação japonesa. Com o fim do conflito, o país foi dividido em duas áreas de influência para realizar-se a desocupação. O Norte ficou sob a influência soviética e o Sul sob a americana. No ano de 1948, o líder revolucionário Kim-II-Sung, que se destacava na resistência contra o Japão desde 1932, estabeleceu na região de influência soviética a República Democrática Popular da Coréia, ou Coréia do Norte. Mas a intenção do regime comunista norte-coreano não era se isolar da parte sul, mas sim incorporá-la. Em contrapartida, os Estados Unidos apoiaram a formação de um regime capitalista na Coréia do Sul alguns meses depois.

Os choques indiretos

Não se contentando com este equilíbrio de forças, os coreanos do Norte se dirigiram ao sul da fronteira, com a intenção de realizar a reunificação. Com essa invasão, em junho do ano de 1950, iniciou-se a Guerra da Coréia. Os sul-coreanos receberam apoio americano liderado pelo general MacArthur. Já para o lado Norte e apoio veio oficialmente da China e secretamente da URSS. Apesar de os soviéticos não cultivarem nenhuma intenção expansionista na época, podemos caracterizar o conflito como uma consequência direta da Guerra Fria. As consequências foram a divisão do país e uma disputa entre as duas Coréias, envolvendo inclusive, a possível produção de armamentos nucleares na Coréia do Norte. Quando à Coreia do Sul, o país se desenvolveu como um dos Tigres Asiáticos.

A crise dos mísseis em Cuba e ditaduras militares na América Latina

Até 1959, Cuba era completamente submetida aos interesses dos Estados Unidos. Com um presidente corrupto o país se caracteriza pelos latifúndios em posse das multinacionais da produção de frutas, dos cassinos e casas de prostituição, que serviam a um turismo de segunda classe para empresários americanos e do resto do mundo. As desigualdades sociais levaram à organização de um movimento revolucionário de amplo apoio popular, liderado por Che Guevara, Fidel Castro e Raul Castro.

O regime revolucionário desapropriou os latifúndios das empresas estrangeiras, fechou os cassinos e acabou com a prostituição, estabelecendo um governo nacionalista, mas ainda não alinhado à União Soviética. Em decorrência, o presidente americano John Kennedy impôs um bloqueio econômico a Cuba e apoiou movimentos contra-revolucionários, como no caso da invasão da Baía dos Porcos. A partir daí Cuba passa a aceitar o apoio dos soviéticos.

No campo econômico, a União Soviética comprava os produtos cubanos acima do preço de mercado e vendia para esse país seus produtos manufaturados e o petróleo por um preço abaixo do mercado. Dessa forma os soviéticos estimularam o desenvolvimento econômico e social de Cuba, para que ela fosse um exemplo do socialismo a ser seguido dentro da América Latina.

No campo militar, os soviéticos começaram a instalar em 1962, mísseis nucleares de curto e médio alcance em Cuba, justificando a ação como uma defesa à ilha. Os Estados Unidos, não se conformando com essa situação, mobilizaram seu marinheiros e cercaram os cargueiros soviéticos ameaçando desfechar um ataque a eles e às bases dos mísseis em Cuba. Seguiram-se as negociações entre o presidente Kennedy, dos Estados Unidos, e o líder soviético Nikita Kruschev. No final de uma semana, os mísseis de Cuba foram retirados e levados de volta à União Soviética com a condição de que os Estados Unidos retirassem os seus mísseis da Turquia e se comprometessem a nunca invadir Cuba.

Já no século XIXI, a doutrina Monroe, sinalizava que os Estados Unidos pretendiam ter a América Latina como sua área de influência. Por outro lado, os povos latino-americanos tinham um certo potencial para se tornarem revolucionários ou menos bastante contestadores da ordem, principalmente no período da Guerra Fria. Durante o pós-guerra, a maior parte desses povos vivia em péssimas condições de saúde, trabalho e moradia, enquanto as elites que governavam enriqueciam com os processos de industrialização tardia. A industrialização levou milhões de pessoas para as cidades, onde começaram os movimentos de luta social.

O que estava se formando era um grande movimento para evitar qualquer contestação à ordem da modernização por meio da vinda de multinacionais. Os seguidores de linhas políticas extremamente diversas, como os comunistas e os nacionalistas, foram colocados todos no mesmo barco.