Resumo do Liberalismo Econômico

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Resumo do Liberalismo Econômico

Muito se fala em Liberalismo Econômico, e embora nos pareça um tema bastante atual, na verdade ele começou a ser discutido e teve suas bases estabelecidas há bastante tempo. Durante a Idade Média e depois, nos regimes absolutistas, o monarca era a representação do próprio Estado, e tinha total liberdade para interferir em todos os assuntos: políticos, religiosos e econômicos.

O Liberalismo Econômico vem justamente para tentar impedir uma dessas interferências, em prol de um desenvolvimento melhor da nação. Sem mais delongas, vamos ver um resumo do Liberalismo Econômico, contando como ele surgiu e quais são as suas principais características e princípios.

Liberalismo Econômico

Resumo do Liberalismo Econômico – surgimento

É possível resumir a teoria do Liberalismo Econômico, de uma forma bem objetiva e sintética na seguinte frase: o Estado não deve interferir nas relações econômicas, sejam elas travadas entre pessoas, mercados ou nações. Isso significa que esse pensamento defende a liberdade da economia, de modo que ela se regule sozinha.

O pensamento econômico liberal tem suas origens no século XVII, quando o filósofo John Locke publicou alguns trabalhos sobre política que serviram como base para os pensadores posteriores. Já no século XVIII, foi quando o Liberalismo Econômico ganhou força e mais adeptos. O seu principal e mais conhecido representante foi o também inglês Adam Smith, com o livro “A riqueza das nações”. Ele é considerado o pai dessa corrente e essa obra é praticamente um manual, que reúne o pensamento da época sobre o assunto.

O Liberalismo Econômico vem com força no final do mercantilismo, afinal, naquele momento passou a ser necessário o estabelecimento de novos paradigmas que orientassem a relação entre governança e economia no capitalismo que estava se consolidando. Vale lembrar que o mercantilismo foi o modelo econômico praticado durante o Absolutismo e uma das suas premissas era a forte intervenção do Estado na economia, regulando todo o mercado.

Pois bem, as monarquias absolutistas começam a entrar em crise até caírem definitivamente e o mundo mergulha em uma avalanche de transformações. Na Inglaterra, ocorreu a chamada Revolução Burguesa, entre os anos de 1640 e 1660, que tem como uma das principais consequências a instauração de uma nova lógica na sociedade, não mais baseada na servidão, mas na prosperidade. A propriedade privada ganha uma importância enorme, assim como a própria liberdade.

Os ideais capitalistas se consolidam e a sociedade burguesa que surge depois da Revolução pode ser chamada de sociedade capitalista, que tem o liberalismo como ideologia.

Vale lembrar que tudo é um processo. Foi em meados do século XVII que aconteceu a Revolução Burguesa, que modificou o pensamento da sociedade, influenciando a produção de teorias sobre o Liberalismo Econômico. É por isso que essa filosofia é considerada típica do século XVIII, embora as bases para que ela pudesse acontecer e ganhar força sejam anteriores a isso.

No livro “A riqueza das nações”, Smith defendia que a prosperidade econômica e o próprio acúmulo de riquezas resultariam do trabalho livre e sem intervenções. Ainda segundo ele, não era necessário que ninguém interferisse no mercado, porque ele mesmo tinha seus próprios mecanismos para se regular, era a chamada “mão invisível”.

Além de Adam Smith, o Liberalismo Econômico contou com a colaboração de outros pensadores, como François Quesnay e Vincent de Gournay.

Resumo do Liberalismo Econômico – Princípios e Neoliberalismo

Agora que você já entendeu como surgiu essa filosofia, vamos ver quais eram os seus principais princípios, o que a caracterizava:

• Livre mercado – liberdade econômica que deveria ser preservada em todas as instâncias como vimos anteriormente, ou seja, nas relações entre pessoas, mercados e países;

• Governo limitado – participação mínima do Estado nas questões econômicas da nação. A participação nula não seria possível, então, ela deveria ser extremamente limitada;

• Defesa da propriedade privada (que aliás, é bem característica do capitalismo);

• Estado de Direito – igualdade de todos perante a lei.

Até aqui, falamos sobre o Liberalismo Econômico Clássico, que se manteve firme até a década de 70, quando deu lugar para o Neoliberalismo.

Em 1973, o economista Milton Friedman surgiu como um dos elaboradores do Neoliberalismo, que adaptou o Liberalismo Clássico para a nova realidade que estava sendo vivenciada, inclusive com a crise econômica desencadeada pelo aumento do preço do petróleo. Entre as características do Neoliberalismo, que é um pensamento vigente até hoje nos países capitalistas, destacamos:

• Mínima participação do Estado na economia e no mercado de trabalho;

• Abertura dos países para a entrada de indústrias multinacionais;

• Tendência de privatização das empresas estatais;

• Defesa dos ideais do capitalismo;

• A base da economia de um país deve ser formada por empresas privadas;

• Os preços dos produtos devem ser regulados pela lei da oferta e demanda.

A principal crítica feita ao Neoliberalismo é que ele não seria benéfico para os países em desenvolvimento, onde provocaria o desemprego, aumento das diferenças entre as classes sociais e salários baixos. Os críticos dizem que o sistema só funciona para nações já desenvolvidas.