Resumo sobre a Cartografia

Geografia,

Resumo sobre a Cartografia

A cartografia é a atividade que estuda e opera as técnicas científicas e artísticas relacionadas a criação de mapas (também chamados de cartas) de acordo com a projeção de escalas. É a ciência da representação gráfica como um todo.

A palavra foi criada pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, na França, no ano de 1839. O destino final foi o historiador brasileiro Francisco Adolfo Varnhagen.

Desenvolvimento da Cartografia:

– Primeiros mapas

Cartografia

O uso da Cartografia foi consagrado durante o período renascentista, entre os séculos XV e XVI, mas os primeiros mapas datados pela Historia são do ano de 2.300 a.C., feitos em uma tábua de argila com a representação do rio Eufrates, na região da Mesopotâmia, onde está localizado o Iraque atualmente. Outros registros cartográficos também foram encontrados no Egito, no ano 1000 a.C., com desenhos de locais, trilhas e rios.

Os primeiros mapas ocidentais foram traçados pelos gregos no século VI a.C., por conta da navegação e rotas de guerras. A Grécia estabeleceu os primeiros métodos de confecção dos mapas na forma que conhecemos atualmente, com a redução de medidas do tamanho das superfícies em escalas.

O primeiro livro geográfico da história foi feito pelo grego Hecateu, por volta de 500 a.C, com a representação cartográfica da Terra no formato de disco, e a Grécia como centro do universo, mas foi Claudius Ptolomeu que chegou a um formato esférico mais próximo do utilizado hoje.

Durante o período das Grandes Navegações, no século XV, surgiram novos mapas feitos por navegadores, que também traziam a presença fictícia de sereias e monstros marinhos. Mesmo com a fantasia, esse período possibilitou a descoberta de novos países e continentes para que os cartógrafos pudessem coletar mais dados e trabalhar na projeção de superfícies curvas em impressões planas, designando uma nova era para a Cartografia.

– Cartografia Moderna

Com a abertura do Mar Mediterrâneo, a navegação marítima começou a explorar um novo mundo e os mapas passaram a ser fortemente utilizados em expedições e no comércio.

Com o surgimento de objetos como a bússola, o astrolábio e embarcações, chamadas de caravelas, surgiu uma nova perspectiva para as navegações, e consequentemente para a Cartografia Moderna.

Uma diferença crucial nos novos mapas era a presença da rosa-dos-ventos indicando a direção norte, sul, leste e oeste e novos símbolos geográficos. Somente em Portugal, foram datados mais de 600 mapas diferentes entre os anos de 1485 d.C. até 1700 d.C.

Considerado o pai da Cartografia Moderna, o geógrafo, astrônomo e matemático, Mercator (1512 – 1594 d.C.) , foi o responsável pela ruptura de ideias antigas sobre a visão e representação da superfície da Terra, apresentada pelo grego Ptolomeu.

O geógrafo introduziu ideias novas e revolucionárias para a época, como a projeção cilíndrica que influenciou diretamente no desenvolvimento da Cartografia nos séculos seguintes. Também foi Mercator que criou a nomenclatura Atlas para designar a sua primeira coleção de mapas, datados do ano de 1578. O nome foi uma homenagem ao titã Atlas, condenado, pelo deus Zeus, a carregar eternamente em seus ombros o peso da Terra.

– A Cartografia atual

A Cartografia atual é derivada de um processo árduo de novas descobertas, a partir do século XVIII, como a invenção do telescópio. Nos períodos seguintes, a criação de bancos de dados digitais sobre o tamanho e formato da Terra contribuíram para chegarmos a um conjunto amplo de mapas e projeções cartográficas.

Atualmente, com a evolução da tecnologia e consolidação da era digital, a quantidade de informações obtidas sobre cada parte da Terra possibilitou não apenas a descoberta de novos territórios, como uma projeção de mapas mais próxima da realidade.

Com as fotografias realizadas por satélites, aviões, drones – que conseguem alcançar regiões ainda mais inóspitas ou zonas de guerra, por exemplo -, e computadores com recursos avançados, os geógrafos podem medir espaços e criar mapas com precisão de até 1 metro.

Essas fotografias são tiradas de diversas dimensões e ângulos, e quando sobrepostas podem criar uma só imagem com relevo, com detalhes nítidos da tipografia do espaço. Com essas imagens, o tipógrafo pode precisar mais detalhes específicos que ajudarão na projeção dos mapas.

Os mapas atuais não são mais feitos e guardados em pergaminhos ou pedras de argila. Sua confecção acontece em programas com software específico de ilustração e seus dados processados e mantidos em modernos bancos de dados.

Importância da Ciência para a Cartografia:

Cientistas, inventores e pensadores foram fundamentais para a evolução e chegada da Cartografia ao estágio atual. Não se pode deixar de destacar a criação dos aparelhos que revolucionaram a navegação e tecnologia, mas antes do surgimento desses recursos, grandes nomes influenciaram diretamente nos conceitos e projeções da Cartografia.

Um desses nomes é Nicolau Copérnico, astrônomo e matemático polonês que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi o cientista que revolucionou a concepção do universo ao confrontar o geocentrismo aristotélico. Na época, a maioria dos povos achava que a Terra tinha um limite e ao se chegar nele qualquer navegador poderia cair em um submundo mitológico. Esse medo se refletia diretamente nas mudanças de rotas de navegação e na projeção de mapas cartográficos.

Outros nomes não tão conhecidos, mas igualmente importantes, são o de Erastótenes, o primeiro cientista a calcular o tamanho do raio da Terra; Fernão de Magalhães, o primeiro navegador a circular os hemisférios do globo terrestre; e Alexander Von Humboldt que iniciou o uso de curvas que representam as temperaturas em uma unidade de tempo, também chamadas de isotérmicas. Através do trabalho de Von Humboldt criou-se o conceito de “meio ambiente geográfico”, em que as características da fauna e da flora dependem das condições climáticas, relevo e latitude de cada localidade.