Resumo sobre Deriva Continental

Geografia,

Resumo sobre Deriva Continental

Ao longo das eras geológicas, os grandes períodos de tempo nos quais se divide o processo evolutivo das crostas terrestres e suas transformações, as terras emersas – os continentes – passaram por suas próprias mudanças de forma e localização, movimentando suas massas continentais por sobre o planeta Terra.

Faremos um resumo sobre Deriva Continental, que é o nome dado à teoria desenvolvida pelo geólogo e meteorologista alemão Alfred Wegener em 1915, através da obra A Origem dos Continentes e Oceanos, em que ele afirma que há cerca de 200 milhões de anos os continentes não eram separados, mas todos faziam parte de um único bloco de massa continental que foi denominada Pangeia, e ao redor dele, por conseguinte, havia um único oceano, chamado de Pantalassa.

Deriva Continental

O nome Pangeia é um nome inspirado na mitologia grega: “Pan” significa o todo, algo inteiro. “Geia” veio da deusa mitológica Gaia, que representa a Terra Mãe, o elemento primordial nascido do Caos, a primeira divindade surgida no universo. Percebe-se que nisso há uma conotação que coincidentemente revela a história da formação da terra: Primeiro o caos, com o Big Bang, depois a formação da terra.

Já o Pantalassa é a junção do “pan” que já conhecemos e “Thalassa” que é uma designação grega para o mar.

Nesse resumo sobre deriva continental, abordaremos:

• O surgimento da teoria;
• Suas evidências;
• Detalhes sobre a separação dos continentes;
• As causas da deriva continental.

Como surgiu a ideia da Deriva Continental?

Alfred Wegener não foi o primeiro a ter tal percepção. Em fins do século XVI, o cartógrafo Abraham Ortelius percebeu que as costas dos continentes tinham uma peculiar similaridade: havia uma geografia que sugeria um encaixe entre a costa ocidental da Europa e a costa oriental da América do Norte, enquanto o leste da América do Sul possuía a mesma coincidência de encaixe de sua costa com a costa oeste da África.

Em 1858, o também geógrafo Antônio Sniper-Pellegrini, ao ter a mesma percepção de Ortelius, desenhou um mapa com os continentes encaixados.

Entretanto, apenas posteriormente, quando analisados os fósseis encontrados nos diversos continentes e suas formações geológicas, e encontrando coincidência de análises a respeito de ambos, foi que alguns geólogos passaram a dar crédito à possibilidade de um único continente ter dado origem aos vários que hoje existem.

A cisão ocorreu inicialmente com o surgimento do Mar de Tétis, que viria a se tornar o Mar Mediterrâneo. Surgiram então dois grandes blocos: a Laurásia, ao Norte; e a Gonduana (ou Gondwana), ao sul. Esses blocos começaram a se separar há aproximadamente 65 milhões de anos, para dar origem aos atuais continentes: A Laurásia deu origem aos continentes da América do Norte, Europa, Ásia e Ártico, enquanto a Gonduana posteriormente veio a se tornar os continentes separados da América do Sul, África, Austrália e mais um país: a Índia.

Com a deriva das Américas para o Oeste do Planeta, a pressão sobre as rochas e a intensa atividade vulcânica da época resultaram no surgimento das grandes cadeias de montanhas a oeste de todo o grande bloco americano: Cordilheira dos Andes e Sierras Madres.

Do outro lado, os mesmos fatos fizeram com que o bloco leste também se dobrasse, resultando na Cordilheira do Himalaia e na inúmera quantidade de montanhas submarinas que existem no fundo do Oceano Pacífico, além dos guyots – montes de origem vulcânica já aplanados pela erosão causada pelas correntes marítimas. Há de se lembrar também que essas mesmas cadeias de montanhas do Pacífico, em suas partes emersas, formaram os vários arquipélagos orientais que incluem, entre outros, o Japão e as Filipinas.

O que causou o movimento dos continentes?

A palavra “deriva” nos remete aos barcos perdidos em alto-mar, sem controle sobre sua direção e destino, certo? E é essa também a característica da ideia que deu origem ao termo.

Os continentes e a parte mais externa da terra está assentada sobre uma camada de rocha fundida que compõe o manto sobre o núcleo da terra que, por produzir interações magnéticas, faz com que os continentes, formados por placas tectônicas, movimentem-se continuamente.

As placas tectônicas são a parte mais externa da crosta terrestre, composta pela litosfera externamente e, internamente, pela camada de manto solidificada. A astenosfera, parte viscosa do manto, suporta as duas supracitadas e é sobre ela que as placas deslizam lenta e continuamente.

O movimento dos continentes continua?

Fechando nosso resumo sobre deriva continental, respondemos a essa pertinente questão: Sim. Ainda hoje, pelos mesmos motivos relativos à formação da terra, os continentes ainda se movimentam e a deriva permanece constantemente, pois as placas sobre as quais os continentes estão continuam a se mover sobre o manto.

Existe, inclusive uma teoria, chamada de “Teoria de Expansão do Assoalho Oceânico” que está em estudo desde 1961, iniciada pelos geólogos Harry Hess e Robert Dietz. Ela defende a ideia de que à medida que uma placa tectônica se desloca do seu ponto de origem, ela sofre resfriamento e se torna mais densa, encontrando-se com as placas continentais, formando fendas chamadas zonas de subducção: encontros de placas que causam a sobreposição de uma sobre a outra.