Migração externa do Brasil

História do Brasil,

Migração externa do Brasil

O Brasil é um país muito rico culturalmente, e grande parte desta diversidade e riqueza se deve aos movimentos migratórios, os quais propiciaram a vinda de diferentes culturas ao país.

Para que possamos compreender melhor, os chamados movimentos migratórios são compostos por dois fenômenos: a Emigração e a Imigração. A emigração ocorre quando uma população sai de um país para viver em outro, já a imigração refere-se a entrada de tais pessoas no país – destino escolhido.

Migração

Os movimentos migratórios podem ser ainda de dois tipos: definitivos (quando o migrante se estabelece definitivamente), ou, temporários (locomoções sazonais ou diárias).

Este artigo tem a função de discutir e explicar a migração externa do Brasil.

Conceito

Denomina-se migração externa o deslocamento de pessoas do Brasil, ou de outras nações, em direção a determinados países. Em geral, os destinos escolhidos são as nações desenvolvidas, também conhecidas como “primeiro mundo”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) a migração está relacionada à movimentação de pessoas que ocorre em determinado espaço geográfico quando os indivíduos fixam-se em territórios específicos.

Há relatos de que no Brasil, a imigração tenha iniciado por volta de 1530, por meio de uma expedição de Martim Afonso de Sousa. Os portugueses vinham ao Brasil, em busca de recursos naturais, ou seja, tinham por objetivo a exploração.

Além disso, ressalta-se que os portugueses imigravam por um curto período, posteriormente retornando a Europa, sendo assim, não podemos dizer que essa era uma imigração definitiva.

O início dos processos migratórios no Brasil

Tão logo as Capitanias Hereditárias foram criadas e o cultivo da cana de açúcar teve início, portugueses e escravos passaram a viver definitivamente no Brasil. As regiões escolhidas foram o Litoral do país, também, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.

Durante o Brasil Colônia a maior e mais importante corrente imigratória foi a dos portugueses, com início em 1530 e fim no ano de 1986.

Por volta dos Séculos XVIII e XIX até o início do século XX um grande movimento migratório tomou conta do mundo, e o Brasil não ficou de fora. Para muitos historiadores, quase 60 milhões de europeus migraram para diversas partes do mundo, principalmente para os continentes Americano, Asiático e Africano, em busca de colônias. Pode-se dizer que nesse período a Europa foi um continente de emigração. Hoje a Europa é considerada um local de imigração, afinal é o destino de muitos aventureiros, sejam apenas viajantes, ou pessoas em busca de melhores oportunidades.

Mas isso só aconteceu depois de um período marcado por conflitos, perseguições religiosas e políticas, e também, grandes surtos de epidemias em toda Europa.

Correntes migratórias e o contexto da época

No Brasil destacam-se ainda as correntes migratórias italiana, espanhola e alemã. Por volta do ano de 1850, o crescimento da cultura do café na região Sudoeste do país incentivou o governo da época a criar campanhas que convencessem imigrantes, principalmente, europeus a virem para o Brasil. Entre as medidas adotadas na época estavam: o financiamento de passagens e a garantia de moradia e emprego.

Uma propaganda muito bem pensada, porém, que escondia a realidade do trabalho duro nas lavouras de café sem o devido recebimento dos salários. Por anos, diversos imigrantes trabalharam nos cafezais sem receber nenhum “tostão”, em condições que se assemelhavam a escravidão.

Devido a isso, em 1859 a Alemanha proibiu a saída de imigrantes em direção ao Brasil, na tentativa de evitar que fossem escravizados e enganados.

O Sul do Brasil também atraiu muitos imigrantes, entretanto nessa região eles fundaram colônias e povoados, muitos compraram a própria terra a preços baixíssimos e assim se estabeleceram nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

Já no ano de 1908 foi a vez dos imigrantes japoneses chegarem ao Brasil para trabalhar nos cafezais. Contudo, por volta da década de 1970, muitos descendentes de japoneses regressaram a “Terra do Sol Nascente” em busca de melhores oportunidades de estudo e emprego.

A atual situação

Desde a década de 1970 o número de brasileiros que sai do país é maior do que o número de pessoas que vem para cá. Os principais motivos para isso foram o Regime Ditatorial (1964-1985) e também os salários pagos, afinal em países de primeiro mundo paga-se mais pela mão de obra do que no Brasil.

O Brasil se tornou um país de emigração, a maioria dos povos que procuram o país é de origem angolana, boliviana, chilena, coreana, peruana e paraguaia.

Os movimentos migratórios, bem como a migração externa do Brasil, são movimentos responsáveis por uma grande troca cultural, por uma forte miscigenação entre diversos povos e pelo surgimento de costumes específicos.

Consequências como o aumento do contingente populacional e o crescimento da mão de obra são observáveis nos movimentos migratórios. Mas há ainda que se questionar pontos como o desemprego e a falta de preparo de certos países para receber imigrantes.