Resumo do Golpe de 1964

História do Brasil,

Resumo do Golpe de 1964

O Golpe Militar que se instaurou no ano de 1964 em território brasileiro certamente é um dos grandes marcos na política do país. Com apenas 50 anos de história, muitos são os indivíduos que ainda sofrem com as consequências que esse período trouxe para o país até decretado o seu fim, em 1988, juntamente com o processo de redemocratização do país.

Cenário político

No começo dos anos 60, o território brasileiro estava passado por uma série de problemas políticos, ocasionados principalmente por conta da renúncia do então presidente Jânio Quadros, que deixou o mandato do país nas mãos de João Goulart, popularmente conhecido na época como Jango.

Golpe de 1964

Goulart tinha algumas propostas de governo não adequadas para aquele momento: sua tendência esquerdista apoiou uma série de medidas que não foram aprovadas nem pela população nem pela oposição. Entre uma de suas principais propostas podemos destacar o planejamento de uma reforma de base que tinha como principal intuito diminuir as barreiras criadas por meio da desigualdade social. As reformas políticas que integravam as ideias do então presidente envolviam a reforma educacional, eleitoral, bancária e em especial, agrária. Isso fez com que a elite brasileira começasse a temer a perda do próprio poder econômico, o que impulsionou a adoção de algumas medidas capazes de enfraquecer o presidente, como o próprio parlamentarismo.

O presidente também tinha como intuito acabar com a instabilidade tanto política quanto econômica do país, motivo pelo qual propôs o controle monetário de valores enviados ao exterior, assim como reformas de caráter constitucionais, voto para analfabetos e possibilidade de voz para os estudantes universitários.

A tomara de poder pelos militares

Porém, o que realmente culminou no Golpe Militar no ano de 1964 foi a proposta ousada de Goulart de realizar em território brasileiro a reforma agrária, assim como realizar a nacionalização de refinarias de petróleo, que antes eram estrangeiras.

Com o apoio principalmente da elite brasileira, foi organizada a Marcha da Família com Deus pela liberdade, na capital paulista. A organização do evento se deu tanto por parte do clero empresariado e conservador como também pela própria imprensa. Com cerca de 500 mil pessoas nas ruas demonstrando insatisfação, sendo os principais motivos para estarem nas ruas a defesa da política brasileira e a própria reforma da Constituição.

Foi então no dia 31 de março de 1964 que os militares deram início à tomara de poder, impulsionando o golpe que tiraria Jango do poder. No dia 02 de abril Goulart deixou o seu cargo em Brasília e fugiu para Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
Depois, Goulart se exilou em território uruguaio e quem assumiu o poder no país foi o General Humberto Castelo Branco, o chefe maior do Exército Brasileiro.

O decreto AI-1 – Ato Institucional de número 1 foi decretado no dia 09 de abril do ano de 1964, e além da deposição do presidente, o decreto dava também direito ao exército para cassar os mandatos políticos da época.

Foi nesse período que se deu início à tomada de grande parte das cidades brasileiras, que agora, tinham as suas ruas repletas de policiais e soldados armados, além de jipes, tanques e outros. A UNE – União Nacional dos Estudantes com sede no Rio de Janeiro foi incendiada pelos militares, e todas as associações que apoiavam Goulart e seu modelo de governo foram totalmente tomadas pelos soldados militares, como é o caso por exemplo de sindicados e de demais sedes de partidos políticos.

Durante a época, devemos destacar que o golpe de 1964 foi totalmente apoiado pela população brasileira, e ganhou grande repercussão em veículos da época como é o caso do Jornal do Brasil, O Globo, Diário de Notícias e outros.

Um dos grandes motivos que ocasionou o golpe foi a própria pressão dos meios de comunicação, que tentavam convencer a população de que os métodos de governo utilizados por Goulart transformariam o Brasil em um país similar à Cuba ou China.

Curiosidades

Por fim, foi então dessa forma que o território brasileiro entrou na Ditadura Militar, que por sua vez, trouxe muitas mortes, extinção de muitos órgãos, alta recessão e principalmente, problemas com a inflação.

Durante o governo militar houve a invasão de órgãos como a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, perseguição de jornalistas e ataques em grandes veículos de comunicação (que por sua vez, tinham a sua liberdade de imprensa totalmente zerada).

O movimento que tirou o Brasil da Ditadura Militar causada pelo golpe de 1964 foi o Diretas Já, organizado principalmente por jogadores de futebol, políticos da oposição, artistas e outros milhões de indivíduos que estavam insatisfeitos com a situação do país.

Quem deveria assumir o posto da presidência, com o fim do regime militar, era Tancredo Neves. Porém, ele adoece e acaba falecendo, sendo José Sarney o presidente que assume a redemocratização do país, aprovando a Constituição de 1988.