Resumo do Plano Cohen

História do Brasil,

Resumo do Plano Cohen

O plano Cohen nada mais é do que um falso programa criado com o intuito de derrubar o governo de Getúlio Vargas, sendo ela uma atribuição falsa ao Partido Comunista Brasileiro, que supostamente mantinha falsas atuações ligadas aos partidos internacionais.

Sobre o plano Cohen

O plano Cohen foi apresentado como se fosse um plano que permitisse a atuação comunista no país. Sua apresentação foi feita por meio do chefe do estado maior do Exército do país: o general Góes Monteiro, que preparou um discurso para ir à rede nacional no horário obrigatório do famoso (e ainda presente) programa de rádio “A Hora do Brasil”.

Plano Cohen

Segundo o discurso preparado, ficava claro que o Brasil estava prestes a passar por mais um período de governo comunista caso não se cuidasse, assim como ocorreu com a intentona comunista, no ano de 1935. A intentona, por sua vez, foi uma tentativa de dar o golpe e depor o presidente Getúlio Vargas, sendo ele uma iniciativa do PCB – Partido Comunista do Brasil. A ação foi liderada pela ANL – Aliança Nacional Libertadora.

Quando em rede aberta e nacional de rádio, o general Góes Monteiro aproveitou a oportunidade para fornecer todos os detalhes acerca da informação, dizendo ainda que alguns sequestros eram planejados com a liderança da oposição, chamados na época de ‘revolucionários’. Segundo o general, os principais alvos desse sequestro seriam os ministros do estado, assim como os presidentes tanto da Câmara quanto do Senado e do próprio Supremo Tribunal.

Durante a locução da mensagem, Góes foi bem específico ao dizer que os sequestros deveriam acontecer nesse mesmo dia, e a intenção dessa ação era botar pressão nas autoridades, em caso de algum fracasso na instauração do comunismo.

Dessa forma, a população ficaria assustada com a possibilidade de um golpe comunista, que colocaria o país na mesma situação política que outras nações comunistas como é o caso de Cuba e China. No próprio pronunciamento, realizado no dia 30 de setembro do ano de 1937, o general foi claro ao dizer que todos os chefes militares seriam eliminados, além dos estudantes e dos simples operários. Por outro lado, a possibilidade de depredação de residências e demais espaços, assim como a própria liberação dos presos em penitenciárias de todo o país foram grandes motivos para que a população ficasse totalmente fragilizada, e à espera de uma ação por parte do governo.

Por que ‘Plano Cohen’?

O plano Cohen ganhou esse nome como uma verdadeira homenagem à Bela Cohen, um dos mais expressivos líderes comunistas de todos os tempos, sendo o representante do governo da República Soviética da Hungria, que marcou o seu início em 1919.

O documento, por sua vez, foi escrito por Olímpio Mourão Filho, que atuava como principal chefe da AIB – Ação Integralista Brasileira, um partido político que tinha orientação nazista e que era a favor do governo de Getúlio Vargas. Ele trabalhava no setor de serviços secretos, e dessa forma, não foi difícil desenvolver o documento e torná-lo público sem que ninguém desconfiasse se ele era verdadeiro ou não.

A revelação do plano Cohen ocorreu em 1937, e foi só com o início do Estado Novo, em 1945, que se descobriu a falsidade do mesmo.

O próprio general Góes explicou que o programa criado nada mais era do que uma fraude. Assim, seu principal intuito era oferecer uma justificativa para que Getúlio permanecesse no poder da República Brasileira, protegendo a nação contra uma invasão comunista.

Ao simular a revolução comunista que possivelmente se instauraria em território brasileiro, Mourão Filho enviou o mesmo para as Forças Armadas, que estavam no controle do general Góes Monteiro. Com o intuito de enfraquecer de vez os movimentos esquerdistas, Góes o tornou público, contra toda a oposição ao governo.

Sendo assim, é dessa forma que Getúlio Vargas se tornaria um presidente sem qualquer modelo de oposição: nem da direita, e nem dos esquerdistas. Essa foi a única forma encontrada de fazer com que a continuidade do seu governo seguisse sem qualquer incomodo, tanto da oposição quanto da própria população.

O fim da fraude

O Plano Cohen deu grande estabilidade para o governo de Getúlio Vargas, já que nessa fase os partidos políticos foram totalmente suprimidos, ou seja, não havia qualquer grupo de oposição. Por outro lado, Vargas também possibilitou a pena de morte no país e o estado de emergência fez com que o presidente estivesse autorizado a invadir qualquer espaço físico.

Depois de quase oito anos mantendo essa mentira contra toda a população brasileira, em 1945 Góes finalmente revelou que o plano era falso e tinha como intuito manter Getúlio Vargas no poder, suprimindo a eleição de 1938 e acabando com todo e qualquer modelo de ameaça comunista.

Durante essa fase de declarações, ninguém queria assumir a responsabilidade da farsa: Góes jogou a responsabilidade para Mourão Filho, que por sua vez, assume ter escrito o documento, mas unicamente para uso da AIB.