Resumo do Segundo Reinado: O desenvolvimento da cafeicultura

História do Brasil,

Resumo do Segundo Reinado: O desenvolvimento da cafeicultura

Na Europa, o café passou a ser considerado no século XVII, uma bebida de luxo. Inicialmente ele era produzido nas colônias francesas do Haiti e da Guiana Francesa. Entende-se que foi a partir desse momento que ele entrou em território brasileiro, através do Pará, no ano de 1727. Somente em 1760 foi que o café chegou ao Rio de Janeiro, já que ele era cultivado apenas para consumo doméstico nas diversas regiões brasileiras.

Mas, vale ressaltar, que só se observou um aumento no valor de comércio no final do século XVIII, quando a produção francesa da colônia entrou em crise e se desorganizou, por causa principalmente aos processos revolucionários que envolveram a França e as suas colônias. Desse modo, a produção brasileira de café começou a ser realizada com o objetivo de ser exportada, o que significa dizer que ele passou a ser produzido em larga escala.

Resumo do Segundo Reinado: O desenvolvimento da cafeicultura

Cultivado inicialmente em lavouras pequenas localizadas perto do Rio de Janeiro, o café logo chegou a uma boa parte do litoral fluminense e a Zona da Mata Mineira, e obtendo mais sucesso no Vale do Paraíba, região localizada entre São Paulo e o Rio de Janeiro, atualmente conhecida como RM Vale. Foi ali que os produtores encontraram condições favoráveis para o seu cultivo, como o clima, além de ser uma área bem próxima do porto da capital. Por isso, este produto acabou se tornando a principal atividade econômica dessa região.

No ano de 1825, a produção de café chegou até São Paulo, e em 1850 atingiu a região Noroeste da província paulista.

Para o cultivo do café era necessário que matas fossem derrubadas, o que causava grande desgaste do solo e erosão, fatores que acabaram por contribuir para que a produção cafeeira do Vale do Paraíba decaísse, a partir de 1870. Nessa região, utilizava-se a força de escravos como mão de obras e a produção era feita para exportação, à maneira da plantation açucareira.

Por outro lado, o mercado internacional estava aumentando a demanda desse produto, o que acabou por favorecer que o cultivo se expandisse em direção ao Oeste Paulista. Foi nessa área, que o café encontrou o clima e o solo ainda mais favoráveis para o cultivo, o que transformou a província de São Paulo no maior centro de produção de todo o país. Já no litoral paulista, o porto de Santos, ultrapassou o Rio de Janeiro e se tornou o mais importante escoadouro da produção cafeeira. Em seguida, as fazendas de café começaram a chegar em direção a Ribeirão Preto, alcançando tempos depois o Norte do Paraná e o sul de Minas Gerais.

Em 1850, foi proibido o tráfico de escravos, o que gerou um excedente de capitais e impulsionou a produção de café ao abastecimento dos mercados europeus e norte-americanos.

Os primeiros produtores de café, diferentemente da elite produtora de açúcar, eram na maioria membros da alta burocracia estatal, sendo principalmente militares e pequenos proprietários. Os barões do café acabaram se fixando ao redor da província de São Paulo e contavam com o desenvolvimento dos meios de comunicação e de transporte.

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A liderança do café

A partir de 1820, o café tornou0se um importante produto de exportação na economia nacional e acabou assumindo o topo no ranking de exportações brasileiras, desbancando outros produtos que até então eram considerados importantes, como o algodão, o açúcar, o couro e o fumo.

O açúcar por sua vez, voltou a sofrer com a concorrência do produto antilhana. Por causa do bloqueio continental estipulado por Napoleão Bonaporte no início do século XIX, esse produto acabou ganhando de maneira progressiva o mercado europeu consumidor, o que acabou excluindo gradualmente a produção e a participação brasileira.

O Estados Unidos por sua vez, que havia se tornado o principal mercado do açúcar brasileiro, desbancando até mesmo a poderosa Inglaterra, substituíram pelas áreas recém tomadas Espanholas a produção brasileira, como Havai, Porto Rico e Cuba.

A mecanização da indústria têxtil inglesa ampliou a produção do algodão brasileiro e seu consumo. Mas, em contrapartida, o que supria o mercado inglês era a empresa de algodão norte-americana. Com o aumento da produção e da exportação, os preços desse produto abaixaram, ficando abaixo 1/3 do que realmente valia no mercado internacional.

Em território brasileiro, a produção de algodão era muito importante, já que muitas famílias complementavam a sua renda com a agricultura de subsistência. Concentrada no Maranhão, a produção só floresceu durante alguns períodos, como a Guerra de Secessão e a Guerra de Independência dos Estados Unidos.

O couro e o fumo não eram assim tão importantes para exportação, já que não contavam com condições favoráveis de expansão para os seus mercados. O couro sofria com a produção dos novos países na bacia Platina, enquanto o fumo e o consumo africano dele teve seu fim juntamente com o tráfico negreiro.