Resumo do Segundo Reinado: O início da industrialização brasileira: A Era Mauá

História do Brasil,

Resumo do Segundo Reinado: O início da industrialização brasileira: A Era Mauá

No segundo reinado, todas as dificuldades que foram impostas ao desenvolvimento de manufaturas do Brasil, juntamente com as baixas tarifas de alfandega, que eram cerca de 15%, sobre os produtos importados britânicos foram impostas pelos tratados de 1810. Manuel Alves Branco, ministro das finanças, pleiteava que houvesse um aumento da arrecadação pública quando os impostos fossem elevados. Por isso, não renovou o tratado de comércio com os ingleses e acabou decretando em 1844, dois anos depois, a tarifa Alves Branco, que aumentava em 30% o tributo sobre os produtos importados sem similares produzidos no Brasil, e para 60% nos demais casos.

Essa decisão acabou favorecendo que a manufatura interna se desenvolvesse. No ano seguinte, somou-se a elevação dos preços dos produtos importados, a implantação de novas taxas de importação, fato que acabou estimulando que indústrias de abastecimento do mercado interno fossem implantadas.

Resumo do Segundo Reinado: O início da industrialização brasileira: A Era Mauá

Com a Lei Eusébio de Queirós, que determinou o fim da escravidão, fez com que a atenção de empresários se voltasse para a indústria. Irineu Evangelista de Souza, conhecido também como barão de Mauá, esteve à frente do surto da indústria brasileira.

Irineu também acabou se unindo ao governo para a construção de diversas estradas (rodovias e ferrovias), e em 1874, trabalhou para que um cabo submarino fosse instalado, que passou a permitir que o Brasil e a Europa se comunicassem. Mas, a atuação dele não teve o apoio do governo.

Mas, a pressão que os comerciantes e cafeicultores ingleses, juntamente com os saldos da balança comercial, fez com que o governo substituísse a Tarifa Alves Branco pela Tarifa Silva Ferraz, em 1860, que reduziu as taxas para os produtos importados, o que acabou desestimulando empreendimentos novos nacionais.

Em 1878, Mauá não aguentou a concorrência dos estrangeiros, principalmente a representada pelos ingleses, e acabou perdendo empresas para o capital internacional, falindo.

Portanto, podemos dizer que o processo de industrialização brasileira, que teve início durante o Segundo Reinado significou uma modificação nas relações de dependência entre as potências capitalistas que existiam na época e o país.

A dinamização dos negócios fez com que fosse criada no Rio de Janeiro a bolsa de valores. Em 1845, o ministro Alves Branco regulamentou através de um decreto a profissão de corretor, e quatro anos mais tarde, foi instituída a Junta dos Corretores Públicos da Corte. Com a construção de estradas de ferro também fez parte do processo de modernização da economia brasileira. O objetivo principal era o de melhorar o sistema de transportes e de comunicação, facilitando assim o escoamento da produção agrícola. A primeira estrada de ferro do Brasil foi obra de Mauá e é conhecida como Rio-Petrópolis, possuindo 14 km de extensão.

A modernização dos meios de transporte uniu os centros produtores aos portos por onde a produção escoava, destacando-se o açúcar do Nordeste.

A questão da mão de obra escrava do período

A Revolução Industrial da Inglaterra acabou por consolidar o desenvolvimento do capitalismo, ampliando dessa maneira o mercado que consumia produtos industrializados, o que acabou por multiplicar as pressões para que a escravidão tivesse fim, já que ela era considerada um problema para o crescimento do capitalismo. Entendia-se que acabar com a escravidão poderia caracterizar que houvesse um redirecionamento para produtos industrializados, dos capitais que eram gastos com a compra de cativos para a de produtos industrializados. Além disso, poderia haver uma ampliação do mercado de consumidores se a mão de obra utilizada fosse a de assalariados, e não de escravos. Os britânicos ambicionavam ainda a preservação da África, já que novos empreendimentos estavam tendo início no continente.

Até que o século XIX se iniciasse, as condições, más por sinal, em que aos escravos eram submetidos e a ordem escravista não eram questionadas na América. Para os brancos, era normal que os negros fossem submetidos a longas jornadas de trabalho e a maus tratos e principalmente, que não tivessem liberdade. Mas, a Revolução Industrial alterou essa visão, que acabou despertando para outro lado os interesses de aumento de produtividade de empresários na economia.

Logo após a declaração de Independência do Brasil, D. Pedro I assumiu a obrigação de colocar fim ao regime escravista e ao tráfico de negros até o ano de 1830. Em troca, ele pedia que a Inglaterra reconhecesse enfim a emancipação brasileira. Mas, esse acordo não saiu do papel.

Quinze anos depois, em resposta a não renovação dos tratados de 1810, o governo britânico decretou a Bill Aberdeen, que estipulava que a marinha inglesa possuiria poder para que os navios negreiros que cruzassem o Atlântico em direção ao Brasil fossem apreendidos. O governo acabou cedendo à pressão, já que existiam diversas empresas inglesas por aqui, que dominavam a maior parte das exportações do nosso país.

Em 1850, foi assinada a Lei Eusébio de Queirós, que acabou com o abastecimento de escravos brasileiros. Mas, vale ressaltar que alguns senhores de engenho continuaram com essa prática de maneira ilegal.