Resumo sobre o Segundo Reinado: As intervenções brasileiras na região do rio da Prata

História do Brasil,

Resumo sobre o Segundo Reinado: As intervenções brasileiras na região do rio da Prata

As disputas por territórios, o desejo de controlar a navegação nos rios da bacia do Prata para que o acesso a algumas províncias fosse garantido e a tentativa de impedir que surgissem nas fronteiras brasileiras do sul algum poderoso estado rival, foram razões que explicam o porquê o Brasil se envolveu a partir da década de 1850 em diversos conflitos armados na região do rio da Prata.

Por causa da emancipação política que aconteceu no início do século XIX, a região dividiu-se em três países: Uruguai, Paraguai e a Argentina. O porto de Buenos Aires controlava o estuário do Prata, dominando todo o fluxo de mercadorias na região e motivando o ideal de reconstrução argentino da unidade platina. O Uruguai havia sido anexado no ano de 1816 ao Brasil, por D. João VI e tornando-se independente após 1822. Em seu projeto de unificação, acabou se transformando em um polo de rivalidade com a Argentina, o que resultou em novos confrontos.

Resumo sobre o Segundo Reinado

A fraqueza dos estados da região platina continuava mesmo após a independência do Uruguai e favorecia a influência do Brasil, que defendia a liberdade de navegação em rios da região, o que perpetuava a presença comercial da Inglaterra. Mas, a partir do momento em que passaram a ganhar força e começaram a ameaçar a ordem em vigência, diversos confrontos armados emergiram.

O poder no Uruguai era disputado entre dois partidos políticos: O Colorado e o Blanco. O primeiro era liderado por Frutuoso Rivera e composto por comerciantes uruguaios e ainda contava com o apoio do governador da província argentina e aberto do Brasil. Os Blancos recebiam o apoio do presidente da Argentina, Juan Manuel Rosas, e dominados pelos criadores de gado e pelos grandes proprietários de terra.

Os conflitos entre os criados de gado da região sul do Brasil, os grandes proprietários Blancos e os latifundiários fortaleceram a oposição a Rosas e a aliança do império brasileiro com os colorados. A vitória dos blancos nas eleições passou a impressão para o governo imperial que os interesses brasileiros estavam ameaçados. Em 1850, D. Pedro II ordenou que Buenos Aires e Montevidéu fossem ocupadas, substituindo Oribe e Rosas por Rivera no Uruguai, e Urquiza, na Argentina.

Com o apoio do colorado, Venâncio Flores, as tropas brasileiras do império derrubaram Aguirre e em 1864, empossaram Flores. Neste contexto, o governo do Paraguai acabou por romper as relações com o império do Brasil.

CONTEÚDO DESTE POST

A Guerra do Paraguai

No século XIX, o Paraguai já havia conseguido alcançar certo progresso autônomo econômico, graças a sua independência. Nesse contexto de sucesso, o governo de Solano López deu ênfase para uma política militar-expansionista. Ele pretendia criar um Paraguai Maior, e para isso, anexaria regiões do Uruguai, do Brasil e da Argentina, obtendo acesso para o Atlântico, rota importante para que a economia do país continuasse em ascensão.

Mas, toda essa expansão conflitava com os interesses da Inglaterra nessa região. Além disso, havia o medo de que o país se tornasse em um exportador de manufaturas ou que seu modelo independente de desenvolvimento servisse de modelo para outros países. Por isso, é certo dizer que a Inglaterra tinha diversos motivos para financiar e estimular uma guerra contra o Paraguai.

O Paraguai conseguiu resistir a aproximadamente cinco anos de guerra, o que demonstrou sua alto-suficiência e o grau alto de desenvolvimento, além da participação de toda a população que lutou para defender o país.

O exército brasileiro forneceu o maior contingente das tropas da Aliança. Por isso, diante de uma tropa muito bem treinada e organizada como era a paraguaia, o Brasil necessitava de uma nova força armada. Para aumentar o contingente de soldados, decretou-se em 1866 que os escravos que se apresentassem de maneira voluntaria para participar da guerra conseguiriam a liberdade. Muitos acabaram se alistando e outros foram obrigados a se alistar pelos seus senhores, já que seus filhos haviam sido recrutados.

Podemos dizer que a guerra devastou o Paraguai, causando a morte de milhares de pessoas (aproximadamente 600 mil mortos – 75% da população) e desestruturando a economia. Dos mortos, acredita-se que 99% eram homens com mais de 20 anos, e o que restou eram mulheres, crianças e velhos. Além disso, as epidemias acabaram devastando o restante da população, principalmente a da cólera, que atingiu os dois lados da guerra.

Já do lado brasileiro, a Guerra do Paraguai causou a morte de 40 mil homens, sendo a maioria de negros, além de um forte endividamento com a Inglaterra.

Pode-se dizer que a principal consequência da Guerra do Paraguai foi o fortalecimento, causando ainda a institucionalização do exército. Seu poderio bélico também tornou-se capaz de estabelecer e fixar suas ideias por meio da força, o que acabou por adicionar uma dose de instabilidade ao regime imperial.