Arte rupestre, expressão artística da Pré-história

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Arte rupestre, expressão artística da Pré-história

A arte rupestre foi a primeira representação artística do homem. Mas por que leva esse nome? Rupestre significa um gravado ou traçado em rocha. Por isso a denominação arte rupestre. Podem ser gravuras ou pinturas, desde que sejam feitas na rocha, nas paredes de cavernas e abrigos pré-históricos. Já havia manifestação artística há 40 mil anos, no período Paleolítico, antes mesmo dos homens conhecerem a escrita. Tal representação tem imensa importância histórica, afinal fornece informações sobre aquela época e propicia um entendimento melhor do desenvolvimento cultural.

Arte rupestre, expressão artística da Pré-história

Normalmente as representações são de animais selvagens, no intuito de reproduzir as caçadas feitas. Além disso, expressavam também, rituais funerários, alimentação, danças, etc. As gravuras eram realizadas com ossos de animais, pedras ou cerâmicas no lugar no pincel e as tintas eram feitas com folhas de árvores, sangue e excrementos humanos.

Por vezes as pinturas eram feitas também com os dedos. Outros materiais usados como tinta era o carvão, óxido de ferro (que propiciava as cores vermelha e amarela), além disso, cera de abelha, água, clara de ovo também eram empregadas.

Outra questão posta pelos estudiosos é que a arte era uma espécie de ritual mágico e a fim de que a caça fosse bem sucedida.

O estudo da arte rupestre

Existem historiadores e especialistas que questionam se essas representações artísticas são, de fato, formas de arte. De fato é um impasse para tal área de estudo, mas não há como negar que elas trazem inúmeras informações, como o processo de domínio do fogo o qual permitiu mais segurança para os homens que viviam naquela época.

A arte rupestre é considerada naturalista, afinal existe a presença de animais e de seres humanos na maioria das representações. Normalmente os desenhos trazem apenas um homem fazendo ações costumeiras de maneira isolada ou coletiva.

Mas não é nada fácil analisar a arte daqueles tempos. Existem diversos problemas de análise, não por conta da ausência de senso estético daquele povo. Quando algum animal era representado existiam elementos de tonalidade e proporção que tinham a intenção de salientar o que era considerado importante em sua visão.

Os indígenas da América, antes da chegada de Cristóvão Colombo, também faziam representações rupestres. Maias, astecas e incas faziam a arte denominada pré-colombiana.

Um dos grandes estudiosos dessa época é Émile Cartilhac. Viveu no século XIX e acreditava que as representações eram de autoria dos criacionistas, dessa maneira eles desmentiram a teoria evolucionista de Darwin que, segundo a teoria, o homem rupestre não tinha capacidade de fazer aquelas representações.

Em avaliações mais recentes a veracidade foi comprovada, confirmando que o homem pré-histórico tinha sim capacidade de produzir tais imagens com ferramentas básicas.

Principais representações

Existem diversos sítios de arte rupestre do mundo, os quais ficam na França, Portugal, Alemanha, Itália e norte da Espanha.

No Brasil também existem manifestações de pinturas rupestres. Um dos locais mais representativos é o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí. É o maior acervo do continente americano e é considerado Patrimônio Mundial da Unesco.

Na Chapada Diamantina, na Bahia, também existem representações artísticas com desenhos de sol, provavelmente para medição do tempo.

Outra representação bastante estudada é a da Patagônia. A representação é apenas de mãos, centenas delas. Logicamente é chamada de Caverna das Mãos com pinturas de 9 mil anos pelos indígenas.

Um padre chamado De Agostini foi quem descobriu, em 1941, essa grande relíquia histórica. Além das mãos desenhadas, também há representações de emas, desenhos geométricos, diversos outros animais, pontos, sol e linhas. As cores também são diversas: amarelo, branco, preto, ocre e vermelho.

Essa caverna também foi considerada um Monumento Histórico Nacional Argentino e em 1999 passou para Matrimônio Mundial pela Unesco.

Quanto mais se conhece de arte rupestre mais é possível desvendar sobre os antepassados, como eles viviam, quais eram seus hábitos e o quanto tinham práticas mais avançadas do que se imagina para a época.

Vale destacar que além da arte em rochas, o homem pré-histórico também fazia esculturas em madeira, pedra e ossos.

Itaquatiaras

É uma representação rupestre do nordeste e tem técnica bem trabalhada com grafismos e esculpidos em suportes de rocha muito duros, como o granito. O nome é porque em tupi itaquatiaras significa pedras pintadas.

Isso significa que, para obter as gravuras, eram usadas técnicas muito complexas de grafismo. Normalmente as representações eram o culto às águas, mas não é possível provar se de fato são.

Muitas gravuras foram realizadas nas pedras dos leitos dos rios, desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul. No nordeste a predominância é na beira do rio São Francisco, em Petrolândia – PE.

A arte rupestre, num geral, é de grande valia e importância artística para a sociedade, independente do local que se encontra. Nas mais variadas partes do mundo existem essas representações que precisam ser conservadas para que durem muitos outros anos.

Por vezes algumas delas não são abertas ao público para que não haja um desgaste maior das obras, mas algumas delas podem ser vistas ou visitadas.