História do Tibete

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História do Tibete

O Tibete fica no planalto da Ásia, ao norte da cordilheira do Himalaia, e seu território é tido como um dos mais altos do mundo, contando com uma elevação que atinge 4.900 metros de altitude. Por isso, muitos consideram o local como o “teto do mundo”. Quem mora no país é chamado de Tibetano, porém também habitam ali outros grupos étnicos, como os monpas e os lhobas, além de chineses. O Tibete ocupa uma área de aproximadamente 1,2 milhões de quilômetros quadrados, tem uma população de cerca de 2,8 milhões de pessoas e tem Lhasa como sua capital.

Saiba mais sobre a história do Tibete

Em 127 a.C uma dinastia militar decidiu fazer morada no território que hoje é o Tibete e começou a liderar aquele local até o aparecimento do Imperador Songtsen Gampo, que fez transformações no lugar, pois as pessoas viviam sob o sistema feudal. Ele criou ali um Império. Em seu reinado foi criado o alfabeto Tibetano, ele estabeleceu um sistema legal, favoreceu o livre exercício religioso do budismo e construiu muitos templos.

Tibete

A história do Tibete é marcada por guerras e conquistas, sendo que os conflitos entre a China e aquele país começaram há muito tempo, durante a dinastia chinesa Tang, que aconteceu durante os anos 618-906 d.C. Mais tarde, no século XIII, o Tibete foi dominado pelo império mongol. Em 1720, novamente foram os chineses, durante a dinastia Ching, que conquistaram aquele território. Começa aí a longa disputa da China pelo Tibete.

Quando se fala na história do Tibete não dá pra deixar de falar dos Dalai Lamas, que são um grupo político muito importante no país e que estiveram no governo durante muito tempo.

Em 1912, quando a dinastia Ching caiu, o Tibete conseguiu ser livre novamente, expulsando tropas e oficiais da região. Um ano depois, em uma conferência, tibetanos, britânicos e chineses definiram que a região ia ser dividida. Uma parte ficaria com a China e outra parte seria autônoma. Assim, o 13º Dalai Lama pode declarar de forma oficial a independência do país. Mas este acordo nunca foi ratificado pelos chineses, que continuaram a querer todo o território tibetano. No ano de 1918, os dois países entraram em um conflito armado, e, mais tarde, em 1933, quando o 13º Dalai Lama faleceu, o país ficou mais fraco politicamente.

O governo comunista chinês, que tinha como seu líder Mao Tse-tung, ascendeu ao poder em outubro de 1949 e mal pode esperar para voltar a entrar em conflito com a região. O Exército da China invadiu a cidade de Chamdo, que fica na fronteira oriental do Tibete e as tropas chinesas tomaram conta da sede do governo tibetano. Já em 17 de novembro de 1950, o 14º Dalai Lama assume sua posição de Chefe de Estado do Tibete, porém ele tinha somente 16 anos. E no próximo ano, em 23 de maio, uma delegação do país que foi à Pequim para tentar negociar acaba sendo forçada pelo governo da China a assinar um tratado, o chamado Acordo de Dezessete Pontos, que tornava o Tibete parte da China. Os chineses ameaçaram invadir o país ainda mais agressivamente caso eles se recusassem a assinar este acordo. Assim, o tratado colocava o Tibete como uma região autônoma da China, que continuaria sob o domínio do Dalai Lama. Porém, quem realmente controlava o país era a China.

Daí pra frente aconteceram muitas mudanças no Tibete. Os mosteiros já não funcionavam da mesma forma, houve muita opressão religiosa, não havia mais a mesma liberdade política de antes e muitas pessoas foram presas e assassinadas. Foi feita a reforma agrária e as ordens dos mosteiros foram reduzidas. Em 1959 houve uma grande revolta contra a China, na qual os tibetanos foram apoiados pela CIA, mas este Levante Nacional Tibetano, que aconteceu em Lhasa, foi fortemente repreendido pelos chineses, que reagiram matando vários civis, aprisionando-os e também os mandando para o exílio.

Como os tibetanos estavam com medo que o Dalai Lama fosse capturado, também com a ajuda da CIA, conseguiram cercar sua casa e mandá-lo para o exílio. Primeiro ele vai para o Himalaia e depois chega até Dharamsala, na Índia, onde se juntou a mais 100.000 tibetanos e criou o Governo do Tibete no Exílio.

A História do Tibete atualmente

No ano de 1963, o país recebeu oficialmente o status de Região Autônoma, o que não significa muito, porque a China ainda não “devolveu” o Tibete aos tibetanos, após isso ainda houve conflitos entre os dois países. Aproximadamente 120 mil tibetanos não moram no Tibete, mas em países estrangeiros. A grande maioria mora na Índia. Nem mesmo as autoridades do país moram lá, sendo que ainda vivem em situação de exílio.

A China continua a dizer que domina o Tibete apenas para realizar melhorias naquele país, mas alguns governos ainda protestam com relação a alguns aspectos deste domínio. Alguns grupos, como a Human Rights Watch, afirmam que há violações dos direitos humanos da China sobre o Tibete. Porém, a maioria dos governos reconhece que a República Popular da China é soberana sobre o Tibete e nenhum país reconhece o Governo do Tibete no exílio.