Primeiros Povos da América

História,

Primeiros Povos da América

Quando se fala em história, é muito difícil uma opinião concreta sobre determinado fato, justamente por se tratar de tempos atrás, em que as informações não eram precisas. Isso acontece com os primeiros povos da América. Existem muitas hipóteses sobre como eles chegaram a este continente. Para alguns historiadores, a criação da humanidade aconteceu na África. Após vários anos de existência, essas pessoas se deslocaram para outros lugares do planeta e, em função de tanta peregrinação, encontraram e se fixaram no continente americano.

No entanto, a versão mais aceita está relacionada com esses povos vindos do norte da Ásia, através do Estreito de Bering, espaço que separa a Rússia do Alasca, que fica nos Estados Unidos. Naquela época, por causa da glaciação, o mar estava em um nível mais baixo do que o normal. Em função disso, formou-se, entre a Ásia e a América, uma passagem natural de gelo. E foi por esse caminho que os primeiros povos da América chegaram ao continente americano.

Povos da América

Por outro lado, há mais uma teoria, a de que eles teriam chegado à América quando cruzaram o oceano Pacífico. A passagem se deu entre a Ásia e a Oceania. Estima-se que os primeiros povos da América, que migraram para o continente, teriam levado aproximadamente 20 a 70 mil anos para realizar a travessia.

O continente americano antes dos europeus

Muito tempo antes de o povo europeu chegar à América, o continente já era habitado por pessoas diferentes, com modos de vida e costumes heterogêneos. Em meados de 1492, quando Cristóvão Colombo pisou na América, deparou-se com uma terra há muito tempo povoada, denominada pelos europeus de Novo Mundo. No pensamento do navegador genovês, ele tinha chegado às Índias, por isso, chamou os originários da área de índios. Nomenclatura, esta, que foi passada para a história do ocidente.

A partir de alguns estudos, é possível observar que a América era povoada por várias tribos, formando, assim, novas culturas que, aos poucos, espalharam-se por todo o continente. Como consequência desse processo de difusão cultural, tem-se o crescimento da população ameríndia (palavra utilizada para nominar os nativos da região). Porém, o principal motivo dessa ascensão está relacionado às consecutivas migrações provindas do continente asiático. Com o passar do tempo, essas tribos foram tomando o continente e se classificam em dois grupos diferentes: o dos caçadores e coletores e o dos agricultores.

• Caçadores e coletores: tinham como forma de sobrevivência a coleta de vegetais, a pesca e a caça. Mais adiante, alguns povos começaram a cultivar produtos como a batata, o milho e a mandioca, uma agricultura mais campestre. Outra forma utilizada também era a agricultura extensiva, em que se destaca o plantio em grandes espaços, entretanto, com poucos instrumentos para auxilio no trabalho. Em épocas em que a terra terminava, a população era obrigada a mudar para onde houvesse terra mais produtiva. Como utensílios básicos para a caça eram utilizados facas e lanças, confeccionados em pedra e madeira;

• Agricultores: a principal característica desse povo era a hierarquia social, que era conduzida de forma bastante rígida em função do agrupamento das comunidades em grandes cidades e do amplo desenvolvimento material. A forma de vida se dava em torno da produção agrícola intensiva, em que, com o uso contínuo do solo, permitia-se a utilização de técnicas de cultivo, tais como o tratamento da terra e a adubação. Porém, as terras eram coletivas. Não existia a propriedade privada. Com isso, o governo monopolizava todas as determinações relacionadas à construção de obras e à agricultura.

Os primeiros povos da América no Brasil

No nosso país, os primeiros homens a se instalarem aqui constituíram grupos de coletores e caçadores, que possuíam total domínio do fogo e capacidade para construir instrumentos feitos de pedra. Muito embora não haja fontes seguras quanto à localização exata, a mais provável seria no Piauí.

Na região de Lagoa Santa, no estado de Minas Gerais, o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund descobriu em torno de 30 fósseis de crianças e adultos que viveram na pré-história. De acordo com alguns cálculos, tais fósseis teriam cerca de 10 mil anos. Ao que se sabe, até meados do ano de 1970, o número de fósseis humanos encontrados girava entre 250, sendo que o mais ilustre foi o “crânio de Luzia”, datado a mais ou menos 11 mil anos atrás. Esse acontecimento teve muita relevância para que se entendesse o aparecimento dos primeiros povos na América.

A partir daí, os estudos não pararam mais. O biólogo e professor do Instituto de Biociências da USP, Walter Alves Neves, através de pesquisas sobre a morfologia do crânio de Luzia, encontrou linhas semelhantes com as dos negros africanos e dos aborígenes australianos atuais. Contando com a ajuda de outros estudiosos, Neves desenvolveu uma hipótese de que os primeiros povos da América que chegaram ao continente seriam oriundos de grupos diferentes. Os primeiros seriam parecidos com Luzia e teriam chegado há aproximadamente 14 mil anos. Já os segundos seriam classificados como mongoloides, descendentes de todos os índios americanos e teriam entrado no continente há 11 mil anos.