Resumo da Reforma Protestante: A reforma calvinista e a reforma na Inglaterra

História,

Resumo da Reforma Protestante: A reforma calvinista e a reforma na Inglaterra

CONTEÚDO DESTE POST

Suíça

No ano de 1529, o imperador Carlos V se reuniu com os nobres alemães na Dieta de Spira, com o objetivo de acabar com a expansão dessa nova doutrina. Mas, as guerras religiosas só tiveram fim no ano de 1555, através da Paz de Augsburgo, que passou a estabelecer que cada governante dentro do sacro império poderia escolher seus súditos e até mesmo a sua própria religião.

No ano de 1499, a Suíça acabou se separando do Sacro império, dando início a reforma protestante, tendo Ulrich Zwinglio a frente do movimento, levando as ideias de Martinho Lutero para o país no ano de 1529. Uma guerra civil violenta acabou por desencadear, na qual Ulrich foi a própria vítima. Tempos depois, o francês João Calvino acabou chegando a Genebra, e logo começou a divulgação de suas ideias, criando assim uma nova corrente religiosa.

Resumo da Reforma Protestante

Os fundamentos dessa nova religiosidade estavam fundados no princípio de uma predestinação absoluta, na qual pregava que os homens estavam sujeitos à vontade de Deus, e apenas alguns estariam destinados à salvação eterna. O sinal da graça divina estava fundado ainda em viver uma vida plena de virtudes, dentre as quais o trabalho diligente, a sobriedade, a contenção de gastos e a ordem. Dessa maneira, a doutrina calvinista acabava por exaltar as características individuais que eram necessárias para o estabelecimento de práticas comerciais. Portanto, suas ideias estavam cada vez mais se aproximando dos valores capitalistas.

João Calvino se inspirou em Martinho Lutero, considerando a bíblia toda a base da religiosidade, dispensando a existência de um clero regular. Assim, criticava o culto de imagens religiosas, admitindo os sacramentos do batismo e da eucaristia, apenas.

A Reforma Calvinista acabou se expandindo de maneira rápida para toda a Europa, até mesmo mais do que o Luteranismo, já que passou a atender as expectativas da burguesia. Assim, acabou por atingir a Dinamarca e os Países Baixos, além da França, onde os seguidores passaram a ser conhecidos como huguenotes, a Escócia, os chamados presbiterianos e a Inglaterra, com os puritanos.

Já na Inglaterra, a reforma protestante acabou tendo início com o rei Henrique VIII, que através desse processo passou a ter dívidas políticas. Esse monarca acabou rompendo com o papa, tomando como pretexto a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena.

No ano de 1534 acabou por publicar o Ato de Supremacia e por consequência, criou a igreja anglicana, na qual era o líder. Quando o papa o excomungou, ele reagiu, confiscando os bens dos membros da igreja que estavam distribuídos por todo o reino.

A doutrina anglicana tinha muitas semelhanças com o catolicismo, mas com a manutenção do clero e das imagens, o conteúdo anglicano passou a se aproximar das características do calvinismo. Além disso, foi a seita puritana que mais buscou enfatizar os aspectos calvinistas da religião e ainda serviu às expectativas da burguesia e aos interesses do rei.

A contra-reforma

A igreja reagiu com a expansão das doutrinas protestantes que estavam espalhadas pela Europa, a fim de reverterem esse quadro, num movimento que acabou recebendo o nome de Contra-reforma.

Em 1534, a criação da Companhia de Jesus acabou caracterizando uma ação pioneira. Este era uma ordem religiosa que foi criada por Ignácio de Loyola, um ex-soldado espanhol. Os soldados de Cristo, foram organizados através de uma hierarquia bem rígida e também submetidos a uma disciplina praticamente militar, e buscavam combater a dissiminação do protestantismo ao expandir a fé católica e por meio de seu ensino.

Para alcançar seu objetivo de discutir assuntos de religião, o papa Paulo III, acabou por convocar, no ano de 1545 o Concílio de Trento, e contaram inclusive com a participação de protestantes teólogos. Apesar de não chegarem a um consenso, o Conselho acabou condenando a prática do protestantismo, reafirmando dessa maneira, os princípios do catolicismo.

No entanto, passaram a adotar algumas medidas moralizadoras, como a criação de escolas para que eclesiásticos fossem formados e a proibição da venda de indulgências pela igreja.

Além disso, o tribunal do Santo Ofício, que foi responsável pela Inquisição no combate às seitas que eram contra os dogmas do catolicismo, foi reativado. Nas décadas que se sucederam, usando como desculpa o combate contra a heresia, a Inquisição fez com que milhares de pessoas nas colônias além-mar e em toda a Europa, fossem condenadas à morte e torturadas.

Além disso, foi criado o Index, uma lista de tudo que era proibido pela igreja católica. Todas as obras que a igreja considerasse contrária aos seus princípios e a sua fé eram proibidas. Fizeram parte dessa lista algumas obras cientificas dos pensadores Giordano Bruno e Galileu Galilei, além de bíblias protestantes e de diversas outras obras de renomados autores.

A contra-reforma limitou, mas não destruiu o protestantismo. Ele acabou durando mais na América, onde as iniciativas catequéticas dos jesuítas, dos séculos XVI e século XVII, deram frutos, sendo atualmente a América Latina o local com maior concentração de católicos do mundo todo.