Resumo sobre Fisiocracia

História,

Resumo sobre Fisiocracia

A Fisiocracia (do grego “Governo da Natureza”) é tida como a primeira escola a ver a economia como uma ciência. Esse pensamento precede inclusive as teses clássicas de Adam Smith. A teoria econômica foi criada em oposição ao mercantilismo, que pregava a intervenção do Estado e uma balança comercial excedente. Para desenvolver a fisiocracia, os pensadores da época inspiraram-se nos conceitos de razão do Iluminismo.

Resumo sobre Fisiocracia

Nesse cenário, os pensadores buscaram determinar que leis naturalmente dirigissem uma economia local. Para eles, qualquer medida vista como natural não poderia ser prejudicial já que estariam relacionadas às normas que controlam o comportamento humano e da natureza. Os interessados no assunto faziam uso do conhecimento empírico para tirarem suas conclusões. Em suma, pode-se definir essa escola pela ideia de que toda a riqueza vinha da terra e da agricultura. Essa noção é atribuída, sobretudo a François Quesnay, médico da corte do rei Luís XV da França.

Em sua obra literária “Tableau Economique”, de 1758, o autor declarava não ser possível mudar a ordem natural da sociedade por meio de medidas e regras governamentais. Quesnay apresentava assim um dos pilares da sua teoria: o estado laissez-faire, ou “deixar fazer” na tradução direta do francês. Com isso, o estudioso defendia que o Estado não deveria intervir no andamento da economia. Contudo, esse escritor não foi o único a abordar a fisiocracia. Outros textos importantes sobre o tema foram: “Explicação do ‘Quadro Econômico,” “Teoria do Imposto” e “Filosofia Rural”, todas essas de autoria do Marquês de Mirabeau. Em adição a tais registros, também é possível destacar os ensaios e publicações de teóricos de fisiocratas consagrados como Jacques Turgot, François Le Trosne, Karl Friedrich Margrave de Baden e Dupont de Nemours.

De acordo com os fisiocratas, a agricultura era a única forma de se gerar riquezas significativas para a economia de uma nação. Eles justificavam esse argumento apontando que a atividade agrária proporcionava altos rendimentos e não demandava grande investimento. Por isso, a fisiocracia valorizava muito o trabalho com a terra e o aproveitamento dos recursos naturais. Sendo assim, observa-se uma distinção fundamental em relação à filosofia mercantilista vigente, que focava da captação de metais. Segundo os adeptos da fisiocracia, tendo em vista que a agricultura seria fonte exclusiva de riquezas, teria de existir apenas um tributo, cobrado de quem possuía terras. O resto da sociedade estaria liberada então dos elevados impostos praticados na época.

Os principais preceitos da fisiocracia

• Ordem natural: concepção instituída pelos intelectuais da fisiocracia, na qual a economia atuava conforme por uma ordem pré-concebida e intrínseca à natureza. Em relação a essa premissa, as ações do homem tinham de se manter harmônicas, respeitando as leis naturais;

• Ênfase na atividade agrícola: Os fisiocratas estavam em concordância acerca do papel central da agricultura na economia. Nos termos da fisiocracia, a manufatura, o comércio, a indústria e, em menor dimensão, a mineração, só alteravam a matéria-prima que a natureza dava. Assim, esses outros setores eram considerados de menor relevância;

• Reforma Tributária: Como o modelo fisiocrata colocava a agricultura no centro da economia, os seguidores dessa doutrina achavam que países como a França tinham que cobrar um imposto único que substituiria os vários tributos. Os principais beneficiários pela reforma seriam os proprietários de terras. Essa sugestão demonstra uma resposta à situação socioeconômica francesa, que tinha aspectos mercantilistas simultaneamente ao feudalismo;

• “Laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar): citação creditada a Vincent de Gournay e que traduz uma ideia cara aos pensadores dessa escola, que rejeitava a intervenção estatal nas atividades do homem. Ela representa a crença de que qualquer prática humana está de acordo com a ordem natural.

A fisiocracia nunca aplicada em sua totalidade, mas serviu de base para fundamentos econômicos posteriores. Veja a seguir como isso aconteceu.

A Tentativa de Implementação da Fisiocracia

No ano de 1774, o ministro das finanças Anne Robert Jacques Turgot quis por tem prática os preceitos fisiocráticos na economia da França. Contudo, a ideia foi rejeitada pelos donos de propriedades, que protestaram veementemente. Como resultado, a tentativa de instaurar a fisiocracia no país logo fracassou. No entanto, cabe ressaltar que, mesmo com suas limitações, essa teoria foi de suma relevância para a economia científica. Isso porque ela funcionou como um ponto inicial para os estudos de Adam Smith.

Por que, para os fisiocratas, o comércio e indústria não gerariam riquezas?

Segundo os adeptos da fisiocracia, os valores originados pela indústria e comércio da época não serviriam para gerar riquezas. Afinal, os artigos e bens oriundos desses dois segmentos somente refletiam uma mudança daquilo que a agricultura produzia. Como consequência, a terra seria a fonte de qualquer economia e do lucro que ela movimenta. Portanto, os fisiocratas defendiam que os proprietários de terra tinham que ser considerados os responsáveis pela riqueza gerada por uma nação.