Transformações no mundo do trabalho

História,

Transformações no mundo do trabalho

No decorrer da história da humanidade, as relações de trabalho entre o ser humano e a natureza, entre também os próprios seres humanos, já sofreram várias mudanças. Por meio do trabalho o homem pode transformar o mundo, no entanto é sempre válido levar em consideração que as próprias noções de trabalho, assim como o mundo, também passam por transformações ao longo do tempo.

Transformações no mundo do trabalho

Além disso, é importante salientar eventos importantes na história da humanidade que mudaram significativamente as questões de trabalho. Entre tais eventos convém citar alguns deles, tais como:

  • A invenção da roda
  • As atividades agrícolas
  • As alterações climáticas (períodos de seca, inundações, entre outros)
  • Mais conhecimentos sobre a natureza
  • Guerras
  • Transição do feudalismo para o capitalismo
  • Revolução Industrial
  • Revolução francesa
  • Avanços Tecnológicos

Esses são apenas alguns que contribuíram para as transformações no mundo do trabalho. Apesar de sabermos que o trabalho é essencial para que todo e qualquer cidadão possa levar uma vida digna, a origem da palavra “trabalho”, possui uma conotação nada engrandecedora. “Trabalho” tem origem no termo em latim “tripalium”, que consistia em um instrumento de tortura. Durante longos períodos da história da humanidade, a noção de trabalho não era honrosa e a função de trabalhar cabia a classes subalternas, como os escravos.

O trabalho durante a Europa Feudal

Durante a Idade Média, após o declínio do Império Romano, o sistema de escravidão foi aos poucos substituído por um sistema de servidão que ficou conhecido como Regime Feudal.

Na sociedade feudal, a organização social era definida como:

  • Os servos: produziam os meios de subsistência e pagavam os tributos.
  • Os nobres: Exerciam as funções bélicas.
  • O alto clero: Mantinha o domínio ideológico no sistema.

Em relação ao modo de produção vigente no feudalismo, o servo ficava restrito ao senhor feudal, devendo para essa autoridade a sua fidelidade, a obediência e também obrigações pessoais, como pagar impostos a ele. Nesse contexto, os servos poderiam ser trabalhadores do campo, ex-escravos, ou demais homens livres que recebiam uma casa e um determinado espaço de terra para cultivar. Os servos se submetiam aos domínios da nobreza, espontaneamente ou não.

Mais tarde, o sistema feudal passou a sofrer transformações. Nesse contexto, as práticas mercantilistas reduziram gradativamente a importância exclusiva da posse de terra no modo de produção feudal. Sendo assim, as vilas passam a se desenvolver formando grandes cidades e entra em cena uma nova classe social, conhecida como a burguesia, que é adepta das práticas de comércio. É nesse cenário que a mentalidade aos poucos começa ser o de valorização do trabalho.

Foi por meio das revoluções liberais, que ocorreram essencialmente nos séculos XVII e XVIII, acompanhadas mais tarde pela Revolução Industrial, que foi possível denotar uma significativa transformação no modo como se encara o trabalho, bem como nas relações de trabalho. A noção de liberdade e a condenação completa de todo e qualquer tipo de escravidão passou a ser à base de algumas correntes de pensamento da época. Entre tais noções culturais é possível apontar

– Renascimento Cultural: Foi uma mudança de paradigma ocorrido na arte e na ciência, que culminou também com a visão de mundo onde a liberdade de lucrar, trabalhar e se desenvolver intelectualmente é importante para as pessoas.

– Iluminismo: Corrente filosófica que destaca o poder da ciência (a luz) contra a ignorância (as trevas). O iluminismo valorizava o conhecimento e a liberdade como atributos para a construção de uma sociedade mais promissora.

Durante este período da história mundial, as condições e as noções de vassalagem, assim como as corporações de ofícios foram gradativamente sumindo, sendo de maneira natural ou, em determinados casos, por imposição legal, cedendo lugar para as relações de trabalho remuneradas, típicas das atuais sociedades capitalistas. Além disso, passou a surgir também à noção de classe trabalhadora. Posteriormente veio também a ideia de direitos e lutas contra a exploração.

A Revolução Industrial

Os avanços científicos e o surgimento de tecnologias, entre elas a máquina a vapor, possibilitou o surgimento da Revolução Industrial, que se desenvolveu na Inglaterra. Nesse contexto, ocorreu uma drástica mudança na vida das pessoas, acompanhada por um intenso movimento de urbanização. Assim as relações trabalhistas também passaram por mudanças, surgindo assim à figura do patrão explorador e da massa de trabalhadores que se submetia a condições muitas vezes indignas de trabalho.

Entre as características da revolução industrial estão:

  • O sistema fabril mecanizado.
  • Aumento de produção.
  • Crescimento urbano devido aos trabalhadores que abandonavam o meio rural.
  • A presença da máquina a vapor.

Mais tarde, com a revolução industrial consolidada e o modo de produção capitalista vigente em várias partes do planeta, surgiram duas teorias que visavam dinamizar o ritmo de trabalho nas fábricas dos centros urbanos:

– Taylorismo: Desenvolvido pelo norte-americano Frederick W. Taylor, esse método consistia em organizar os trabalhadores em posições adequadas para que o seu ritmo de produção fosse otimizado.

– Fordismo: Desenvolvido por Henry Ford, consiste em um sistema industrial baseado em uma linha de montagem, possibilitando assim mais rapidez e mais quantidade de produto a ser produzido.