Árcades Líricos no Brasil

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Árcades Líricos no Brasil

Arcades Líricos

Árcades Líricos no Brasil

O curioso do arcadismo é sua contraposição ao barroco, movimento estético libertário, contemporâneo do Renascimento, surgido no século XV, que esteve em pauta na Europa até o século XVIII.

Apesar desse caráter estético libertário, que misturou durante séculos elementos como a religião e temas profanos, sensualismo e complexidade, com linguagem rebuscada, dramática e, muitas vezes, eivada pelo exagero, além do rigor nas rimas, a poesia barroca foi visto pelos árcades como uma manifestação literária de mal gosto.

O movimento árcade, surgido no século XVIII, também conhecido como neoclássico, propunha uma poesia mais íntegra, despedida dos penduricalhos, liberta do rigor das rimas, que transpirasse racionalidade. Trocava-se o obscurantismo e o jogo de trabalho pela verossimilhança.

O arcadismo veio dotado de uma certa irreverência, presente na obra do português Manuel Maria Barbosa du Bocage, que, entre outros elementos, abusou do erotismo em seus versos. No entanto, a temática desse movimento literário é bem mais ampla, englobando a valorização do cotidiano, a exaltação da natureza, a contemplação do amor e da vida, mas também a crítica à vida urbana, tudo em linguagem simples e objetiva para a época e em uma comparação com o barroco.

Arcadismo no Brasil

O movimento chegou ao Brasil na segunda metade do século XVIII, tendo como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas”, reunindo poemas de Cláudio Manuel da Costa. A publicação teve lugar no ano de 1768.

Além de Cláudio Manuel da Costa, o Brasil tem em Santa Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama seus principais expoentes.

Poesia lírica arcádica

A poesia líria é marcada pela presença do “eu poético”, narrada em primeira pessoa, tem o amor, as experiências e a visão do autor como fios condutores da poesia.

Em Tomás Antônio Gonzaga, o lírico está presente, dividindo espaço com o satírico, no princípio mostrando o amor de uma forma mais realista, onde o sofrimento compartilha a alma humana e a obra poética com o prazer, mas foi o próprio Gonzaga quem abri as portas para o romantismo, um movimento caracterizado pela idealização, sublimação e associação ao sofrimento do amor.