Adjetivo Simples

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Adjetivo Simples

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Adjetivo

Para se reconhecer as classes gramaticais, é fundamental que se estabeleça a relação entre as palavras. Sabe-se por exemplo, que determinada palavra é um substantivo em função da presença de um artigo, de um adjetivo ou ainda de um pronome/numeral adjetivo. Ou seja, toda a analise deve levar em conta o contexto, que pode ser a própria oração. Em ‘o velho está velho, por exemplo, o primeiro ‘velho’ é substantivo e o segundo, adjetivo. Não podemos nos esquecer de que o vestibular moderno preocupa-se, sobretudo, com o uso das classes gramaticais no texto e os efeitos de sentido decorrentes de seu emprego. O aspecto semântico, relativo ao significado, deve ser, por conseguinte, ser privilegiado.

Adjetivo Simples

O adjetivo é a classe gramatical que dá uma propriedade ao ser, exprimindo a ele aparência, um modo de ser ou ainda, uma qualidade. Além do adjetivo, há outras formas gramaticais que também exercem função adjetiva. O adjetivo ainda pode assumir um valor literal, também chamado de valor denotativo, ou figurado, conhecido como conotativo, variando semanticamente. Observe os exemplos abaixo:

A) O teu vizinho é quadrado!

B) O teu vizinho possui um quarto quadrado.

Na primeira frase, o adjetivo expressa um julgamento de valor, possuindo um sentido conotativo, significando conservador. Já na segunda frase, o mesmo adjetivo assume um valor denotativo, diz respeito à forma, não traduz uma opinião, é apenas uma característica do quarto. Há textos que utilizam um maior número de adjetivos que expressam julgamento de valor, tratando-se de textos mais subjetivos. Há ainda os que procuram não utilizá-los: textos objetivos. Exemplos:

C) O texto possui dez parágrafos e faz referência à crise política; é um texto argumentativo, em terceira pessoa.

D) O romance é bastante criativo, utiliza uma linguagem repleta de efeitos de sentido; o vocabulário é rico e a abordagem do tema é profunda e interessante.

O exemplo C utiliza uma linguagem objetiva, os adjetivos empregados não denotam uma opinião, mas uma constatação, trata-se de um texto objetivo. Por oposição, o exemplo D é marcado pela presença de adjetivos que expressam um julgamento do enunciador, temos um texto subjetivo.

Flexão do adjetivo – Gênero do adjetivo

Os adjetivos podem ser uniformes ou biformes. Os primeiros possuem uma única forma para os dois gêneros. Os segundos, uma forma para cada gênero: céu azul/malha azul; homem nu/mulher nua. Observe as regras principais de formação do gênero feminino:

A) Troca-se ‘o’ por ‘a’.

Exemplo: apático, apática

Exceções:

Troca-se ‘eu’ por ‘eia’: europeu, europeia (exceção: judeu, judia)

Troca-se ‘eu’ por ‘oa’: tabaréu, tabaroa

Troca-se ‘ão’ por ã: cristão, cristã

Troca-se ‘ao’ por ‘ona’: chorão, chorona

B) Acrescenta-se ‘a’ nas terminações: u, ês, or: cru, crua; japonês, japonesa, trabalhador, trabalhadora

C) São invariáveis em geral os adjetivos terminados em: e, l, z, m

Exemplo: Homem forte – mulher forte

menino amável – menina amável

D) São invariáveis os adjetivos hindu, cortês, montês, melhor, maior, menor, interior, pior.

Exemplo: prefeito hindu – prefeita hindu

cozinheiro cortês – cozinheira cortês

E) São invariáveis os adjetivos pátrios terminados em ‘a’ e ‘ense’:

Exemplo: professor belga – professora belga

ator cearense – atriz cearense

Nos adjetivos compostos, o último elemento acaba assumindo a forma feminina, isso é claro, se o substantivo for feminino. Exemplo:

Companhia ítalo-americana

Peça afro-brasileira

Quadro greco-romano

As regras que norteiam o plural dos adjetivos assemelham às dos substantivos (rica, ricas), com algumas exceções (regular, regulares; cruel, cruéis). Quanto ao plural dos adjetivos compostos, a regra geral é a flexão do último brasileiro poesia luso-brasileiras). Mas há algumas exceções, quando os dois elementos variam (surdos-mudos). São invariáveis os compostos de adjetivo de cor + substantivo: carros verde-abacate, lençóis vermelho-sangue.

O grau do adjetivo por sua vez, expressa a variação de intensidade do adjetivo. Há o grau comparativo e o grau superlativo. O primeiro expressa uma comparação, enquanto o segundo intensifica uma característica.

Comparativo:

De superioridade: A minha canção é mais doce do que a sua.

De igualdade: A minha canção é tão doce quanto a sua.

De inferioridade: A minha canção é menos doce do que a sua.

Em linguagem coloquial, observam-se as seguintes construções:

Ele fala que nem papagaio!

Ele corre feito um foguete!

Trata-se do comparativo de igualdade, essas construções devem ser evitadas em linguagem escrita culta (fala como papagaio).

Superlativo:

Relativo de superioridade: A minha canção é a mais doce do festival.

Relativo de inferioridade: A minha canção é a menos doce do festival.

No superlativo relativo, destaca-se uma característica comum (doce) a todos (do festival), porem se enfatiza que um deles (minha canção) a possui em grau mais intenso (relativo de superioridade: mais) ou menos intenso (relativo de inferioridade: menos).

Absoluto sintético: A minha canção é dulcíssima.

Absoluto analítico: A minha canção é muito doce.

Não são aceitas pela norma culta expressões como ‘mais bom’, ‘mais mau’ ou ‘mais grande’. No lugar, utilizasse ‘melhor’, ‘pior’ e ‘maior’.