Gramática Normativa

Gramática,

Gramática Normativa

Quando falamos ou escrevemos em um determinado idioma, seguimos uma série de códigos e regras pré estabelecidas para uma comunicação efetiva. A compilação destes itens denominamos como gramática.

A gramática normativa é o material que reúne as regras e códigos da norma culta da língua. Não considera gírias, neologismos, regionalismos ou quaisquer outras variações no idioma.

Gramática

Características da gramática normativa:

A gramática normativa tem a função de codificar o uso de um idioma. Desta maneira, são definidas as regras de utilização da língua. Seu objetivo é estabelecer quais os usos corretos do idioma, ou seja, a norma culta, de modo a promover apenas uma maneira de utilização que é considerada certa.

O padrão de escrita e fala é definido a partir dos dialetos mais influentes dentro de um grupo linguístico. Isto ocorre tanto pelo número de falantes, quanto pelo prestígio social deste grupo.

As obras literárias de grandes escritores, comunicações acadêmicas e formalidades nas relações sociais também influenciam na composição da gramática normativa.

Todas e quaisquer variações da língua são consideradas como desvios da norma padrão. Assim, mesmo em obras de escritores consagrados, o uso de regionalismos, gírias ou neologismos são considerados desvios da norma culta. As relações entre meio e contexto de um idioma não são considerados pela gramática normativa.

As mudanças nesta gramática só serão consideradas após a dicionarização, avaliação e aprovação de uma comunidade de linguistas especialistas neste campo de estudo.

Áreas de análise

Uma gramática é, além de uma compilação de regras e usos, um estudo da forma, da frase, do som e da semântica de um idioma.

Assim, as áreas de análise da gramática normativa são:

Morfologia: estuda a forma dos vocábulos, a classe das palavras e as classes gramaticais.

Sintaxe: estuda as relações entre as palavras e as orações. As relações entre as orações dentro de um período. Concordância, regência e colocação pronominal.

Ortografia: estudo da grafia correta das palavras que compõem a língua.

Fonologia: estudo dos vocábulos, chamado de ortopéia. Estudo da determinação da sílaba tônica, chamada de prosódia.

Críticas à gramática normativa:

A normatização de um idioma através dos critérios da gramática normativa é alvo de críticas entre os estudiosos, em especial no campo de estudo da sociolinguística.

Para este grupo de críticos, a língua deve ser entendida como um organismo vivo, que reflete os usos e costumes de um povo. Sob este ponto de vista, o uso que um grupo faz de um idioma, os modos e os meios serão um reflexo de sua cultura. Este processo é indissociável da construção coletiva do conjunto de códigos que compõem a língua.

Este grupo considera que, a maneira como um idioma é falado, seus regionalismos, gírias e neologismos, também fazem parte da sua construção linguística. Por este motivo, devem ser estudados com o mesmo grau de importância que a norma culta da língua. Além disto, propõe uma revisão do que é considerado como certo ou errado dentro norma culta.

Estabelecer um padrão a partir dos grupos de maior influência em uma sociedade contribui de maneira negativa para a diminuição da diversidade linguística. A diversidade é fundamental para que uma língua permaneça atual, contemporânea às questões da sociedade na qual teve origem ou se desenvolveu.

Um bom exemplo que vai ao encontro desta problemática é o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Como um idioma que teve sua origem em Portugal e espalhou-se pelo mundo através dos processos de colonização, o português adquiriu sons e grafias diferentes, seja no Brasil, em Cabo Verde ou em Angola.

Muitas vezes, ao lermos um livro de um autor angolano ou português, podemos ter dificuldades de entender algumas construções gramaticais. Ou ainda, pensarmos em algum erro de revisão. Para diminuir problemas como estes, foi desenvolvido o novo acordo ortográfico.

O principal objetivo do acordo é tentar unificar a língua portuguesa que é falada e escrita nos países onde se fala esta língua. O acordo visa, ainda, não privilegiar as particularidades do idioma em nenhum país, em uma tentativa de manter equidade de influência na construção da norma culta. Embora a origem do idioma seja Portugal, as regras que definem a norma culta não levam em consideração apenas as nuances do português falado neste país.

Mesmo sob críticas, o estudo da gramática normativa é necessário para que haja uma boa compreensão de textos literários, acadêmicos, científicos e jornalísticos. Além disto, o domínio da norma culta da língua é essencial para a produção textual, uma vez que determina padrões que podem ser compreendidos por todos os que a estudaram.

Outras gramáticas:

Existem outros tipos de gramática disponíveis para estudo, que consideram aspectos diferentes sobre a construção e análise da língua. Um exemplo é a gramática histórica, que avalia origem, influências e desenvolvimento de um idioma.

A escolha de uma gramática para estudo deve estar alinhada às necessidades de cada estudante.