Sujeito indeterminado

Gramática, Português,

Sujeito indeterminado

Aprendemos a usar a Língua Portuguesa desde o momento em que falamos as nossas primeiras palavras. No entanto, o nosso idioma é realmente complexo, com muitas normas e mecanismos que garantem que ele seja aplicado corretamente. E um dos elementos essenciais, que você precisa dominar é o sujeito, presente na maior parte dos enunciados linguísticos que lemos, ouvimos, escrevemos e falamos.

Vale à pena lembrar que a oração é um conjunto de palavras que forma um sentido e que, obrigatoriamente, precisa ter verbo. Os elementos que compõem uma oração são os seguintes: sujeito + verbo + complemento. O sujeito é que realiza a ação ou se encontra naquele estado que o verbo está indicando. E o complemento, como o próprio nome indica, vai trazer uma informação a mais, essencial para que a oração esteja completa.

O sujeito, na grande maioria dos casos, vai concordar com o verbo ao qual está relacionado. Os tipos de sujeito são os seguintes:

indeterminado

• Sujeito simples
• Sujeito composto
• Sujeito desinencial (oculto)
• Sujeito indeterminado

Nesse artigo, vamos focar nesse último tipo. Você vai saber o que é, quando aparece, como se usa e como pode identificá-lo em uma oração.

O que é sujeito indeterminado?

Esse é o tipo de sujeito que não aparece na frase de forma explícita, no entanto, é visível que há um agente realizando ou sofrendo a ação indicada pelo verbo, ou ainda, naquele estado.

Você pode estar imaginando que essa definição acima é a mesma do sujeito desinencial mas, na verdade, há uma grande diferença: no caso do oculto, é possível indicar exatamente qual é o sujeito (pronome) apenas pela terminação verbal. Já quando temos um sujeito indeterminado, nem o contexto e nem o verbo conseguem indicar quem é ele.

A melhor forma de definir é pelo próprio nome, ou seja, o sujeito indeterminado é aquele que de maneira alguma pode se determinar. Ficou difícil de entender? A seguir, com alguns exemplos práticos, você vai perceber como ele sempre aparece em nosso cotidiano!

Como aparece esse tipo de sujeito?

Existem, basicamente, três formas de se indeterminar o sujeito em uma oração, conforme você verá agora.

• Verbo na terceira pessoa do plural

Nesse caso, embora não seja possível determinar o sujeito, sabemos que é impossível que ele seja da 1ª ou da 2ª pessoa, justamente por causa do verbo. Ele aparece naquelas situações em que o emissor tem a intenção de dizer que o responsável por uma determinada ação não é ele mesmo e nem o receptor, é uma “terceira pessoa”, mas que ele não quer dizer quem é.

O emprego do verbo na terceira pessoa do plural é, inclusive, uma forma de se isentar de uma responsabilidade, sem querer acusar ninguém. Ou, também, quando realmente a pessoa que vai falar não sabe quem foi que realizou uma ação, sabe apenas que aquilo aconteceu.

Vamos ver alguns exemplos:

Cortaram aquela árvore – não se pode saber quem cortou, apenas que não foi o emissor e nem o destinatário dessa mensagem.

Roubaram a minha casa – o emissor está contando um fato que aconteceu com ele, no entanto, nem ele mesmo sabe quem foi o responsável.

• Terceira pessoa do singular + partícula se

Aqui o sujeito é indeterminado, colocando o verbo da oração na terceira pessoa do singular, ligado à partícula se. Nesse caso, também não há menção específica de uma pessoa, mas o emissor está dizendo que ele mesmo e o receptor podem estar envolvidos naquela ação de alguma forma. Vamos ver na prática como isso acontece:

Precisa-se de um estagiário – a vaga está em aberto, quem está lendo a mensagem pode se encaixar ou não nela.

Em apresentações, sempre se fica ansioso – está colocando de maneira geral, que qualquer pessoa pode ficar ansiosa diante de uma apresentação.

É importante lembrar que esse tipo de indeterminação do sujeito só acontece com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou verbos de ligação. Cuidado para não confundir qualquer tipo de verbo ligado a uma partícula se com indeterminação do sujeito.

• Terceira pessoa do singular

Esse é um caso especial, utilizado na linguagem coloquial, nunca no vocabulário formal. Acontece quando o emissor coloca o verbo na terceira pessoa do singular, normalmente para contar um fato. Não está excluindo o envolvimento da 2ª e da 3ª pessoa, mas também não está indicando isso. Veja:

Diz que Maria ingressou na universidade

Quem mandou não se cuidar?

Esses dois exemplos refletem situações comuns de conversas cotidianas, em que não há pretensão de acusar ninguém de nada, apenas se conta algo sem a necessidade de informar o sujeito.

Os principais casos de indeterminação do sujeito são esses que foram colocados acima. Mas, como tudo o que se refere à Língua Portuguesa, a melhor forma de dominar esse assunto é investindo muito em leitura e escrita. Essas são as maneiras mais eficazes de assimilar qualquer conhecimento linguístico, por mais complexo que pareça.