Gás Neônio

Quí­mica,

Gás Neônio

O Neônio, que também é chamado de Neon (palavra grega que significa ‘novo’), é um gás nobre incolor. Esse elemento químico, representado pelo símbolo Ne e que pertencente à família 18 na Tabela Periódica, tem número atômico 10 (10 prótons e 10 elétrons) e massa atômica de aproximadamente 20 u, por isso ele é o segundo mais leve entre todos os gases nobres.

Esse gás nobre, em sua forma natural, é uma combinação de 3 isótopos estáveis: Neônio-20 (90,02%), Ne-21 (0,26%) e Ne-22 (8,82%). Ele é obtido por meio da destilação fracionada do ar líquido, isso porque o Neônio está contido em baixa quantidade no ar atmosférico (numa proporção de, aproximadamente, uma parte para 65000 partes de ar) e na parte interna da crosta da Terra.

Neônio

As principais características do Neônio o tornam um gás monoatômico sem cor e sem cheiro, inativo, não inflamável e também atóxico. Os seus níveis de fusão e de fervura possuem uma diferença de pouco mais de 2,5º C: -248,67º C e -246,048º C, concomitantemente.

O Neon se tornou bastante popular por ter uma propriedade um tanto quanto diferente: quando uma corrente elétrica passa por esse gás, sob-baixas pressões, ele é capaz de emitir uma luz brilhante em diferentes tons, o que deu vida às já bem conhecidas luzes de Neon.

Confira abaixo algumas das muitas aplicações do Neon:

– Esse gás nobre se encontra nas famosas lâmpadas fluorescentes;

– A mistura entre o Neônio e o Argônio resulta nas válvulas para os raios X;

– Muito utilizados em laboratórios, os detectores de íons contêm neônio em sua composição;

– As lâmpadas de sinalização, dos aparelhos elétricos e eletrônicos, também têm o Neon em sua formação;

– Em sua forma líquida, o gás Neônio também é usado nos sensores ultrassensíveis de infravermelho;

– O laser vermelho, que é característico dos leitores de códigos de barras, assim como de equipamentos de laboratórios e indústrias, é o resultado da mistura dos gases nobres Hélio e Neônio.

Desmembrando a história do Neônio

• No ano de 1898, os químicos William Ramsay, da Escócia, e Morris William Travers, da Inglaterra, fizeram a descoberta de um elemento novo durante o processo de destilação do Argônio (no estado líquido): o Neônio. Eles conseguiram isolar esse gás nobre, que estava presente em uma das frações do Argônio impuro.

• Como nessa época a crença era de que não existiam outros elementos químicos na atmosfera, o filho de Ramsay (que tinha apenas 13 anos) sugeriu a ele dar ao gás nobre o nome de ‘novum’ – palavra em latim que significa ‘novo’. Seu pai, no entanto, decidiu chamá-lo de Neon, pois achou que a palavra de origem grega (Néon), apesar de ter o mesmo significado, tinha uma estética que combinava mais com o elemento.

• Mais tarde, o físico e químico britânico Francis William Aston revelou que esse elemento era a mistura dos isótopos 20Ne e 22Ne. Assim, Aston acabou sendo o primeiro a aplicar o conceito de isótopo aos elementos não radioativos.

• Num período em que o Neon esteve escasso, ficou-se impossível de aplicá-lo de forma imediata na iluminação pelas linhas dos tubos de Moore – estes se utilizavam do nitrogênio e eram comercializados no início do século 20.

• Após o ano de 1902, a companhia comandada pelo químico, físico e inventor francês Georges Claude, chamada de Air Liquide, começou a produzir certas quantidades industriais de Neon e, em 1910, Claude demonstrou, pela primeira vez, a moderna iluminação de Neon baseada num tubo selado.

• O gás nobre Neônio, então, passa a se popularizar por conta dessa peculiar capacidade de emitir uma luz brilhante em diferentes tonalidades quando é atravessado, sob-baixas pressões, por uma corrente elétrica. Essa propriedade distinta logo começou a ser aplicada em lâmpadas fluorescentes, nos letreiros e outdoors publicitários que estampam luzes de Neon, entre outras peças. Passou também a ser vendido como gás compresso em invólucros de aço ou em frascos de vidro na pressão atmosférica.

• Até mesmo na noção da natureza dos átomos o Neon teve um papel essencial. Em 1913, quando o físico britânico Joseph John Thomson – como parte integrante da sua pesquisa sobre a formação dos raios anódicos – canalizou raios de íons de Neon por meio de alguns campos magnéticos e elétricos. Depois, ele mediu suas deflexões, dispondo uma placa fotográfica em seu trajeto. Thomson, então, concluiu que alguns dos átomos desse gás nobre tinham uma massa maior em relação a outros.

• Alguns outros usos do Neônio passam a ganhar destaque com o passar dos anos: o uso em lâmpadas, em canais eletrônicos, em válvulas de raios X (onde o Neônio se mistura ao Argônio), estudos de plasma em refrigeração criogênica, em tubos Geiger-Mueller, em lasers de vapores metálicos, de hélio e neon, em detectores de íons e como líquido criogênico para sensores ultrassensíveis de infravermelho.