Resumo da Semana de Arte Moderna: A semana de Arte Moderna

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Resumo da Semana de Arte Moderna: A semana de Arte Moderna

Em fevereiro do ano de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo que era totalmente imponente, foi o palco da Semana de Arte Moderna. Sob assobios, vaias e apupos generalizados, um grupo de jovens intelectuais e artistas acabou divulgando suas novas ideias, o que caracterizou a inauguração do modernismo em território brasileiro.

Esse movimento modernista tinha duas vertentes. A primeira delas era totalmente destruidora e tinha o objetivo principal de romper as amarras formais que impediam a manifestação livre da cultura, criticando a submissão das correntes culturais da Europa e as desgastadas formulas artísticas então na moda, como por exemplo, a poesia parnasiana.

Arte Moderna

Já a segunda vertente era conhecida como vertente criadora. Esta era voltada para a investigação e para a criação de novas formas de expressão, debatia-se entre o futurismo, com sua exaltação da técnica, do movimento, da velocidade e da experimentação, até mesmo linguística, e o primitivismo, ou seja, a busca de uma expressão cultural mais pura, que não era afetada pela civilização e por esse motivo, aceita como a mais autêntica. Essa busca acabava passando por investigações sobre o inconsciente, aproximando a tendência do surrealismo.

Os principais nomes da nascente do modernismo brasileiro foram Menotti Del Picchia, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo, na área da literatura. Já na área da pintura, os principais nomes foram Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. No campo da música estão Guiomar Novais e Heitor Villa Lobos, na escultura Victor Brecheret.

A contradição desse movimento cultural estava em buscar o rompimento com os modelos estéticos que eram importados da Europa, enquanto o Brasil ingressava no modernismo justamente com base nos padrões ditados pelas vanguardas modernistas europeias, como o futurismo e o surrealismo. Isso deu origem ao principal projeto estético do modernismo dos anos de 1920, o movimento antropofágico. Iniciado com a publicação do manifesto da poesia pau-brasil, de Oswald de Andrade, no ano de 1924, o movimento aceitava a cultura estrangeira da Europa, desde que esta fosse devorada e digerida internamente, isto é, reelaborada, a ponto de poder transformar-se em produto nacional autêntico.

Finalmente, o modernismo ainda deu origem a um movimento radical nacionalista, conhecido como verde-amarelismo, que tendia francamente para o lado da direita xenófoba e tinha como um de seus principais expoentes do futuro líder integralista Plínio Salgado.

O governo de Washington Luís (1926 – 1930)

Washington Luís foi eleito presidente da República logo depois de Artur Bernardes, e governou o Brasil do ano de 1926 ao ano de 1930. Nascido no Rio de Janeiro, toda a sua carreira política foi feita em São Paulo. Considerado moderno para a época, segundo o historiador Nicolau Sevcenko, sua passagem pelo governo do estado de São Paulo e da capital paulista foi marcada, pelo envolvimento em processos de racionalização administrativa, gerenciamento técnico e também cientifico, o que acabou por impulsionar a historiografia, museologia, os censos e as estatísticas, as ciências sociais e diversas manifestações culturais e esportivas.

Além disso, no período em que foi prefeito, colocou o Teatro Municipal à disposição para que fosse realizada a Semana de Arte Moderna, no ano de 1922. Representava as oligarquias, mas não tinha dificuldade em dialogar com a população em geral, por mais unilateral que fosse o diálogo.

Washington Luís também foi o responsável por decretar o fim do estado de sítio, mantido quase que de maneira ininterrupta durante o governo do presidente anterior, Artur Bernardes. Ele também decretou o fechamento de prisões, que eram destinadas aos presos políticos e ainda o reestabelecimento da liberdade de imprensa. No entanto, ele não concedeu a anistia política, e em pouco tempo, mais precisamente no ano de 1929, acabou com a liberdade de imprensa, que havia acabado de ser instaurada, por causa da aprovação da Lei Celerada. Com a desculpa de combater o comunismo, essa Lei Celerada previa penas de prisão para todos os responsáveis por delitos considerados ideológicos.

Washington Luís acabou lançando um plano nacional de construção de estradas de rodagem, onde o lema era: ‘governar é abrir estradas.’. Mas, seu principal projeto de governo envolveu uma reforma financeira e monetária, que tratava-se de uma tentativa em montar um enorme depósito em ouro que pudesse servir como lastro para a moeda brasileira, fortalecendo-a perante as moedas estrangeiras.

Em 1929, aconteceu a quebra da bolsa de valores de Nova York, que teve efeitos totalmente catastróficos para a economia mundial, caracterizando o início da Grande Depressão e a ruína da economia norte-americana, com a queda drástica na produção industrial, além da expansão desenfreada do desemprego. O Brasil sentiu de imediato os efeitos da crise, com a queda brutal nos preços do café. Os cafeicultores buscaram, a salvação junto ao governo federal. Washington Luís acabou rejeitando qualquer auxílio, argumentado que a queda nos novos preços do café seria compensada pelo aumento no volume das exportações, o que não acabou acontecendo.