Charles Bukowski

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Charles Bukowski

Charles Bukowski foi um dos maiores escritores do século XX. Sua obra é reconhecida mundialmente e, apesar de cercada de polêmicas, segue sendo usada como referência para muitos artistas atuais. Ele viveu durante 74 anos, escrevendo obras muitas vezes consideradas obscenas. Para muitos, ele foi considerado o último “escritor maldito” da literatura americana. Seu trabalho incluía poemas, novelas, romances e contos.

Biografia

Charles Bukowski nasceu em 16 de agosto de 1920, em Andernach, na Alemanha. Aos três anos, ele se mudou para os Estados Unidos com os pais – a mãe alemã e o pai um soldado americano. Eles estavam fugindo da crise que fora instalada no país europeu depois da Primeira Guerra Mundial.

O pequeno Charles foi então para Baltimore, seguindo em pouco tempo para Los Angeles, onde passou a maior parte da vida. Aos 15 anos ele já começava a escrever poesias. Quatro anos depois ingressou no curso de Literatura na Los Angeles City College, mas só permaneceu por dois anos.

Aos 24 anos de idade ele escreveu e publicou seu primeiro conto, “Aftermath of a Length of a Rejectio Slip”, que encontrou lar na Story Magazine. Aos 26, publica também “20 Tanks From Kasseidown”. Depois de completar uma década tentando fazer o trabalho como escritor funcionar, Bukowski se desilude e passa a viajar pelos Estados Unidos procurando empregos temporários e se hospedando em pensões baratas.

De volta à Los Angeles, em 1952, ele consegue um emprego nos Correios, no qual ficou por três anos. Enquanto isso, mantinha uma relação aproximada com a bebida. Por isso, em 1955, foi hospitalizado com um caso grave de úlcera hemorrágica. Depois de recuperado, voltou a escrever poesias e se casou, em 1957, com a também poeta Barbara Frye, mas o divórcio veio em dois anos. Charles não abandonou mais a escrita – nem a bebida.

Na década de 1960, voltou a trabalhar nos Correios, e pouco depois se mudou para Tucson, onde conheceu e se aproximou de Gypsy Lon e Jon Webb. Eles o convenceram a apostar em sua literatura e viver só disso. Ele começou publicando suas obras em revistas de literatura, como a Loujon Press, que publicou “It Catches My Heart in Its Hands” e “Crucifix in a Deathhand”, em 1963 e 1965 respectivamente.

No âmbito pessoal, nessa época, em 1964 ele teve uma filha, com sua então namorada Frands Smith.

Por algum tempo indeterminado (porém longo), o autor sobreviveu de apresentações de suas poesias em eventos culturais e universidades. Apesar disso, não costumavam ser situações favoráveis a ele, visto que não era incomum que ele causasse tumultos na plateia por se apresentar frequentemente bêbado e de forma debochada.

Só em 1969 é que Charles Bukowski foi convidado para trabalhar integralmente como escritor, para publicação com a editora Black Sparrow Press. Na década de 1970 e 1980, então, foi quando ele publicou a maioria dos seus livros. O alter ego que ele usa em grande parte deles ganhou vida em “Cartas na Rua”, de 1971. Em seguida vieram também alguns de seus títulos mais famosos, como “Factotum” de 1975 e “Misto Quente” de 1982.

Charles conheceu seu novo interesse romântico em 1976, Linda Lee Beighle, com quem permaneceu até 1985. Sua presença surge em algumas obras, especialmente “Mulheres”, de 1978, e “Hollywood”, de 1989.

Ao todo, Bukowski lançou 45 obras, sem contar, claro, as que não foram publicadas. Ele passou a ser considerado uma grande representação do niilismo muito presente após da Segunda Guerra Mundial, e se tornou uma referência sobre a decadência americana por tratar sempre de personagens marginais, com um estilo descuidado e frequentemente idolatrando o miserável.

Bukowski morreu em 9 de março de 1994, na cidade de São Pedro, Califórnia, nos Estados Unidos, vítima de leucemia. Sua morte veio logo depois do fim da produção de seu último romance, “Pulp”. Em seu túmulo, residem as palavras “don’t try”; em português, “não tente”. Foi como um ponto final para uma vida de pessimismo.

Influências e principais obras

Charles Bukowski considerou como suas principais influências Ernest Hemingway e Fiodór Dostoiévski. Nesse último é bem fácil de encontrar a semelhança em conteúdo, por ter sido ele, também, um pessimista. Já em Hemingway é mais provável que se encontre a influência de estilo, demonstrada nas frases rápidas e simples.

Com isso, não é surpresa que sua obra tenha sido comparada justamente com a de Hemingway, além de outros nomes como Louis-Ferdinand e Henry Miller.

Suas obras mais famosas foram:

– Notas de um velho safado (1969)
– Cartas na Rua (1971)
– Ereções, ejaculações e exibicionismos / Crônica de um amor louco (1972)
– Factotum (1975)
– O amor é um cão dos diabos (1977)
– Mulheres (1978)
– Misto Quente (1982)
– You Get So Alone at Times That it Just Makes Sense (1986)
– Hollywood (1989)
– Pulp (1994)