Resumo Di Cavalcanti

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Resumo Di Cavalcanti

Pintor, caricaturista, ilustrador, jornalista, cenógrafo e militante do partido comunista, Di Cavalcanti é um dos artistas mais importantes do Brasil e do mundo. De múltiplos talentos, o carioca Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo contribuiu significativamente para a história cultural do país, não só com sua arte, mas também em importantes movimentos como a Semana de Arte Moderna de 1922.

Resumo Di Cavalcanti

Começou sua carreira nas artes aos 17 anos como ilustrador e caricaturista, onde se consagrou na Revista Fon Fon de perfil político e social, até ingressar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.

Junto às aulas de direito, continuou a pintar e a desenhar suas charges, até conhecer e se tornar amigo de Mario e Oswald de Andrade. Essa amizade rendeu muitos frutos, inclusive o mais famoso deles, a Semana de Arte Moderna. Todas as peças de divulgação do evento têm a obra de Di Cavalcanti, além de ser o seu mentor e articulador. A Semana de Arte Moderna quebrou as estáticas regras artistas impostas da época, espantando o país com sua vanguarda. Naturalmente, não foi bem aceita na época, mas mudou de forma irrevogável a arte brasileira.

Antes da realização do evento, DI Cavalcanti realizou uma Mostra de desenhos e caricaturas, chamada de “Fantoches da Meia-Noite”, que logo virou um livro. Um marco em sua carreira, onde rompeu com o estilo art nouveau que ele mesmo praticava, para a fase modernista do pintor. Di Cavalcanti, que já era um pintor conhecido antes do evento, se tornou uma das maiores referências artísticas do Brasil até hoje.

Intelectual, Di Cavalcanti viajou por diversos países para conhecer outras culturas. Quando morou na França, foi correspondente do jornal Correio da Manhã do Brasil e montou seu ateliê, se tornando amigo de Pablo Picasso, Georges Braque, Henri Maitsse, Fernand Léger entre outros, com admirações mútuas. Estudou na famosa Academia Ranson, ampliando suas experiências que marcaram ainda mais sua obra. Também ilustrou o livro “Balada do Cárcere de Reading”, de Oscar Wilde. Seu propósito de ousar e destruir as velhas formas de arte o levou a criar uma obra única, inspirada no modernismo e cubismo, mas Di Cavalcanti não se inspirava nas elegantes ruas de Paris ou qualquer uma do mundo e sim no cotidiano de seu país, sempre quente, sensual e alegre.

O pintor tinha grande perícia técnica e sabia como ninguém definir volumes, belamente representados na figura feminina. A sedutora vida boêmia inspirou muitas obras, mas nada como a beleza das mulheres e todas as suas formas. A mulher ocupa lugar de destaque e foi o primeiro a retratar e exaltar a mulata, como símbolo de brasilidade e beleza. Segundo o próprio autor, suas mulatas não eram pretas e nem brancas, nem pobres ou ricas, mas mestiças, que gostam de dançar, ouvir música e de futebol como o povo brasileiro. Além das mulatas, colocou as mulheres em atividades cotidianas, com os trejeitos e moda da época, mas sempre em lugar de destaque, rompendo inclusive com o machismo da própria arte.

Mesmo influenciado por diversas escolas artísticas, Di Cavalcanti é reconhecido pelo seu traçado único, forte, expressivo e quente. Além da influência das mulheres em suas obras, o artista também expressava a realidade social do Brasil, numa posição política sobre os males cotidianos do povo, como festas populares, favelas, samba, bailes entre outros, com cores vibrantes, tons de vermelho, amarelo, laranja.

Também foi chamado por Oscar Niemeyer para criar as imagens instaladas no Palácio da Alvorada e as estações da via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília. Também pintou dois painéis no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Dentre seus prêmios ganhou a Medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Específica, em Chicago; o nono prêmio na Mostra de Arte Sacra, na Itália; Medalha de ouro pela sala especial na Bienal Internacional do México; homenagem na VII Bienal de São Paulo e Exposição comemorativa dos seus 60 anos de artistas, da Galeria Relevo.

Obras mais famosas de Di Cavalcanti:

  • Pierrot – 1924
  • Pierrete – 1922
  • Samba – 1928
  • Samba – 1925
  • Cinco moças de Guaratinguetá – 1930
  • Mangue – 1929
  • Família na praia – 1935
  • Mulheres com frutas – 1932
  • Ciganos – 1940
  • Vênus – 1938
  • Arlequins – 1943
  • Mulheres protestando – 1941
  • Colonos – 1945
  • Gafieira – 1944
  • Aldeia de Pescadores – 1950
  • Abigail – 1947
  • Retrato de Beryl – 1955
  • Nu e figuras – 1950
  • Tempestade – 1962
  • Tempos Modernos – 1961
  • Músicos – 1963
  • Duas Mulatas – 1962
  • Rio de Janeiro Noturno – 1963
  • Ivette – 1963
  • Baile Popular – 1972
  • Mulatas e pombas – 1966

Até sua morte, em 26 de outubro de 1976, recebeu muitos prêmios relevantes e homenagens, reverenciado por artistas e admiradores de sua obra.