Resumo Platão

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Resumo Platão

Platão foi um filósofo e matemático que viveu na Grécia Antiga, no período chamado “Clássico”, nascido provavelmente em 427 a.C. e morto em 348 a.C, na mesma cidade onde nasceu.

Resumo Platão

Um ambiente propício ao florescer do pensamento filosófico

Para entender quem foi Platão é preciso conhecer um pouco do que era Atenas no Período Clássico: uma cidade rica, com grande poder político e militar, mas também com grande apreço pelo conhecimento, pela política, pelo pensamento e pelas artes.

Atenas produziu autores como Sófocles, Eurípedes e Aristófanes. Foi naquele período que viveu Sócrates, o homem que é considerado o “pai da filosofia” pela fabulosa contribuição com que proveu o pensamento ocidental.

Sócrates está na gênese da construção de postulados morais que até hoje estão presentes no pensamento ocidental. Sócrates foi o principal artífice do movimento que colocou o homem no centro da abordagem filosófica. “Conhece-te a ti mesmo”, pregava.

Se Sócrates pode ser considerado a pedra fundamental da filosofia ocidental, Platão, seu discípulo, foi responsável por enriquecer o legado do mestre, tendo em Aristóteles o continuador de sua obra filosófica.

Viveram também naquele tempo os sofistas, filósofos que ministravam seus conhecimentos filosóficos a jovens discípulos em troca de taxas. Tiveram papel importante na disseminação do pensamento como instrumento de abordagem moral do homem e da sociedade.

O esplendor filosófico daquele período, personificado em tantas figuras de tamanha envergadura histórica, está ligado ao esplendor da própria Atenas. A poderosa cidade Grega foi o berço da democracia, o que proporcionou o ambiente propício à livre formulação do pensamento. A democracia ateniense foi uma instituição sólida, que sobreviveu às guerras e a breves períodos de recrudescimento político por 180 anos, de 508 a.C a 322 a.C. Razão pela qual Atenas é considerada, não sem méritos, o berço da civilização ocidental e da democracia. Atenas e seus filósofos, artistas e prensadores estão presentes em cada página produzida ao longo dos séculos, influenciando até hoje no modo de vida das sociedades do Ocidente.

Pode-se dizer que em Atenas o homem passou a pensar sobre si mesmo, sobre sua relação moral com o próximo, com o divino e com a sociedade. Foi nesse ambiente histórico, político e cultural que Platão ergueu os alicerces de sua Academia, gênese das escolas de pensamento, que evoluíram nos dias atuais para as universidades, em que pese o modelo adotado por Platão ser aberto a todos, jovens e anciões ávidos por absorver e compartilhar conhecimento.

Platão acreditava que o caminho para difundir o conhecimento era a valorização do debate e da conversação. Os alunos deveriam usar os problemas impostos pela vida como base de sua própria formação moral, física e intelectual.

À Atenas Clássica e Sócrates, soma-se para a formação de Platão como homem sua própria origem. Nasceu filho de uma família aristocrática, pode se dedicar aos estudos, participar de cursos de filosofia e se dedicar ao estudo, além da filosofia, da retórica, das ciências e da matemática.

O pensamento de Platão

Um dos aspectos mais impressionantes das ideias de Platão é o fato de terem sobrevivido praticamente intactas ao tempo. Seu pensamento está expresso nos famosos Diálogos, que tratam de uma vasta reunião de temas.

Platão concebeu uma estrutura para a construção da abordagem filosófica e de seus objetivos, um sistema metódico, rigoroso e sistemático para o estudo das diversas temáticas, dentre as quais destacavam-se como pilares o enfrentamento das questões éticas, políticas, metafísicas e epistemológicas.

Dentro do escopo temático de Platão, estão o amor, a sabedoria, a natureza humana, o vício, a virtude, o crime e o castigo, o prazer e o sofrimento, a sexualidade, a arte, a religião, a medicina, a justiça, entre outros temas. Pode-se dizer que Platão buscou construir um sistema completo, se não para a definição absoluta, o que seria inconcebível, para a estruturação do pensamento sobre todos os aspectos da vida. Pode-se pensar na figura de uma bússola, que indica a direção a seguir.

Está em Platão a origem do pensamento de que o homem não será capaz de transformar o mundo sem antes conseguir reformular sua própria essência, o que só é possível através do questionamento. “Uma ida não questionada não merece ser vivida”.

O tema da justiça aparece sob a luz da metafísica, estabelecendo uma relação entre o invisível e a realidade visível. De alguma forma, a injustiça é um mal maior para quem a comete do que para aquele a quem ela aflige. Não se trata de uma relação de crime e castigo, mas de uma compreensão do homem como algo transcendente à sua condição material sujeito ao primado da moral enquanto lei natural.

Em Platão, a evolução moral do homem está ligada ao conhecimento enquanto conjunto de canais que desembocam no grande mar da sabedoria. O pensamento mais intrigante está naquele com o qual Platão define a dicotomia entre o bem e o mal, sendo esse último produto da ignorância e o primeiro da sabedoria. A sabedoria é o grande bem a ser perseguido, a conquista mais valiosa.

Platão concebia o autoconhecimento, homologando o pensamento de Sócrates, como caminho para a plenitude humana, mas também a consciência de que o indivíduo é completo em si mesmo e suas aspirações devem estar voltadas para o próprio interior, não como uma conduta egoísta, mas natural e realista. A sabedoria compreende que só é possível encontrar a paz e o bem viver a partir da consciência de que não há fora do próprio eu resposta ou verdadeira satisfação. “Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama”.

A obra de Platão é riquíssima, tanto como o legado filosófico. Suas principais obras são Fédon, O Banquete, A República, Teeteto, Fedro, Sofista, Político, Parmênides e Apologia de Sócrates.