Resumo sobre o compositor Mário Lago

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Resumo sobre o compositor Mário Lago

Esse é um resumo sobre Mário Lago, um dos artistas mais prolíferos da cultura brasileira. Durante toda a vida produziu intensamente. Nasceu em 1911, e ingressou na arte ainda criança, quando começou a estudar piano em 1918, com Lucila Villa-Lobos, esposa do maestro Heitor Villa-Lobos. Nesse mesmo ano, foi acometido de uma doença grave, a gripe espanhola, sendo uma das primeiras vítimas do vírus no Brasil.

Resumo sobre o compositor Mário Lago

Em 1923 entrou para o tradicional Colégio Pedro II, onde passou a se interessar pelo ativismo político. Desiste do piano, pois considera que o instrumento exige uma disciplina que ele é incapaz de ter. O primeiro trabalho publicado de Mário Lago foi o poema Revelação, que saiu na revista Fon-Fon, em 1926. Nesse mesmo ano ele começou a trabalhar no jornal O Radical.

Mário ingressa na faculdade em 1930, para cursar Direito. Ao entrar na Universidade do Brasil, ele tem contato com autores comunistas. Nesse período, durante o governo de Getúlio Vargas, que mais tarde se tornou um ditador, houve bastante repressão à oposição política. O jovem passa a prestar apoio e assistência aos presos pelo regime através da organização Socorro Vermelho. Sua militância política se torna mais forte depois dessa experiência, o que lhe rendeu problemas.

Em 1932 ele participava da Juventude Comunista quando, em 21 de janeiro, foi preso após um comício que aconteceu na fábrica de tecidos Mavilis, da América Fabril. Policiais lhe levaram na fronteira com o Uruguai e o ameaçaram de morte. Ele passa dois meses no país estrangeiro como clandestino. Mário Lago adota então um nome falso, como era comum dos militantes comunistas da época: Pádua Correia. Era o nome que sua mãe desejava que ele tivesse.

A partir daí começa a produzir intensamente. Abordaremos isso na continuação do nosso resumo sobre Mário Lago.

Início da produção artística

Quando volta ao Brasil, Mário entra para o tradicional bloco de carnaval Cordão da Bola Preta. Ele era encarregado de carregar a flâmula da bola. Compôs, juntamente com Nelson Barbosa, o hino “Braço é braço”.

Em 1933, ele estreia no teatro com a peça “Flores à Cunha”, que foi um sucesso imediato. Nesse ano ele termina a faculdade, mas logo desiste da profissão de advogado. Começa a fazer parcerias com Custódio Mesquita. A primeira deu origem à marcha de carnaval “Menina, Eu Sei de Uma Coisa”, que foi gravada por Mário Reis. Mais tarde, escreveram a peça “Sambista da Cinelândia”, que atingiu a marca de 200 apresentações.

Mário passa a trabalhar como redator-chefe do Departamento de Estatística do Estado do Rio de Janeiro. Foi também escolhido como membro do Conselho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas não chega a ocupar cargo formalmente.

A música “Nada Além”, composta em 1938 é outra parceria de sucesso com Custódio Mesquita. Cantada por Orlando Silva, logo a canção ganhou notoriedade. Um ano mais tarde escreve com João de Barro o argumento e o roteiro do filme “Banana da Terra”, conhecido por ter Carmen Miranda cantando “O que é que baiana tem?”, do compositor Dorival Caymmi, na época ainda um desconhecido. Foi essa película que deu o visual característico a Carmen Miranda, cujo sucesso lhe levou a Hollywood. Mário também lança Aurora, com Roberto Roberti, que virou hit internacional.

Em 1942, torna-se ator por acaso, ao ser chamado por Joracy Camargo para a peça O Sábio. Passa a trabalhar no rádio e em muitos filmes. Em 1950, torna-se candidato a deputado estadual pelo Partido Social Trabalhista. Abaixo, no nosso resumo sobre Mário Lago, trataremos do seu trabalho após essa década.

Segunda metade do século XX

No ano do golpe militar, Mário foi preso em sua casa, em Copacabana, pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Quando saiu, passou a trabalhar como ator em novelas e filmes, como o famoso Terra em Transe, de Glauber Rocha

Na primeira metade dos anos 70, ele atua no filme São Bernardo, de Leon Hirszman, lança Foru Quatro Tiradente na Conjuração Mineira e a pesquisa folclórica Chico Nunes das Alagoas. Ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação na novela O Casarão, no papel de Atílio. Nesse ano, lança o livro autobiográfico Na Rolança do Tempo, e no ano seguinte a sequência Bagaço de Beira Estrada.

Seu livro de maior sucesso saiu em 1984, o infantil O Monstrinho Medonhento. Em 1991, o show Mário Lago – Causos e Canções foi lançado para comemorar seus 80 anos. Dirigido pelo caçula, Mário Lago Filho, o espetáculo percorreu muitas cidades por quase 10 anos.

Em 10 de junho de 1997, a quatro meses de completar 50 anos de casamento, Mário perde sua esposa Zelí. Segue então um período de descanso com poucas participações artísticas. Em 16 de janeiro de 2002 recebeu a medalha do Mérito Legislativo, uma condecoração pluripartidária da Câmara dos Deputados.

Em 30 de maio de 2002, Mário Lago morre na sua casa, após três meses de internação domiciliar. Ele estava na companhia dos filhos e netos. Seu corpo foi velado no Teatro João Caetano, o mesmo em que estreou como autor. Na sua despedida, houve muito samba e cerveja, de acordo com a tradição da boemia.