Biorremediação – Biotecnologia Ambiental

Biologia,

Biorremediação – Biotecnologia Ambiental

O planeta Terra a cada dia dá sinais que simplesmente não suporta mais prover e decompor todos os resíduos produzidos pela atividade humana. Hoje, mesmo que se fale muito em sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, o que se observa na prática é que, mesmo diante de todas as leis, obrigações e acordos estabelecidos nas mais diferentes partes do mundo, ainda existem problemas ambientais bastante graves.

Biorremediação - Biotecnologia Ambiental

Na contemporaneidade, uma dos maiores exemplos é o lixo eletrônico. Para que os aparelhos que utilizamos diariamente possam ser produzidos, é necessário uma grande quantidade de plástico e metais. O problema é que o plástico demora muito tempo para se decompor e muitos dos metais são altamente poluentes de solos e águas, gerando uma enorme preocupação em governo e especialistas.

Felizmente, diversas iniciativas vêm sendo tomadas para diminuir a velocidade de degradação do planeta, o que é bastante positivo tanto pela perspectiva ambiental quanto pela perspectiva social. Uma das mais importantes é a biorremediação, que será vista com mais detalhes neste artigo.

O conceito de biorremediação

Existem diversas dúvidas a respeito desse assunto, pois se trata de uma prática sustentável relativamente nova e ainda pouco presente no vocabulário comum. De maneira resumida, pode-se afirmar que o conceito em questão, também chamado de remediação biológica, corresponde a uma técnica utilizada para reduzir o impacto da poluição gerada pela atividade humana por meio de agentes biológicos degradadores, capazes de descontaminar áreas que apresentam poluição. Em outras palavras, o conceito em questão consiste em uma técnica bioquímica que utiliza organismos vivos para acabar ou reduzir a poluição presente em determinado ambiente.

Os organismos utilizados geralmente são micro-organismo, que podem estar tanto presentes quanto serem introduzidos na área a ser recuperada, a exemplo de leveduras, bactérias, fungos e enzimas que decompõem tanto poluentes orgânicos, como a gordura, quanto poluentes inorgânicos, como o plástico. Assim, trata-se de um processo totalmente natural e seguro.

Para que a técnica seja implementada com o máximo de eficácia, é necessário que algumas questões sejam resolvidas de antemão. A primeira delas é determinar que tipo de ambiente degradado será recuperado, se solo, água ou sedimento. Na sequência, é preciso precisar o tipo de poluição predominante. Também é necessário fazer uma série de análises, como geofísicas, hidrológicas e geológicas para, por fim, determinar que tipo de biorremediação será utilizada, pois existem duas principais modalidades:

-In-situ: como o próprio nome indica, nesta modalidade o tratamento é realizado no próprio local contaminado, sem necessidade do transporte de material, podendo ser feita por meio de atenuação natural, bioaumentação, bioestimulação, fitorremediação ou landfarming;
-Ex-situ: aqui ocorre o contrário da in-situ, ou seja, o material do local contaminado deve ser transportado para outro local para que seja aplicada a técnica, devido principalmente a questões de equilíbrio ecológico, uma vez que muitos dos microrganismos utilizados não fazem parte do local tratado. Ela pode ser feita tanto por meio da compostagem quanto por meio do uso de reatores.

Todos os processos apontados acima pertencem a uma das três categorias em que a técnica se divide, que são definidas pelo tipo de organismo utilizado. A primeira delas é a enzimática, que como o próprio nome indica é baseada em plantas. A segunda é a fitorremediação, baseada no uso de plantas. Por fim, a terceira corresponde à bacteriana.

Vantagens

Como é possível perceber com o que foi exposto acima, essa técnica permite que diversas vantagens sejam colhidas. A primeira delas é que todas as substâncias poluentes são eliminadas definitivamente, pois ao contrário do que ocorre quando o plástico é retirado do mar, por exemplo, ainda será necessário dar um fim a tal plástico. Além disso, como não são utilizados produtos químicos, não existe risco de intoxicação.

Vale frisar também que até mesmo resíduos extremamente difíceis de serem decompostos, como os produzidos pelas indústrias, podem ser eliminados. O baixo custo também se destaca, e justamente por isso a técnica pode ser aplicada em diversos segmentos.

Em municípios, pode ser utilizada para reduzir o mau cheiro de estações de tratamento de esgoto. Em indústria, é capaz de eliminar mesmos os resíduos poluentes mais resistentes. Na agricultura, pode ser utilizada para acelerar a decomposição de resíduos orgânicos, como plantas e excrementos de animais. Em residências, possui ampla aplicação em fossas sépticas e caixas de gordura, evitando o mau cheiro e entupimentos, dentre diversas outras aplicações.

Isso indica que ao contrário de diversas técnicas existentes, a remediação ecológica pode ser utilizada mesmo em pequena escala, como residências, com a mesma eficácia do que em indústrias, provando que além de eficaz também é democrática.

Vale ressaltar que existem desvantagens na biorremediação, especialmente quando comparada a outras técnicas, pois trata-se de um processo que leva tempo para descontaminar e pode causar desequilíbrio ecológico quando realizado sem conhecido e estudos adequados. No entanto, seu potencial de aplicação e suas vantagens certamente compensam esses pontos negativos.