Boto Cor-de-Rosa

Biologia,

Boto Cor-de-Rosa

O Boto cor-de-rosa é um animal mamífero que vive nas águas dos rios. Ele não pode ser chamado de peixe. Como podemos perceber pelas suas características físicas, o boto cor-de-rosa é um parente bem próximo dos golfinhos. A principal diferença entre eles é que o golfinho vive em água salgada no mar, enquanto o boto vive em águas doces. Por isso o boto cor-de-rosa é chamado de mamífero fluvial.

Habitat

Conforme já informamos, os botos cor-de-rosa vivem em águas doces. Eles são encontrados na América do Sul, em seis países:

Boto

* Peru

* Equador

* Colômbia

* Venezuela

* Bolívia

* Brasil

No Brasil, encontramos este animal nos rios amazônicos. O boto cor-de-rosa é considerado um animal que tem uma grande distribuição geográfica se comparado a outros botos de água doce. A quantidade de animais em cada uma das regiões muda conforme as épocas do ano. Ou seja, quando está no período de cheias, eles costumam se espalhar em diversas áreas. Já quando está no período de secas, eles se mantêm nos mesmos lugares. Os botos cor-de-rosa preferem ambientes com águas limpas e não suportam águas salobras.

Características e Comportamentos

O boto cor-de-rosa é um animal grande. Ele é considerado o maior entre os golfinhos que vivem em águas doces. Um boto macho chega a pesar 185 kg e medir 2,55 metros, enquanto as fêmeas são um pouco menores e chegam no máximo a pesar 150 kg e medir 2,15 metros.

Apesar do boto cor-de-rosa possuir uma estrutura óssea bastante robusta, trata-se de um animal bastante flexível. Isso é possível devido suas vértebras cervicais não serem fundidas e sua cabeça, então, pode se movimentar em diferentes direções. O boto tem uma excelente visão debaixo d’água, mesmo com olhos tão pequenos. Os botos não são animais muito rápidos e a velocidade deles atinge, no máximo, 22 km por hora. Os botos cor-de-rosa raramente saltam.

O boto cor-de-rosa tem diferentes colorações dependendo da água onde se encontra. Quando o rio possui água mais turvas, ele costuma ter a pele mais rosada. Já quando as águas são mais claras, os botos costumam apresentar uma cor mais acizentada no dorso e somente o flanco e o ventre ficam bastante rosados. Botos mais jovens apresentam uma cor cinza escura.

A alimentação destes animais é basicamente a base de peixe. Mas devido ao formato de sua dentição, eles também são capazes de segurar e triturar outros animais que tenham carapaças e, por isso, algumas tartarugas e caranguejos também fazer parte de sua dieta.

Com relação ao comportamento, esta espécie é mais solitária e muito raramente é vista em grupos que contenham mais de três botos. Esta característica só muda quando eles estão na época de reprodução, quando costumam frequentar águas mais rasas. Quando alguém avista um par de botos, geralmente se trata de uma mãe e seu de filhote, que ainda não alcançou a maturidade para sobreviver sozinho.

O boto cor-de-rosa tem uma gestação que dura cerca de 11 meses e o filhote nasce com cerca de 80 cm somente e ele mama até ter aproximadamente 1 ano. O intervalo entre um parto e outro costuma ser dois a três anos.

O boto cor-de-rosa é tema de muitas lendas populares e, infelizmente, é considerado um animal em extinção por alguns cientistas. Para outros, é complicado saber se o animal está ou não em extinção pela falta de informação sobre suas quantidades. Há muitas pessoas que os caçam por causa de sua carne e também por sua pele. Há ainda quem os cace para fabricar amuletos com partes de seu corpo, como os olhos, por exemplo.

O boto cor-de-rosa é um animal exótico e, por isso, acabou se tornando um personagem constante em lendas e estórias da região onde vivem. A lenda mais conhecida sobre ele diz que durante as noites de festa junina, o boto sai da água e toma a forma de um homem muito bonito.

Ele usa um chapéu branco para encobrir a face e disfarçar seu nariz grande de boto. Ele vai a bailes e festas e, por meio de seu jeito galanteador, consegue conquistar sempre as moças mais belas da redondeza e, por isso, acaba por engravidá-las. Na manhã seguinte, o boto se transforma novamente em animal e volta a viver nos rios, deixando a moça grávida e sem nunca mais encontrar o moço. Esta lenda é tão famosa, que chegou a ser transformada em filme na década de 80. O filme é estrelado pela Cássia Kiss e pelo Ney Latorraca e se chama “Ele, o boto”.

Na amazônia brasileira, há ainda outras estórias que fazem do boto um grande amigo dos pescadores. De acordo com esta outra lenda, o boto cor-de-rosa é o responsável por fazer com que as canoas naveguem em segurança nos rios, e que ele salva os pescadores que caem nas águas.