Colangite Esclerosante Primária

Biologia,

Colangite Esclerosante Primária

Problema de saúde considerado raro por médicos e especialistas, a colangite esclerosante primária é uma doença que afeta entre 10 e 40 pessoas em um total de 1 milhão, atingindo principalmente pacientes do sexo masculino com idade entre 40 e 45 anos.

Colangite Esclerosante Primária

A colangite esclerosante primária é caracterizada pela inflamação dos dutos biliares na região externa e interna do fígado humano. Causando uma cicatrização progressiva na região, esse problema de saúde causa a obstrução desses dutos, levando a obliteração.

Quando a cicatrização progressiva que acontece nos dutos biliares não é tratada e se agrava com o tempo, a colangite esclerosante primária acaba evoluindo de quadro e se tornando cirrose. Em consequência dessa situação, as substâncias que ajudam o organismo humano a absorver as gorduras, chamadas de sais biliares, acabam não secretando de maneira adequada.

Ainda não se sabe quais são as verdadeiras causas para que uma pessoa desenvolva esse problema de saúde. Porém, diversas pesquisas realizadas sobre o assunto indicam que uma das possibilidades é a característica autoimune do paciente, situação que leva o sistema imunológico da pessoa a atacar os tecidos saudáveis presentes no organismo.

É muito comum que esse quadro da doença seja comparado com a cirrose biliar primária. A grande diferença entre os dois problemas de saúde se dá por conta de afetar os dutos biliares intra-hepáticos e também extra-hepáticos.

Fatores de risco

Apesar de ainda ser considerada rara, a colangite esclerosante primária já indica a presença de alguns fatores de risco para o seu desenvolvimento. O principal deles é a questão hereditária. Pesquisas revelaram que esse problema de saúde possui uma tendência de ocorrer em famílias, características que indicam que a questão genética pode estar diretamente relacionada ao seu desenvolvimento.

Também é bastante comum que pacientes que possuem algum tipo de doença inflamatória na região do intestino também tenham tendência em desenvolver a colangite esclerosante primária. Em pacientes que possuem a doença no histórico familiar, alguns tipos de lesões ou infecções nos dutos biliares podem causar a doença também. Essas situações podem acontecer principalmente durante alguns procedimentos médicos, como a endoscopia.

Principais sintomas e tratamento

Os principais sintomas apresentados pelos pacientes que possuem a colangite esclerosante primária é a fadiga e a coceira. É muito comum que esses dois sintomas tenham início de forma sutil e acabem se agravando de maneira gradual, causando muita dor e desconforto.

A alteração da coloração da pele e da parte branca dos olhos do paciente para amarelo, sintoma chamado de icterícia, também acaba atingindo as pessoas que sofrem com esse problema de saúde. Em muitos casos, o paciente também desenvolve quadros de colangite bacteriana, que nada mais é que a inflamação ou infecção dos dutos biliares. Isso causa dores intensas na região do abdômen e muita febre.

Por conta da alteração na secreção dos sais de bile, o paciente que sofre com a colangite esclerosante primária acaba ficando incapaz de absorver alguns tipos de vitamina. Essa situação acaba resultando em quadros de osteoporose e esteatorreia.

Em 75% dos casos de colangite esclerosante primária, os pacientes desenvolvem no organismo os chamados cálculos biliares e os cálculos nos dutos biliares. Essa situação acaba causando o aumento do volume na região do baço e também do fígado.

Outros sintomas apresentados por essa doença é o acúmulo de líquido na região abdominal, a insuficiência hepática e também a hipertensão portal. Em alguns casos, o paciente que possui a doença acaba não manifestando nenhum tipo de sintoma até que o quadro já esteja avançado para a cirrose.

Ao sentir um ou mais desses sintomas, a pessoa deve procurar ajuda médica de forma imediata. O diagnóstico da colangite esclerosante primária é feito por meio de testes da função hepática do paciente, exames de imagem, ressonância magnética, radiografia e ultrassonografia. Cerca de 15% dos pacientes com colangite esclerosante primária acabam desenvolvendo câncer nos dutos biliares. Por isso, para detectar essa situação, exames de sangue também são realizados.

O tratamento da colangite esclerosante primária é feito de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente e pelas possíveis complicações causadas pela doença. Em caso de pessoas que não apresentam sintomas, não é realizado nenhum tipo de tratamento. Porém, duas vezes ao ano, devem-se realizar exames de sangue para verificar se o problema está evoluindo ou não.

Na maioria dos casos em que o tratamento se faz necessário, o transplante de fígado é realizado no paciente na tentativa de prolongamento da sua vida, pois o procedimento acaba curando diversos distúrbios desenvolvidos pela doença que poderiam ser fatais para o paciente.

Nos casos de pessoas que acabam desenvolvendo a cirrose como uma das complicações causadas pela colangite esclerosante primária, é muito comum que o transplante de fígado também se faça necessário. Em situações em que o câncer dos dutos biliares também atinge o paciente, um procedimento cirúrgico para a retirada do tumor deve ser realizado.