Família Araliaceae

Biologia,

Família Araliaceae

Também conhecida como família Aralia, a família Araliaceae é formada por plantas abundantes em regiões tropicais e subtropicais, em especial na América, Austrália, Indonésia e Polinésia. Possui 50 gêneros e em torno de 1.420 espécies catalogadas até hoje.

Família Araliaceae

Na região neotropical, que abrange a América do Sul, América Central, porção sul do México e Flórida, já foram catalogados 7 gêneros de 500 espécies, sendo que no Brasil existem, aproximadamente, 50 espécies, em especial na região que compreende o cerrado.

Sua classificação científica é a seguinte:

– Gênero: plantae;
– Divisão: asteranae;
– Classe: asterids;
– Ordem: apiales;
– Família: araliaceae.

O maior gênero dessa família é o Schefflera J.R.Forst. & G.Forst, no qual existem cerca de 775 espécies. Essas estão presentes, em sua maioria, em regiões tropicais, em especial nas ilhas da Melanésia, Andes, Madagascar e Malásia.

Morfologia

Em relação aos hábitos, as plantas dessa família são bastante variadas, podendo se apresentar em formas herbáceas, arbustos ou árvores.

Sua inflorescência pode ser terminal, ou seja, localizada no final dos ramos, ou do tipo pseudo lateral. Em ambos os casos, os tipos de inflorescência mais comum são umbela, flores em pedicelo que saem do mesmo eixo principal e atingem o mesmo nível, ou do tipo capítulo, isto é, flores inseridas em um eixo que se alarga em sua extremidade superior, ficando achatada, a exemplo da margarida. Em alguns poucos casos, essa inflorescência pode ser do tipo espiga, com flores sésseis que ficam em diferentes alturas do eixo principal.

As folhas das espécies dessa família também são bastante variadas, e podem ser:

– Folhas alternas espiraladas: quando há apenas uma folha em cada nó e são dispostas em mais de um plano, formando uma espécie de espiral;
– Folhas compostas pinadas: divididas em pinas iguais;
– Folhas simples: aquelas que possuem apenas um limbo;
– Folhas digitadas: quando todos os folíolos surgem de um mesmo período, como no caso da folha de palmeira.

As flores são classificadas de acordo com os apêndices especializados presentes em sua estrutura. Assim, as flores das espécies da família araliaceae são actinomorfas em relação ao plano de simetria, uma vez que apresentam dois ou mais planos; diclamídeas, pois há a presença do perianto, isto é, do cálice e da corola; epígena, na qual o ovário se encontra abaixo dos verticilos; sobre um receptáculo bem côncavo, no qual as sépalas, pétalas, e estames estão inseridos acima do ovário (ovário ínfero); ou, em casos mais raros, hipógena, quando o ovário se encontra acima tanto do receptáculo quanto do ponto de inserção das outras partes florais (ovário súpero).

Essas flores são de pequeno porte, e apesar de poderem ser unissexuais, na maioria dos casos, são bissexuais, e geralmente têm 4 ou 5 pétalas. As sépalas são unidas, sendo que as pétalas podem ou não ser livres. Nos casos em que não são, podem formar o que chama-se de caliptra. Os estames são livres ou alternos, em relação aos lobos da corola, na maior parte dos casos, possuem número igual de pétalas.

A placentação é axilar e conta com apenas 1 ou 2 óvulos para cada lóculo. Esse óvulo é anátropo e passa por um deslocamento de 180° que resulta em sua inversão, posicionando a micrópila com o hilo. O funículo é colado na parede do óvulo, formando uma linha em relevo, que é conhecida como rafe.

Por fim, seus frutos podem ser de dois tipos: drupa – que são frutos carnosos que possuem uma única semente em seu interior, geralmente duro e espesso, como o abacate e o pêssego; ou do tipo baga, que possuem sementes distribuídas de forma irregular no interior do fruto e podem ser facilmente separados, como no caso da melancia e da goiaba.

Demais aspectos da família Araliacea

Um dos aspectos mais importantes dessa família de plantas reside no fato dos estudos ainda estarem em andamento. Ou seja, espera-se que as pesquisas em andamento e pesquisas futuras causem novidades e mudanças taxonômicas.

Além disso, ela também estabelece uma relação bastante íntima com as famílias Pittosporaceae e Apiaceae (ambas pertencem à ordem Apiales). Isso significa que não se sabe ao certo os limites que delimitam uma e outra, indicando a necessidade de novos estudos para que se obtenham padrões de divergência realmente confiáveis e que possam distinguir as três famílias de maneira clara e precisa.

No Brasil, as espécies possuem vasta cobertura territorial, podendo ser encontradas nos Pampas Gaúchos, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga e Amazônia, ou seja, estão presentes do norte ao sul do país, adaptadas a uma grande variedade de biomas.

Os 50 gêneros conhecidos atualmente da família Araliacea se dividem em duas subfamílias:

– Subfamília Aralioideae: Anakasia, Apiopetalum, Aralia, Astrotricha, Boninofatsia, Brassaiopsis, Cephalaralia, Cheirodendron, Cromapanax, Cussonia, Dendropanax, Eleutherococcus, Fatshedera, Fatsia, Gamblea, Harmsiopanax, Hedera, Heteropanax, Hunaniopanax, Kalopanax, Mackinlaya, Macropanax, Megalopanax, Merrilliopanax, Meryta, Metapanax, Motherwellia, Oplopanax, Oreopanax, Osmoxylon, Panax, Paleopanax, Plerandra, Polyscias, Pseudopanax, Raukaua, Schefflera, Sciadodendron, Seemannaralia, Sinopanax, Stilbocarpa, Tetrapanax, Trevesia e Woodburnia.
– Subfamília Hydrocotyloideae: Azorella, Centella, Hydrocotyle e Xanthosia.

Por fim, vale ressaltar que algumas das espécies dessa família possuem imensa importância social e econômica, como é o caso da Panax, planta da qual é extraído o ginseng.