Liquen Escleroatrófico
O líquen escleroatrófico, também popularmente conhecido como líquen escleroso atrófico, consiste em uma doença de pele causadora de lesões finas e de caráter esbranquiçado. Até os dias de hoje a etiologia da doença é desconhecida, porém, sabe-se que ela afeta o público feminino com maior frequência.
A enfermidade não é contagiosa, ou seja, as lesões não passam do indivíduo contaminado para outro. Mesmo assim, os médicos recomendam que o contato (especialmente íntimo/sexual) com demais pessoas seja evitado durante o tratamento das feridas.
O líquen escleroatrófico é diagnosticado com maior frequência no público adulto, apesar de existirem registros da manifestação da doença em crianças. A seguir, confira maiores informações sobre a doença, assim como suas possíveis causas, diagnóstica e forma de tratamento.
Manifestações e características do líquen escleroatrófico
As lesões do líquen escleroatrófico são observadas, especialmente, nas regiões anal e genital do indivíduo diagnosticado. Porém, elas também podem aparecer em outras partes do corpo, tais como ombros, pescoço, tórax e dorsal do tronco.
Tais lesões são clinicamente mais claras do que a própria pele do indivíduo e apresentam aspecto atrófico (fazendo com que a pele da ferida se torne mais ‘delgada’). Além disso, tais lesões são compostas por vários poros – que por sua vez, formam pequenos pontos endurecidos na pele. As feridas podem apresentar descamação ou não.
Já no que se referem ao tamanho das lesões da pele, elas costumam ser de apenas alguns milímetros. Porém, feridas maiores, com vários cm, também são comuns.
O indivíduo com a doença não costuma apresentar outros sintomas além das lesões – porém, em alguns casos (e especialmente na região genital do público feminino) há a possibilidade de que elas sejam acompanhadas de prurido. Além disso, as lesões na genitália podem coçar e costumam ser mais brancas do que o normal, motivo pelo qual muitas vezes são confundidas com vitiligo.
Para os homens, a doença se manifesta principalmente na glande do pênis; e nas mulheres, na vulva. Em ambos os casos, as feridas podem se tornar esclerosantes (ou seja, mais duras), o que leva à diminuição da elasticidade da pele nestas regiões. Sendo assim, quando presente nestas partes do corpo, a líquen escleroatrófico é capaz de iniciar quadros de balanite xerótica obliterante em homens e craurose vulvar em mulheres.
Quando diagnosticada nas partes íntimas de crianças, a líquen escleroatrófico costuma regredir espontaneamente.
Sobre o diagnóstico e tratamento da doença
O líquen escleroatrófico é uma doença que não tem cura. Sendo assim, mesmo após o tratamento, ela pode se manifestar novamente.
Por outro lado, é possível controlá-la por meio de pomadas e cremes corticoides, que além de prevenirem a manifestação de lesões, também reduzem possíveis sintomas (como coceira ou incômodo, por exemplo).
• Diagnóstico da doença
Na grande maioria dos casos, o diagnóstico de líquen escleroatrófico é feito por meio das características clínicas das lesões – pequenas, esbranquiçadas e com poros endurecidos.
Em alguns casos, uma biópsia também pode ser solicitada para confirmá-la.
• Como é realizado o tratamento de líquen escleroatrófico?
O tratamento de líquen escleroatrófico deve ser obrigatoriamente orientado por um profissional médico – sendo ele urologista para os homens e ginecologista para as mulheres.
Como já dito anteriormente, o tratamento costuma ser realizado por meio de pomadas e cremes corticoides, como é o caso do propionato de clobetasol, por exemplo. Estes devem ser aplicados 3x por dia (ou conforme orientação do médico) nas lesões.
Outros cuidados que podem auxiliar na melhora do quadro durante o tratamento de líquen escleroatrófico são:
• Evite, ao máximo, coçar a região afetada (o que consequentemente evita o agravamento das feridas e a longevidade do tratamento);
• Prefira usar roupas mais fresquinhas e que não encostem-se às feridas durante o tratamento. Roupas apertadas e que fiquem diretamente ‘coladas’ nas lesões devem ser evitadas;
• Prefira roupas de tecidos leves, como algodão ou seda, por exemplo. Tecidos muito pegajosos ou que possam causar alergias devem ser evitados;
• No caso de lesões na região genital, prefira dormir sem roupa íntima para que essa parte do corpo possa ‘respirar’ melhor;
• Mantenha bem a higiene nas partes contaminadas com lesões. Lave-as com água morna e sabonete neutro, pelo menos, três vezes ao dia (preferencialmente, antes de passar o creme ou pomada).
Em alguns casos (especialmente quando as lesões aparecem em grandes quantidades), o médico urologista ou ginecologista pode prescrever ainda o uso de medicamentos anti-histamínicos (como é o caso de desloratadina ou cetirizina).
Estes remédios são recomendados tanto para diminuição do inchaço da pele como para alívio de coceiras. Sendo assim, no caso destes sintomas aliados ao surgimento das feridas, é fundamental comunicar o médico responsável.
O tratamento de líquen escleroatrófico costuma ser longo e o desaparecimento das lesões pode levar entre 3 a 9 meses para ocorrer completamente. Sendo assim, para melhores resultados, lembre-se de utilizar os medicamentos corretamente, seguindo ainda demais recomendações do médico.