Metabolismo do Colesterol

Biologia,

Metabolismo do Colesterol

Você já ouviu falar do metabolismo do colesterol? Nesse artigo você saberá como ele funciona no corpo humano. Em nós o colesterol é obtido por meio de alimentos ou pela síntese endógena. Todos os dias excretamos 1,100 mg de derivados do colesterol. Eles podem ser repostos, em média, por 250 mg vindos da alimentação e os outros 850 mg vindos da biossíntese. O fígado é o principal responsável pela produção do colesterol, correspondendo a um terço dela.

Metabolismo do Colesterol

Síntese do colesterol

Vamos à síntese do colesterol: ela começa na condensação de duas moléculas acetil-CoA, produzindo acetoacetil-CoA. A reação sofre uma catalisação por meio da tiolase citossótica. Existe outra reação igual, catalisada pela tiolase mitocondrial. Desse modo ela aparece na b-oxidação de ácidos graxos bem como na formação de corpos cetônicos. Em seguida a acetoacetil- CoA condensa com uma outra molécula de acetil-CoA, transformando-se em 2-hidroxi-3-metilglutaril-CoA em uma reação catalisada pela gidroximetiglutaria-CoA sintase do retículo endoplasmático.

Tal enzima também está presente na mitocôndria. A HMG-CoA é reduzida para mevalonato em uma reação catalisada pela HMG-CoA redutase. Acontecem duas fosforilações que geram o 5-pirofosfomevalonato. A descaboxilação é a eliminação da hidroxila do 5-pirofosfomevalonato que dá origem ao isopentenil-pirofosfato. Este possui cinco carbonos e é isomerizado a dimetilalil pirofosfato o qual se torna uma nova molécula chamada isopentenil pirofostado, originando o geranil pirofosfato com dez carbonos.

Outra molécula de isopentenil pirofosfato é condensado com o geranil pirofosfato, criando o farnesil pirofosfato. Duas moléculas dele reagem com a eliminação do PPi, gerando o presqualeno pirofosfato que, ao ser reduzido pelo NADPH, dá origem ao esqualeno com 30 carbonos.

Após isso ocorre uma reação complexa que envolve o O2 bem como o NAPH, formando o esqualeno 2,3 óxido. Em seguida há a completa ciclização do composto, formando o lanosterol. Diversas outras reações com retirada de grupos metila e migrações de duplas ligações dão origem a produção do colesterol. Complexo, não? Como em tudo no organismo humano.

Mas vamos visualizar um esquema mais facilitado:

2 Acetil-CoA

Acetoacetil- CoA

HMG-CoA
2 NADPH → ↓ HMG – CoA redutase
Mevalonato

Farmesil –PP

Esqualeno

Colesterol

Mais sobre o colesterol

Outros locais aonde ocorrem a produção de colesterol são no intestino, córtex adrenal e gônadas.

O colesterol que provém da dieta do indivíduo é transportado pelos quilomícrons. Com o colesterol extra-hepático é guiado pelo HDL e enviado ao fígado (colesterol hepático). Esse último é eliminado pela bile em forma de sais e ácidos biliares ou excretados pelo tecido extra-hepático por meio das lipoproteínas VLDL ou LDL.

O colesterol é o ponto de partida dos ácidos biliares, vitamina D e hormônios esteroides.

A produção do colesterol trata-se de uma síntese que precisa de alto consumo de energia, afinal em cada molécula são usados 14 NADPH e 18 ATPs. Já os ácidos biliares têm 24 carbonos e são esteróides de di-e triidroxilados.

A síntese desses elementos consome 80% do colesterol em média. Os principais ácidos biliares são os ácidos cólicos e quenodesoxicólico que estão ligados à taurina e glicina por meio da ligação amídica. Essa reação forma saia biliares que digerem os lipídios. São os responsáveis pela solubilização e emulsificação dos lipídios melhorando a digestão. Grande parte dos ácidos e sais biliares é reabsorvida pelo intestino e voltam para o fígado. O restante é expulso por meio das fezes.

Regulação da via de síntese

A HGM-CoA redutase é uma enzima que limita a velocidade da síntese no colesterol. Ela pode ter diferentes controles metabólicos:

  • Inibição retroativa: o melovanato em grandes quantidades presentes e o colesterol diminuem a atividade do HMG-CoA redutase baixando a velocidade de criação do colesterol.
  • Regulação hormonal: HMG-redutase é despertada pelos hormônios tiroidiano e insulina, isso aumenta a velocidade da síntese.
  • Inibição por meio de drogas: derivados da estatina (mevastativa e lovastatia) diminuem o potencial da enzia HMG-CoA redutase.
  • Inibição genética: a produção ou captação maior de colesterol gera a inibição de atividade genética da HMG-CoA redutase. A síntese do colesterol também se reduz dessa forma.

O colesterol

O colesterol é uma gordura essencial à vida, engana-se quem pensa que ele apenas ruim. O problema é quando os seus valores se elevem acima da taxa normal, pois há risco de acúmulo de gordura em tecidos e vasos sanguíneos.

Com esse acúmulo o fluxo sanguíneo diminui e há desenvolvimento de aterosclerose. É o ponto de partida para doenças cardíacas, enfarte do miocárdio, cardiopatia isquêmica ou acidente vascular cerebral. Não há sintomas que caracterizem o colesterol elevado, é preciso fazer um exame de sangue para detectá-lo. Por isso é importante sempre fazer exames de rotina para verificar os níveis de colesterol.

O ideal é ter o LDL baixo e HDL alto. Os alimentos que causam o aumento do LDL normalmente não carnes gordurosas, embutidos, gemas de ovo, bife de fígado, leite integral, doces. Já o LDL alto pode ser obtido com farelos de aveia, verduras e legumes.